Um rio que corta o vale de forma sinuosa, o Homem que soube transformar a paisagem em algo melhor e útil, um vinho que enriquece qualquer mesa no mundo… Estes são apenas alguns dos encantos que só o Douro tem e que fazem desta região tão especial quanto inesquecível. Quem visita adora e quer sempre regressar para mais.
Quando se desliza pelas águas tranquilas do rio, ladeadas pelos socalcos cheios de vinhedos, que passaram de geração em geração, percebe-se bem os encantos que só o Douro tem e que nos fazem abrir a alma e o espírito para os verdadeiros prazeres da vida. Para muitos, uma visita ao Douro é uma autêntica revelação: afinal, não é preciso muito para ser feliz.
5 encantos que só o Douro tem e deve conhecer
Além do Douro vinhateiro, existem outros locais que merecem uma visita nesta região única de Portugal e reconhecida em todo o mundo.
1. Vinho do Porto
Fonte: Um dos aperitivos mais apetecidos em todo o mundo / Portal Travel
O Vinho do Porto é um dos vinhos mais conhecidos e apreciados um pouco por todo o mundo, graças às suas características únicas: uma enorme diversidade de tipos: branco, tuby e tawny; a riqueza e intensidade de aromas; um teor alcoólico elevado, compreendido entre os 19 e os 22%; numa vasta gama de doçuras e grande diversidade de cores.
Existem várias teorias a respeito da origem deste aperitivo, em que a mais popular é uma descoberta quase acidental. Em meados do século XVII, a Inglaterra, consciente das condições geográficas, morfológicas e climáticas no nosso país, adotou Portugal como o seu fornecedor de vinhos oficial.
No entanto, como o tempo de viagem entre os dois países era muito demorado, fazendo com que a qualidade dos vinhos se perdesse durante o transporte, os britânicos adquiriram o hábito de adicionar uma quantidade substancial de água ardente ao vinho para o estabilizar, ficando assim evitada a sua deterioração.
Só mais tarde, surgiu a ideia de adicionar a aguardente durante o processo de fermentação, ou seja, muito antes da fase de transporte, o que lhe passou a conferir um sabor adocicado e de elevado teor alcoólico. Um acidente bastante feliz.
2. Linha ferroviária do Douro
Fonte: Comboio Histórico do Douro: uma viagem imperdível / NIT
Quando se percorre a Linha Ferroviária do Douro e se olha para o rio e tudo o que o rodeia, lembramos-nos das coisas simples da vida, de como muitas vezes nos esquecemos de desfrutar o presente e como é preciso tão pouco para saber descontrair e relaxar.
Se adora comboios, a Linha Ferroviária do Douro é, indiscutivelmente, uma das mais bonitas do mundo, com estações ancoradas nas margens do Douro, com edifícios revestidos a azulejos, apeadeiros perdidos, túneis misteriosos, pontes centenárias, locais abandonados no tempo que mantêm a beleza de outrora.
A linha tem início na cidade do Porto, atravessa os concelhos de Ermesinde, Penafiel e Marco de Canaveses, passando para um ambiente mais rural e aproximando-se do Douro Vinhateiro. Aqui contacta entre as estações de Pala e Mosteirô. A partir deste local, a linha e o rio quase que se fundem até à fronteira com Espanha.
3. Rio Douro
Fonte: Rio Douro a embalar as cidades de Porto e Vila Nova de Gaia / Ver Portugal
O Douro é o segundo maior rio da península Ibérica. Nasce no Norte de Espanha a 2080 metros de altitude, na província de Sória, e percorre 850 km até à sua foz em Portugal, onde se encontra com o Porto e Vila Nova de Gaia.
Mas o Douro é mais do que um simples rio – desses há muitos. O Douro faz parte da história do país e foi ele quem impôs, muitas vezes, as regras de qual o caminho a percorrer.
Foi desde tempos remotos uma artéria central da vida da região, sendo um canal essencial no transporte do vinho do Douro e de pessoas, mesmo sendo, antigamente, bastante perigoso e quase indomável, cheio de correntes e desníveis, que exigiam grande perícia e experiência para o navegar. Atualmente, o Douro, com a construção de diversas barragens ao longo do seu curso é um rio completamente navegável, tranquilo, seguro, o que tem permitido o seu aproveitamento turístico através de inúmeros cruzeiros que o percorrem diariamente.
Existem diversas teorias para a origem do nome, uma delas advém da designação “dur” que em Celta significa “água”. Outra teoria defende que a origem é da palavra latina “duris”, que significa duro, pela dureza dos seus contornos ao longo das altas escarpas. Há ainda quem diga que assim se chama pela riqueza que ele dá às terras que o rodeiam, o clima que permite a produção de vinho, a pesca e a irrigação dos campos.
4. Alto Douro Vinhateiro
Fonte: DouroVinhateiro – um local de imensa beleza / abrasaparvaz.com
Na lista de encantos que só o Douro tem, encontramos o Alto Douro Vinhateiro – a zona demarcada mais antiga do mundo a partir do rio, algo que apenas foi possível com a construção de barragens nas décadas de 50 e 60 do século passado, e que tornaram o Douro bem mais navegável do que até então.
Criada em 1756 por iniciativa do governo de Marquês de Pombal, o Alto Douro Vinhateiro, é o exemplo perfeito de uma região tradicional que vive em torno da produção vinícola, seja do afamado vinho do Porto, seja dos mais recentes vinhos de mesa que apresentam grande qualidade. Todos esses vinhos provêm dos socalcos que rodeiam o rio e os seus afluentes, onde os muros de xisto suportam alas de videiras carregadas com cachos de uva branca ou tinta.
Não é só a paisagem que é alterada pela produção de vinho, mas também o ritmo da vida da população. O inverno é marcado pela calma e pelo sossego, que parece transparecer nas videiras despidas. O outono traz a azáfama das vindimas, com um descer e subir de cestos e tesouras de poda, nas encostas povoadas por trabalhadores.
A primavera e o verão chamam os turistas e os curiosos para poder desfrutar da região – tal é a sua importância que, em 2001, a UNESCO classificou o Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial.
5. Gastronomia
Fonte: Enchidos não faltam numa mesa duriense
Não é difícil comer bem no Douro, muito pelo contrário. A comida sabe sempre a casa, está cheia de sabores fortes e cheiros incríveis. De seguida, deixamos algumas sugestões de restaurantes para se deliciar quando visitar o Douro.
O Castas e Pratos, no Peso da Régua, é também garrafeira e wine bar, com um manancial de referências impressionante e uma cozinha, da responsabilidade do chef Tiago Moutinho, que usa os produtos e sabores típicos da região numa cozinha moderna e criativa.
Poderá ainda experimentar o Cais da Villa, em Vila Real, que segue o mesmo conceito, com uma cozinha igualmente cuidada e contemporânea, de autoria do jovem chef Daniel Gomes.
E, claro que nesta lista não poderia faltar o DOC, do chef Rui Paula, que na Folgosa do Douro, entre o Pinhão e o Peso da Régua, exibe a sua cozinha transmontano-duriense, como lhe chama, numa estrutura plantada à beira-rio, onde a garrafeira também é de respeito: são mais de 600 referências, quase todas produzidas naquelas margens.
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