O estudo acompanhou 797 mulheres e, de acordo com os autores, as mulheres com estes sintomas têm entre 50 a 75% menos riscos de perder o seu feto em comparação com grávidas que não tiveram enjoos.
As participantes do estudo tinham já tido um ou dois abortos espontâneos anteriores.
Foram analisadas as informações fornecidas pelas gestantes que registaram diariamente as náuseas e vómitos durante a segunda até à oitava semana da gravidez. Após este período, as participantes responderam a um questionário mensal até a 36ª semana.
Normalmente os enjoos terminam durante o quarto mês de gravidez, mas algumas mulheres podem ter estes sintomas até o dia do parto.
Stefanie Hinkle, uma das autoras do estudo, refere que “a ideia de que os enjoos matinais indicam que a gravidez está a correr bem é há muito entendida, mas até agora não tínhamos dados estatísticos sólidos para fortalecer esta crença”.
A investigadora do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humanos dos Estados Unidos acrescenta ainda que “a investigação estuda os sintomas desde as primeiras semanas de gravidez, logo após a conceção, e confirma que há um vínculo entre os enjoos e a redução do risco de perder o feto”.
As razões pelas quais os enjoos parecem diminuir o risco de aborto espontâneo não são aprofundadas pelo estudo publicado na revista americana, mas a equipa de investigação acredita que as náuseas podem proteger o feto de toxinas e outros micro-organismos presentes nos alimentos e bebidas ingeridos pela mãe.
Pesquisas anteriores indicam que os enjoos, ao provocar uma menor ingestão de alimentos, reduzem a exposição do feto a toxinas e reduzem também os níveis de insulina. Esta menor ingestão alimentar estimula ainda o crescimento da placenta.
Veja também:
26 Dez, 2016 - 08:00
26 Dez, 2016
Estudo publicado na revista científica JAMA Internal Medicine relaciona enjoos matinais com menor risco de sofrer aborto espontâneo.