Cansaço, desequilíbrio, alterações na coordenação motora, problemas de visão, entre muitos outros, estão na lista de sintomas da esclerose múltipla – uma doença autoimune e neurodegenerativa que afeta, sobretudo, jovens adultos entre os 20 e os 40 anos.
Saiba mais sobre esta patologia tão desafiante para os doentes, familiares e cuidadores.
Esclerose múltipla: Entenda a doença
Quais implicações tem?
De acordo com várias instituições ligadas à patologia, quem é diagnosticado com a doença teme ser discriminado no trabalho ou relatou já ter vivido uma situação discriminatória em contexto profissional, familiar ou social.
Para além de ser uma doença que se vai agravando aos poucos – uma vez que afeta o sistema nervoso central e vai diminuindo as capacidades de quem a tem – muitas vezes, traz com ela a discriminação dos doentes, devido à falta de informação.
Por falta de informação por parte da população, é muito comum os sintomas desta doença serem confundidos com os de embriaguez, por exemplo.
É que, por incidir não só no cérebro, mas também na medula espinal, interfere com a capacidade de controlar funções como a visão, a locomoção e o equilíbrio.
Outras complicações que esta doença apresenta são as dificuldades na fala, problemas de memória e de concentração, fadiga, ou mesmo paralisia e perda completa de visão.
Os primeiro sintomas
Os sintomas iniciais podem estar relacionados com a perda de sensibilidade ou formigueiros que começam numa extremidade e se vão estendendo a todo o membro ao longo de 3 ou 4 dias.
Por ser uma doença autoimune, o sistema imunológico do organismo dos doentes vira-se contra si próprio, como resultado da sua falta de capacidade para distinguir as células do seu próprio corpo das células estranhas a ele.
Desencadeia-se, assim, uma reação inflamatória que ataca principalmente a mielina, uma camada de gordura protetora das fibras nervosas que auxilia na transmissão de informação ao longo do corpo humano.
Quando ocorre um “surto” desta doença, formam-se cicatrizes endurecidas que se agrupam formando as “escleroses”, afetando múltiplas áreas do cérebro e da medula espinal.
Quais são as causas desta doença?
Segundo os especialistas, será causada por uma combinação de fatores, não se conhecendo, ainda, uma causa exata.
A uma suscetibilidade que pode existir para desenvolver a esclerose múltipla junta-se um fator ambiental (como a dieta ou as toxinas presentes no solo ou a água), que vão ativar o sistema imunológico e atacar o sistema nervoso central.
Para além disso, outras causas podem potenciar o aparecimento da doença como o tabagismo, níveis reduzidos de vitamina D, um trauma físico, alergias, entre outros.
A esclerose múltipla não é contagiosa, nem de transmissão hereditária.
Diagnóstico
Como os primeiros sintomas são muito variáveis e podem desaparecer por período indeterminado, o diagnóstico é difícil de fazer numa fase inicial.
Não existe nenhum teste laboratorial específico para a esclerose múltipla. Regra geral, uma ressonância magnética permite confirmar a existência desta patologia.
Tratamento da esclerose múltipla
Apesar de não ter cura, há vários tratamentos disponíveis para minorar os seus efeitos e fazer com que quem tenha esta patologia possa ter uma vida o mais normal possível.
O mais comum são os Medicamentos Modificadores da Doença (MMD) que fazem diminuir o risco de sintomas agudos (surtos) e prolongam intervalos de tempo sem perturbações antes do outro surto. Podem ainda reduzir a progressão da esclerose múltipla através da diminuição dos danos causados e da redução da sua frequência.
Hoje em dia, já há vários tratamentos com medicamentos que podem ser divididos em grandes grupos:
- Medicamentos que alteram o curso da doença: reduzem a atividade das células do sistema imunitário que atacam o próprio sistema nervoso central;
- Medicamentos que tratam o surto agudo: aliviam os sintomas;
- Medicamentos que tratam sintomas específicos associados à doença.
Estima-se que, em Portugal, mais de cinco mil pessoas vivam com esta doença – sabe-se que as mulheres têm entre três a quatro vezes mais probabilidade de desenvolver esclerose múltipla do que os homens.