Share the post "3 fatores que deve ter em conta ao contratar um seguro de saúde"
Contratar um seguro de saúde é uma decisão importante, porque está a procurar garantir mais cuidados médicos para si e para a sua família. Por isso, é fundamental saber como funcionam estes seguros e o que significam alguns conceitos.
E sim, a palavra certa é mesmo contratar. Porque um seguro de saúde é feito mediante a adesão a um contrato, com regras e direitos e deveres para ambas as partes. Daí a importância de, antes de contratar um seguro de saúde, perceber bem o que está incluído, que despesas terá não só com as consultas e outros atos médicos, mas também com o seguro em si.
Todos os seguros têm de respeitar as regras gerais, definidas pelo Regime jurídico do contrato de seguro. Depois, há especificidades para cada um, porque um seguro de saúde é diferente do seguro automóvel, por exemplo.
Mesmo dentro de cada seguro do mesmo tipo, há condições diferentes, que variam também de pessoa para pessoa. Certamente já ouviu falar em condições gerais e particulares. De uma forma bastante simples, é disto que falam as tais “letras miudinhas” nos contratos de seguro.
Ler o contrato de seguro é muito importante para saber aquilo a que tem direito e quando. Mas, por vezes, os termos usados podem não ser facilmente percetíveis pelos consumidores. E, por isso, nem sempre é fácil ter a certeza que está a contratar o seguro de saúde mais adequado.
Saiba quais são os fatores a que deve ter atenção na hora de escolher.
1. O que inclui o seu seguro de saúde?
Ao contratar um seguro de saúde não se concentre apenas em quanto vai pagar por mês. Veja a que corresponde esse valor: isto é, o que está realmente incluído no preço. Que, neste caso, se chama prémio e é geralmente fracionado, ou seja, dividido por vários meses, para ser mais acessível.
Se o anúncio diz “desde x por mês”, pode querer dizer que esse x corresponde a uma cobertura mínima. Isto é, ao pagar menos tem direito a menos coisas. Que podem ser menos consultas, ou não ter acesso a determinados tratamentos ou especialidades.
Um seguro de saúde, como qualquer seguro, tem coberturas e exclusões, o que quer dizer que há situações que estão abrangidas e outras que estão excluídas.
Como os seguros de saúde são muitas vezes comercializados em pacotes, um pacote mais barato pode significar menos coberturas. Mas também lhe pode ser dada a possibilidade de acrescentar mais coberturas, pagando mais por isso. Uma cobertura não é mais do que o nome dado a cada uma das proteções subscritas no seguro. Estomatologia ou parto são exemplos de coberturas.
Assim, é essencial conhecer as coberturas e exclusões para ter a certeza que está a contratar um seguro de saúde realmente adequado às suas necessidades.
Entre as exclusões mais comuns estão, por exemplo, tratamentos estéticos ou de fertilidade, check-ups, internamento para tratamento de dependências ou de doenças do foro psiquiátrico ou transplantes. Veja quais são as do seu seguro antes de decidir.
E as doenças preexistentes?
Outro fator a ter em conta é saber se as doenças diagnosticadas, antes da assinatura do contrato, estão incluídas no seguro de saúde.
As chamadas doenças preexistentes podem ou não estar cobertas pelo seguro de saúde; ou pode existir um período em que as despesas relacionadas com essa doença não sejam cobertas pelo seguro. Esse período, de acordo com o supervisor do setor dos seguros (a Autoridade de Supervisão dos Fundos de Pensões – ASF) não pode ser superior a um ano.
Ainda assim, e principalmente se tem uma doença que obrigue a consultas, exames ou tratamentos regulares, tenha atenção a este fator. Ao saber as condições relativamente a doenças preexistentes evita estar a pagar por algo de que não vai usufruir.
Plano de saúde ou seguro de saúde?
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2. Como é feito o pagamento?
Além do chamado prémio, que é o valor que paga periodicamente para beneficiar do seguro, terá outras despesas. Ou seja, sempre que usar o seguro – e excetuando os casos de ofertas esporádicas – vai ter de pagar a totalidade ou uma parte do custo do serviço que usou.
Vejamos o caso de uma consulta de especialidade: imagine que, se não for cliente do seguro, o preço dessa consulta são 100€. A comparticipação do seguro é de 40%, o que quer dizer que só teria a pagar 60€.
Se o seu seguro tiver a modalidade de reembolso, no fim da consulta paga 100€. Envia a fatura da despesa para a seguradora e recebe depois 40€. Nesta modalidade pode escolher o médico, hospital ou clínica que quiser.
Caso o seguro de saúde funcione através de rede convencionada (modalidade de copagamento), tem de escolher um prestador que tenha acordo com a sua seguradora. Nesse caso, no fim da consulta paga 60€. Os restantes 40€ são depois pagos pela seguradora ao médico ou à clínica.
Como se percebe, estas duas modalidades têm vantagens e desvantagens. Por isso, ao contratar um seguro de saúde, veja qual é a melhor para o seu caso. Ou pode escolher um seguro que combine as duas modalidades, isto é, que lhe permita ter acesso a cuidados de saúde dentro e fora da rede convencionada.
Outras cláusulas
Já leu a apólice do seguro de saúde para perceber se tem franquias ou períodos de carência? Bom, é provável que não faça ideia do que se está a falar. Isto porque a gíria dos seguros pode ser um pouco confusa para quem não trabalha na área.
Vamos, então, por partes. A apólice é aquele documento que contém as condições do contrato de seguro e a que, muitas vezes, não damos grande importância. O que é um erro, porque é lá que estão as condições do seu seguro, incluindo os tais períodos de carência ou franquias.
No fundo, estas expressões são apenas condições para a utilização do seguro.
Um período de carência é o tempo que demora até poder beneficiar de algo: por exemplo, se existir um período de carência de três meses para tratamentos dentários, quer dizer que, após a subscrição do seguro, tem de esperar três meses para fazer o tratamento dentário e ter direito a reembolso ou comparticipação.
O princípio da franquia é semelhante. Imagine, por exemplo, uma franquia de 20€ para exames médicos. Quer dizer que só quando tiver atingido 20€ em despesas com exames é que estes passam a ser comparticipados.
Outro dado importante é saber qual o capital disponível para cada cobertura. Isto é, qual o limite até ao qual o seguro paga por essa cobertura. Se, por exemplo, for de 1.000€ para cirurgias, só tem esse valor para gastar em cirurgias.
Estes são aspetos importantes que deve ter em conta ao contratar um seguro de saúde e que podem fazer a diferença na forma como vai ou não usufruir plenamente desse seguro. Para ajudar a descodificar alguns conceitos a ASF criou um documento que explica algumas expressões usadas pelas seguradoras e que pode ser-lhe útil.
3. Seguro de saúde é diferente de plano de saúde
Ao analisar o mercado para contratar um seguro de saúde tenha cuidado para não confundir seguros de saúde e planos de saúde. Embora tenham o mesmo objetivo – que o cliente possa beneficiar de cuidados de saúde a um preço mais baixo – são dois produtos diferentes.
Um plano de saúde não é um seguro, pelo que não está sujeito às mesmas regras no que respeita ao contrato nem à supervisão da ASF.
Ainda assim, o facto de poder ter um preço mais baixo e de ser mais acessível a faixas etárias que poderiam ser penalizadas pela idade na contratação de um seguro de saúde, torna este produto adequado a vários casos.
Como não têm geralmente limitações como exclusões por doença anterior ou limite de idade, são de acesso mais fácil. A inexistência de franquias ou de períodos de carência pode ser outra vantagem em relação ao seguro de saúde.
Na prática, um plano de saúde é como um cartão de descontos, que permite recorrer a uma rede de prestadores aderentes e pagar menos do que pagaria.
Assim, se está na dúvida entre as duas opções, analise os prós e os contras de cada uma, avaliando a solução mais adequada ao seu caso.
O que saber antes de contratar um seguro de saúde?
Cada caso é diferente e o seguro de saúde que um amigo ou familiar tem pode não ser o mais adequado para si. Por isso, é importante perceber as suas motivações para contratar um seguro de saúde.
Tem filhos pequenos? Vive numa região onde os cuidados do setor público são limitados? Precisa de garantir cuidados de saúde devido a uma doença preexistente? Que idade tem? A que especialidades médicas recorre mais? Estas são algumas perguntas que deve fazer antes de decidir.
Identificado o seu perfil, peça várias propostas, para que possa comparar o que cada uma oferece. Como já vimos, o preço não pode ser o único termo de comparação.
Analise as coberturas e exclusões, veja quais os prestadores que existem perto de si e quais as comparticipações. Verifique se existem períodos de carência, franquias e outras limitações.
Este processo pode levar mais tempo, mas garante certamente uma escolha mais acertada.
Tratando-se da sua saúde, não facilite. Escolha uma entidade que já lhe tenha dado provas de confiança ou que já conheça.
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