Embora tenha sido reconhecida por governos anteriores a ausência de produtos de colocação da dívida portuguesa para pequenos investidores, ainda não tinha havido uma concretização. Os certificados do tesouro foram extintos e os certificados de aforro foram revistos estrategicamente numa lógica de competitividade (para fazer face aos depósitos a prazo) , no entanto o peso da dívida no retalho tem descido acentuadamente. Uma situação que o IGCP pretende contrariar e assumir um papel mais importante neste segmento.
Considerando assim que há uma falta de oferta de poupança que o Estado pode aproveitar, o IGCP quer aumentar o peso dos investidores de retalho no financiamento do Estado. No II Fórum de Crédito e Educação Financeira organizado pelo Diário Económico, o presidente do IGCP, João Moreira Rato, deixou claro que “tenciona explorar este segmento”, garantindo novidades para os próximos meses. Considerando que não há oferta suficiente ao nível de produtos financeiros com prazos acima de um ano, este deverá ser o segmento a explorar pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP).
Embora ainda não tenha sido divulgado oficialmente qual o tipo de instrumento a utilizar, sabe-se para já que estão em cima da mesa produtos com taxa fixa ou juros crescentes. Não está descartada a hipótese de lançar obrigações em que serão feitos sorteios para atribuir prémios aos seus detentores, à semelhança do que aconteceu na Irlanda.