Se és daqueles que anda frequentemente pelos sites e plataformas de emprego, já deves ter visto as oportunidades de estágio na União Europeia que surgem aproximadamente cada três meses. Quando ainda estava a acabar a licenciatura lembro-me de olhar para elas como oportunidades quase impossíveis, reservadas apenas para quem tem um percurso académico impecável e uma média daquelas invejáveis. Foi o email de confirmação e o próprio estágio que me demonstraram que nada disto era certo.
Olhando para atrás, fico feliz por não me ter deixado levar por esses receios e por ter arriscado a candidatar-me. Afinal de contas, descobri que há muitos outros fatores considerados para além da média e por isso ficam aqui para não pensarem duas vezes.
O que é que eles procuram?
Como em qualquer candidatura, a carta de apresentação é fundamental. É através dela que conseguimos distinguir-nos de dezenas, centenas ou até milhares de candidatos com o mesmo perfil. Tiveram algum professor que seja de alguma forma reconhecido na área? Segundo uma das pessoas responsáveis pela selecção, este tipo de informação pode ser decisiva na hora de escolher um candidato.
Já ouvi muitas pessoas dizerem que não se candidatam a estes estágios por já serem “velhas” para isso. Em todas as ofertas que vi anunciadas até agora nunca vi um limite de idade e, durante os seis meses de duração do estágio, conheci pessoas de todas as idades – quando digo todas, é mesmo todas -. O mesmo se aplica à experiência profissional pois, para além de recém-licenciados, estas oportunidades também estão disponíveis a pessoas que já trabalharam.
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Será que a bolsa é suficiente?
O outro ponto que muitas pessoas questionam, e eu própria o fiz, é o facto de conseguir “viver” com o dinheiro da bolsa. Se estão a candidatar-se a um estágio remunerado, a resposta é SIM. Apesar de estarmos a falar de países com um nível de vida mais caro do que em Portugal, a bolsa é mais do que suficiente para cobrir as despesas básicas de alojamento (quarto), alimentação, transporte e muito mais.
E agora? Já estão convencidos de que têm possibilidades de trabalhar numa Instituição Europeia? Muito bem! Então agora vem a parte menos boa. Esta oportunidade dura no máximo e no melhor dos casos seis meses! Isto pode variar de área para área mas, a verdade é que as possibilidades de ficar a trabalhar de forma permanente após o estágio são reduzidas.
É por isso que o meu conselho é, para além de não terem medo a tentar uma e outra vez, no momento em que conseguirem esta oportunidade aproveitem-na ao máximo pois, chegado o fim, não vão querer sair de lá.
Por Diana Pereira.
Licenciada em tradução pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Após uma primeira experiência laboral na área de terminologia, atualmente trabalha como estagiária numa empresa de marketing digital.
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