A fadiga crónica, também conhecida pela síndrome da fadiga crónica ou por encefalomielite miálgica, é uma condição complexa que causa fadiga extrema, problemas de sono, dor e outros sintomas.
As pessoas com fadiga crónica sentem-se muito cansadas e exaustas a maior parte do tempo. O cansaço não melhora com o repouso e é frequentemente muito pior depois de pequenas quantidades de atividade física ou mental.
O impacto é significativo na vida quotidiana, porque pode impedir a maior parte das pessoas de realizar as suas atividades habituais. Tarefas anteriormente consideradas simples podem-se tornar árduas, e às vezes pode ser muito difícil até mesmo sair da cama. Algumas pessoas com sintomas graves não conseguem sair de casa por longos períodos.
Enquanto não há cura para a fadiga crónica, existem tratamentos para ajudar a aliviar os sintomas e auxiliar a pessoa a sentir-se melhor à medida que recupera.
Conheça os principais sintomas da fadiga crónica
Os sintomas mais comuns da fadiga crónica são:
- Fadiga que não passa com descanso;
- Alterações no sono;
- Dor muscular ou articular inexplicável;
- Perda de memória;
- Alteração dos níveis de concentração;
- Inflamação da garganta;
- Nódulos linfáticos do pescoço e da axila inchados;
- Dores de cabeça com padrão e gravidade diferentes do habitual;
- Exaustão extrema que dura mais de 24 horas após o exercício físico ou mental.
Todos estes sintomas podem manifestar-se de forma leve ou grave. Podem aparecer e desaparecer em pouco tempo, ou podem durar semanas, meses ou anos. Também podem surgir com o tempo ou aparecer de repente.
Causas e fatores de risco
As causas da fadiga crónica são desconhecidas. Alguns peritos acreditam que possa ser desencadeada por uma combinação de fatores. Admite-se que é possível que algumas pessoas sejam geneticamente propensas a desenvolver esta síndrome ou que existem alguns fatores que podem contribuir para o seu aparecimento, tais como:
- Uma infeção por vírus: cerca de uma em cada 10 pessoas com o vírus Epstein-Barr, o herpes vírus humano 6 e o vírus da leucemia do rato, desenvolvem fadiga crónica;
- Um sistema imunológico debilitado;
- Stress;
- Desequilíbrios hormonais: níveis anormais de hormonas produzidas no hipotálamo, nas glândulas pituitárias e glândulas suprarrenais.
Fatores que podem aumentar o risco da fadiga crónica incluem:
- Faixa etária dos 40 e 50 anos;
- Sexo feminino (as mulheres são diagnosticadas com muito mais frequência do que os homens);
- Stress;
- Predisposição genética;
- Alergias;
- Fatores ambientais.
Complicações Possíveis
- Depressão;
- Isolamento social;
- Ansiedade;
- Restrições de estilo de vida.
Diagnóstico
Como nenhuma causa isolada foi identificada e, como muitas outras doenças produzem sintomas semelhantes à fadiga crónica, esta condição pode ser difícil de diagnosticar. Não existem testes laboratoriais que possam comprovar a existência desta doença.
O diagnóstico é baseado na exclusão: o médico deve primeiro descartar qualquer outra condição que possa estar a causar a fadiga e os sintomas relacionados.
Para o seu diagnóstico, a fadiga tem de:
- Ser crónica e inexplicada;
- Ser persistente ou recidivante e estar presente há seis meses ou mais;
- Ser de início novo ou definido (ou seja, não foi ao longo da vida);
- Não ser o resultado de esforço contínuo;
- Não ser substancialmente aliviada pelo repouso;
- Provocar uma redução substancial dos níveis anteriores de atividades;
- A pessoa tem de ter pelo menos quatro dos nove sintomas já descritos.
Tratamento
Não há cura para a fadiga crónica. O tratamento concentra-se no alívio dos sintomas.
Cada pessoa tem sintomas diferentes, e cada uma pode beneficiar de diferentes tipos de tratamento, com o objetivo de controlar a doença e aliviar os seus sintomas.
Algumas dicas para aliviar os sintomas:
- Mudar o estilo de vida;
- Evitar o stress físico e psicológico excessivo;
- Realizar exercício gradual e cuidadosamente aumentado até ao nível de tolerância;
- Tratar os problemas psiquiátricos frequentemente relacionados, como a depressão e a ansiedade, através de medicação e/ou terapia comportamental;
- Aprender a controlar a fadiga e os outros sintomas;
- Despender tempo para fazer relaxamento regular;
- Manter a rotina anterior o máximo possível;
- Manter a atividade num nível uniforme;
- Planear atividades que permitam conforto;
- Praticar bons hábitos de sono;
- Efetuar alongamentos, uma boa postura e exercícios de relaxamento;
- Evitar alimentos que pareçam piorar os sintomas.
A maneira como esta doença decorre varia de pessoa para pessoa. Apesar do aumento nos esforços ao nível da pesquisa, a fadiga crónica continua a ser uma condição mal compreendida e sem cura. Habituar-se a esta síndrome pode ser sem dúvida um desafio. Provavelmente será necessário um esforço para efetuar grandes mudanças no estilo de vida para se adaptar à existência da fadiga crónica.
As perspetivas para as pessoas com fadiga crónica são variáveis. Embora muitos sintomas melhorem significativamente, muitos adultos não voltam a sentir-se exatamente como antes da doença e continuam a precisar de mais descanso do que antes.
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