Há vários erros gramaticais que são dados com alguma frequência e, para que tal não aconteça, fizemos uma listagem com os erros mais comuns dados pela população em geral.
A verdade é que a língua portuguesa pode ser muito traiçoeira e ninguém está livre de dar alguns erros, quer seja ao longo de uma conversa, na escrita de um email ou até mesmo de uma simples mensagem de texto.
O Acordo Ortográfico e os corretores automáticos vieram para nos ajudar nesta questão, afinal quantas vezes damos por nós a escrever uma mensagem e, sem nos apercebermos, recorremos ao corretor automático?
Ninguém gosta de ler um email com erros ortográficos, não é verdade? Para que isso aconteça, fique connosco e confira os erros gramaticais mais comuns.
Os 10 erros gramaticais mais frequentes
Os erros gramaticais podem ser dados na escrita ou simplesmente a meio de uma conversa com um colega seu. Há imensos erros gramaticais que são frequentemente dados, muitas vezes sem que as pessoas tenham noção de que estão a cometer esse mesmo erro.
É importante salientar que este tipo de erros podem ser erros ortográficos, sintáticos, morfológicos semânticos ou outros. Todos são erros linguísticos que não devemos de todo ignorar.
1. Confundir “há” e “à”
É bastante comum observarmos num email ou num texto escrito por alguém este tipo de erro, pois pode existir uma confusão relativamente ao uso correto de “há” e “à” numa frase.
Para indicar um assunto que passa ou passou, utilizamos sempre “há” – o “há” é a terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo haver. Para que não tenha qualquer tipo de dúvidas em relação à sua utilização, deve substituir na frase pelo sinónimo “existir”. Se a frase fizer sentido, então é porque o deve utilizar.
Exemplo: Eu penso que há vários erros ao longo deste artigo (substituindo pelo sinónimo, a frase continuaria a fazer sentido: “eu penso que existem vários erros ao longo deste artigo”).
Relativamente ao “à”, ele é sempre utilizado isoladamente e implica um sentido ou ação, exceto nas palavras “às”, “àquele”, “àquela”, “àqueles”, “àquelas”, “àquilo”.
Exemplo: “Não deve ler este artigo à pressa” – como se pode observar, não faria sentido colocarmos um “há”, considerando que a frase em questão implica uma ação.
2. Confundir “hás de” com “hádes”
“Hádes ver isto” quem nunca ouviu esta expressão? Pois é, parece ser um dos erros gramaticais mais comuns na sociedade em geral. A forma correta de dizer que a pessoa irá fazer ou experimentar algo é “Hás de“, que é a segunda pessoa do singular do presente do indicativo do verbo haver com a preposição de.
Neste caso, o verbo “haver” funciona como auxiliar e é conjugado em todas as pessoas, significando “ser obrigado a; pretender; desejar”. Para que não fique com qualquer tipo de dúvida em relação a esta confusão gramatical, vamos conjugar o verbo:
- Eu hei de – “Um dia hei de conseguir”;
- Tu hás de – “Um dia hás de conseguir”;
- Ele há de – “Um dia há de conseguir”.
Como pode ver, “hás de” é a forma correta e, considerando o novo Acordo Ortográfico, as formas flexionadas deixaram de ser hifenizadas.
3. O uso incorreto de “aonde”
Já alguma vez afirmou “não sei aonde fica aquele café”? Então, deve ficar a saber que deu um erro gramatical. Para que a frase ficasse correta, teria que dizer “não sei onde fica aquele café”.
Provavelmente deve-se estar a questionar: “Mas ambas as palavras não são advérbios de lugar?” – sim, tem razão. No entanto, a preposição “a” em “aonde” indica que essa palavra só deve ser usada quando se relacionar com verbos e orações que exprimam movimento. Exemplo: “Aonde vais?”
4. “Duzentos gramas” ou “duzentas gramas”?
Sabemos que este é um erro muito comum e, por esse mesmo motivo, queremos que compreenda a que se refere cada uma destas palavras. A verdade é que, muitas vezes, quando vamos ao talho e pedimos “duzentas gramas de carne”, estamos a dar um erro grasso. Como a palavra “gramas” acaba em “a”, existe uma forte tendência para acharmos que é feminino e por isso escrevemos e falamos de forma incorreta. A forma correta, neste caso, seria “duzentos gramas de carne”.
Dica: a grama, as gramas é para sempre que nos referimos à planta pertencente à família das gramíneas; o grama, os gramas é para quando está em causa a unidade de massa.
5. Trocar “interviu” e “interveio”
Parece existir uma confusão com o verbo intervir. Repare, se disser “Ele interviu naquela situação”, está incorreto. A forma correta para o dizer seria “Ele interveio naquela situação”.
Precisa de uma dica para não errar? – Tenha por base o verbo no infinitivo “intervir”. Se o dividirmos a meio, fica “inter”
e “vir”. Então, o “inter” fica sempre igual e a segunda parte conjuga-se como se fosse o verbo “vir”. Se pensar desta forma, não vai ter como errar.
6. Confundir “fato” e “facto”
Com o novo Acordo Ortográfico, este é mais um dos casos de dupla grafia. Muitas vezes, pensa-se que a palavra “facto” perdeu o “c” e por isso mesmo, é utilizada incorretamente.
Exemplo: “É um facto que existem alterações climáticas” – quando o “c” é pronunciado, mantém-se na escrita da palavra. Assim, sempre que pronunciar o “c”, sabe que deve escrever “facto”.
7. Confusão entre “ver” e “vir” – verbo ver
A confusão que existe com o verbo ver também faz parte dos erros gramaticais mais comuns. “Eles vêm a dobrar” ou “Eles veem a dobrar”? – pois é, parece existir uma confusão na utilização destas duas palavras. No entanto, e para que fique sem dúvidas, a segunda frase é a correta.
Estas formas são muitas vezes confundidas, mas é fácil distingui-las se tivermos em atenção que se pronunciam de forma diferente e usarmos um pequeno truque: repare que “veem” tem dois “e” presentes na palavra, logo lembre-se que esses dois “e” são dois olhos que utilizamos para ver.
8. “Fizeste” ou “fizestes”?
Quantos de nós já ouviram alguém perguntar “já fizestes a revisão do teu carro?” – este parece ser um erro bastante frequente. Existe uma forte tendência para se confundir a segunda pessoa do singular com a segunda pessoa do plural. Assim, a forma correta é “já fizeste a revisão do teu carro?”.
9. Trocar o uso de “obrigado” e “obrigada”
É errado uma pessoa do sexo feminino dizer “obrigado”, assim como é errado que um indivíduo do sexo masculino diga “obrigada”, seja em que circunstância for. Assim, a regra de concordância nominal indica que o adjetivo “obrigado (a)” deve concordar sempre com o sexo do emissor. Ou seja, quem for do sexo masculino diz “obrigado”, e quem for do sexo feminino diz “obrigada”.
10. Usar “perca” quando deveria usar “perda”
Quando referimos erros gramaticais frequentes, este não pode deixa de marcar lugar. Efetivamente, há vários falantes da língua portuguesa que usam “perca” como nome, o que é totalmente errado. É, de facto, erro dizer “A partida desta pessoa foi uma enorme perca”. Deve, pelo contrário, dizer “A partida desta pessoa foi uma enorme perda”. Na verdade “perca” só existe como forma do verbo perder, no presente do conjuntivo.