Catarina Milheiro
Catarina Milheiro
26 Jan, 2021 - 11:33

A escola do futuro: o que nos espera?

Catarina Milheiro

Depois da pandemia, como será a escola do futuro? Novas tecnologias, novos conteúdos e novos métodos de ensino serão a base. Saiba mais.

aluno ao computador a representar a escola do futuro

É inevitável pensar em como será o futuro a diversos níveis, como, por exemplo, como será a escola do futuro e em que medida o ensino será alterado? As mudanças no mundo não podem passar despercebidas no ensino, até porque é a escola que prepara os cidadãos de amanhã. Mas de que forma isso irá acontecer?

O mês de março de 2020, ficará para sempre marcado para a comunidade educativa, como o mês em que todas as escolas do mundo fecharam as suas portas aos alunos, docentes e funcionários. Segundo a UNESCO, até ao final do mês, tinham encerrado escolas em 185 países, afetando 90% dos alunos do mundo.

A verdade é que o encerramento destes estabelecimentos e a passagem rápida para o ensino à distância, quase não permitiu tempo para planear ou pensar sobre os desafios e as potenciais oportunidades.

Como será a escola do futuro?

A educação tem sofrido bastante com a pandemia do novo coronavírus, com impactos já considerados irreversíveis. E com tudo isto a acontecer segue-se a questão que todos querem saber “como será, afinal, a escola do futuro?”.

Numa altura em que todos estão cada vez mais ligados através do digital, é extremamente importante que um dos aspetos associados à escola do futuro seja, efetivamente, a cibersegurança. Tendo em consideração que as aulas à distância vieram para ficar, o papel da cibersegurança foi reforçado.

É necessário que todos os alunos e professores se sintam seguros a utilizar os mais diversos meios tecnológicos para conseguirem assegurar uma educação com qualidade e acima de tudo segura.

Para além disto, a escola do futuro passará definitivamente pelo online. O que quer dizer que, será necessário investir em novas plataformas de ensino e novos métodos. Atualmente, ensinar online é o desafio.

Novas abordagens

O cenário atual exige a adoção e a avaliação de novas abordagens de uma forma totalmente diferente e nunca antes vista:

  • Entrega assíncrona (onde não há envolvimento de estudantes e docentes ao mesmo tempo) versus entrega síncrona (onde devem ser envolvidas ambas as partes);
  • Meios de comunicação tradicionais versus meios de comunicação social;
  • Trabalho escrito versus trabalho multimédia;
  • Material de aprendizagem comercial versus material de aprendizagem caseiro.

Com todas estas alterações, surgem ainda novas formas de avaliação da eficácia da aprendizagem, desde testes e exames feitos através do digital, fichas de preenchimento online e até apresentações realizadas através de plataformas como o Zoom, Skype ou Teams.

Mas o mais importante é que os alunos compreendam que a responsabilidade deverá ser o principal foco, principalmente quando o professor e aluno não se encontram no mesmo espaço.

Como será composta a escola do futuro?

ensino futuro

Estamos certos de que a escola do futuro não está assim tão distante. Isto é, trata-se de uma realidade que apesar de ainda não estar totalmente preparada para lidar com todos os desafios inerentes àquilo que se espera, está já em crescimento no que diz respeito a alguns métodos de ensino.

No que diz respeito a protagonistas e materiais, estes poderão ser os mesmos, mas terão necessariamente que sofrer ajustes para dar as respostas necessárias à escola do futuro.

  • Professor: será sobretudo um mentor, dado que a maior parte dos conteúdos será partilhado através de meios de inteligência artificial;
  • Escola: não será apenas um espaço de aprendizagem, mas também o local onde haverá estúdios para diversas tarefas e espaços coletivos de trabalho;
  • Máquinas: cada vez mais evoluídas, assumindo papéis cada vez mais relevantes na aprendizagem;
  • Big Data: o que o aluno faz no dia a dia ficará registado na cloud e em bases de dados, estando constantemente disponíveis e atualizadas;
  • Conteúdos: serão fracionados em unidades independentes, depois recombinadas em programas personalizados para cada aluno e adaptáveis ao longo da aprendizagem;
  • A nova sala de aula terá mais do que zona de alunos e zona do professor:
    • Apresentar: espaço informal para apresentar conteúdos produzidos pelos alunos, com ecrã HD ou quadros interativos;
    • Investigar: será uma área de atividades práticas e experiências, onde existem diversos materiais, como equipamento de laboratório, sensores, robôs, material para construir modelos, impressora e scanner 3D;
    • Interagir: possui uma disposição diferente da sala de aula atual e possui elementos que aumentam a interatividade;
    • Criar: não se limitam a escutar o professor, antes passam a dominar tecnologias de comunicação para fazer apresentações em vídeo, áudio, slides, outros formatos, dado que terão disponível vários recursos, nomeadamente câmaras, equipamento de áudio, computador, programas de edição;
    • Desenvolver: será uma área de estudo individual num ambiente relaxado, para potenciar a criatividade e concentração;
    • Colaborar: zona específica para trabalhos em grupo, com acesso a diversas tecnologias.

O ideal que se pretende para a escola do futuro é a flexibilidade da aprendizagem, em qualquer lugar, a qualquer hora. Está claro que para isto, é crucial que exista uma infraestrutura técnica que permita que alunos e professores consigam trabalhar a partir de qualquer local.

No entanto, mais importante ainda do que a infraestrutura técnica, são as abordagens que facilitam a aprendizagem. Agora mais do que nunca, as escolas começam a adotar novos métodos e técnicas que permitam desafiar toda a comunidade educativa.

Centros de estudo do futuro

O ensino não se limita ao que acontece numa sala de aula, antes é o conjunto da educação fora desse espaço e da dedicação que cada aluno lhe dá. Nesse sentido, os centros de estudo e apoio assumem um papel fulcral para criar a escola do futuro.

Conheça alguns exemplos.

tecnologia do futuro

Assembly

“Cada aluno é único. Assim é também o seu percurso de aprendizagem.” É este o mote do centro que se autoproclama como “incubadora de competências em formato de atividades extra-curriculares”. Destina-se a jovens dos 10 aos 17 anos e visa a tecnologia como nova forma de ensino e literacia.

Tal deve-se ao facto de a tecnologia e as competências digitais fazerem cada vez mais parte do presente e apresentarem-se como uma vantagem competitiva. Logo, quanto mais e melhor forem dominadas, melhor.

A metodologia da Assembly permite que cada aluno defina trimestralmente o seu percurso de aprendizagem, escolhendo uma unidade tecnológica (12h) e outra vocacional (12h), que se reflete em 2 horas de formação semanais, durante 12 semanas.

Assim, estimula-se a individualização, num project-based learning, que estimula também a criatividade, a capacidade de resolução de problemas, a autoconfiança e o pensamento crítico. Para tal, as salas de aula do futuro da Assembly estão divididas em quatro zonas funcionais:

  • Investigate & Develop: equipada com 1 computador por aluno;
  • Build & Control: equipada para robótica e mecatrónica;
  • Create & Edit: equipada com um estúdio de vídeo;
  • Present & Share: equipada com sistema de projeção e disposição em auditório.

Happy Code

Este centro de estudos oferece ensino especializado em programação, para crianças dos 6 aos 17 anos, por acreditar que o estudo desta área permite o “desenvolvimento de uma série de competências essenciais no mundo contemporâneo, formando pessoas mais preparadas para os desafios da era digital.”

Adeptos do conceito STEAM – Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, na Happy Code, os jovens podem aperfeiçoar os conhecimentos digitais e tecnológicos de diversas formas:

  • Cursos regulares: um currículo completo e contínuo de tecnologia e programação, as aulas têm frequência semanal, ao longo do ano letivo;
  • Bootcamps de férias: funcionam durante as férias escolares, em programas de meio dia ou programas de dia completo, que combinam ensino de tecnologia e programação com atividades lúdico-desportivas;
  • Aulas curriculares: disponíveis nas escolas através de parcerias com a Happy Code;
  • Workshops personalizados: com escolas, empresas, associações e demais entidades interessadas.

Shark Coders

A Shark Coders é uma escola de programação, jogos e robótica, cujo público-alvo são os jovens entre os 6 e os 17 anos.

Assim, o objetivo deste espaço é garantir a “literacia do futuro”, através do ensino lúdico da tecnologia.

Possui uma metodologia de ensino exclusiva, inovadora e lúdica, que visa preparar o futuro da nossa sociedade, de uma forma divertida.

Nesse sentido, a missão dos fundadores da Shark Coders é “dar poder às crianças e jovens através da tecnologia, desenvolvendo capacidades para que deixem de ser consumidoras de tecnologia e passarem a ser criadoras de soluções tecnológicas que possam resolver problemas do seu dia-a-dia.”

Veja também