A esquizofrenia é uma perturbação do foro mental complexa, crónica e grave, que afeta o doente numa ou mais áreas da vida comum, nomeadamente nas relações interpessoais, no trabalho, nos estudos e na vida familiar. Ou seja, afeta também a rede de relações sociais e familiares do doente, podendo ser altamente incapacitante.
Estima-se que a esquizofrenia, muitas vezes descrita erradamente como “dupla personalidade”, afete cerca de 1% da população nacional/ mundial. Surge, normalmente, na adolescência ou no início da idade adulta, mas pode também manifestar-se mais tarde. Existem várias formas, com gravidades distintas, de esquizofrenia.
Esquizofrenia: causas
Desconhecem-se as causas exatas da esquizofrenia, mas é considerado correto, pela maioria dos especialistas, que os fatores genéticos desempenham um papel importante (atinge cerca de 10% das pessoas que têm um familiar, em primeiro grau, com esquizofrenia), assim como os fatores ambientais, ou uma lesão cerebral na altura do nascimento (ou outras complicações durante a gravidez).
Também o abuso de substâncias químicas, drogas, particularmente alucinogénios e cannabis, foi associado ao início da esquizofrenia e a sintomas psicóticos provisórios.
Esquizofrenia: sintomas
Os sintomas esquizofrénicos são normalmente classificados em duas categorias: sintomas positivos (acrescento das funções normais) e sintomas negativos (perda ou diminuição das funções normais).
Sintomas positivos
- Delírios ou ideias ilusórias: pensamentos irreais que recusam abandonar mesmo perante provas contrárias, como, por exemplo, paranóias de perseguição ou convencer-se de que são outras pessoas;
- Alucinações: sensações de ouvir, ver, saborear, cheirar ou tocar coisas inexistentes;
- Pensamento ou discurso desconexo (frases sem sentido);
- Agitação e ansiedade.
Sintomas negativos
- Falta de energia ou de iniciativa;
- Isolamento social (da família, dos amigos e das atividades sociais);
- Apatia;
- Indiferença emocional (dificuldade em sentir ou expressar emoções).
Esquizofrenia: tratamento
Embora não exista cura para a doença, os sintomas da esquizofrenia podem ser controlados e tornarem-se menos frequentes com o tratamento correto, permitindo que o doente tenha, completa ou parcialmente, maior qualidade de vida.
A intervenção terapêutica passa pela medicação (antipsicóticos) em associação com tratamentos psicossociais. Refira-se, ainda, a importância de um diagnóstico precoce, que aumenta a probabilidade de resposta positiva ao tratamento.
É também importante que o doente não interrompa o tratamento, sem indicação médica, nem tome a medicação irregularmente, já que quando os medicamentos antipsicóticos são interrompidos ou tomados irregularmente as recaídas são mais prováveis. A maioria dos pacientes precisa da medicação ininterruptamente para não ter novas crises.
Os principais objetivos do tratamento (a curto e longo prazo) são os seguintes:
- Eliminar ou aliviar os sintomas;
- Prevenir recaídas;
- Prevenir ou diminuir a necessidade de consultas ou hospitalizações;
- Evitar ou limitar efeitos secundários indesejáveis que possam resultar da medicação;
- (Re)iniciar as atividades do dia-a-dia.
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