Há uma combinação de fatores que determinam o valor do salário dos diversos setores de atividade e funções exercidas – sejam eles – gerais, internos e externos.
Das tendências de mercado à experiência dos profissionais, são muitas as variáveis que interferem no cálculo de um ordenado. O ramo de negócio ou a responsabilidade dos cargos assumem algumas das principais referências, mas há outras.
Saber qual o valor salarial certo para determinada profissão não é fácil, mas é possível pesar alguns aspetos determinantes como o custo de vida inerente a determinada região ou a relevância do nome de uma universidade no CV.
À exceção dos salários do setor público, estabelecidos em tabelas do conhecimento de todos – nalguns casos acrescidos de benefícios – os ordenados variam bastante no setor privado, o que pode ser positivo.
Há sempre margem para negociar, essa é uma certeza, mesmo que nem sempre represente algo significativo. Algum bom senso, pragmatismo e visão no futuro podem fazer a grande diferença.
Conheça os principais fatores que determinam o valor do salário.
8 fatores que determinam o valor do salário: descubra-os
1. Legislação
A base de referência para determinar um salário é, regra geral, o valor do ordenado mínimo vigente, assim como todos os direitos e garantias inerentes previstas no Código do Trabalho.
Nenhum salário é definido ao acaso, sem considerar princípios básicos legais do respetivo país.
2. Formação académica e experiência profissional
Estes são dois dos principais fatores que determinam o valor do salário de qualquer profissional. Quanto mais elevado o grau académico (licenciatura, mestrado, doutoramento ou outro), mais alto será o ordenado.
Na balança de cálculo pesam o curso frequentado e a reputação da instituição de ensino. A par do nível de conhecimento e formação, está a experiência profissional que assume, muitas vezes, um papel decisivo. Mais experiência equivale a uma maior destreza no cumprimento das tarefas e qualidade nos resultados, mas isso tem um preço.
3. Setor de atividade
O valor dos salários muda de acordo com a área profissional. O peso de um determinado setor na economia, a necessidade de mão de obra qualificada ou as tendências de mercado, determinam a subida e descida de ordenados em diferentes ramos de atividade.
Áreas como a saúde ou a banca apresentam salários, normalmente, mais altos do que o setor administrativo ou a restauração.
Áreas mais rentáveis ou em maior crescimento tendem a oferecer ordenados mais altos aos seus funcionários.
4. Regalias além do salário
Ainda não é o cenário mais comum, uma proposta salarial pode ir além do valor-base, somando a esse várias regalias.
Há empresas que tem por princípio oferecer benefícios adicionais, tais como seguros e saúde, subsídios de transporte e de alimentação, prémios de produtividade, formação paga, creche ou ATL’s (Atividades de Tempos Livres) para os filhos pequenos, telemóvel e computador, ginásio, férias ou viagens pagas, entre outros.
As regalias oferecidas variam entre empresas ou setores de atividade, mas são sempre um fator importante a ter em conta na hora de negociar um salário. Mesmo que o ordenado base seja relativamente baixo em relação ao desejado, a soma de todos os extras pode fazer uma grande diferença e acabar por compensar.
5. Performance
Quanto melhor o desempenho, melhor será o salário. Atualmente, mais do que nunca, todos os profissionais, independentemente da área de trabalho, são avaliados e essa avaliação é determinante para o cálculo da remuneração correspondente.
Claro que receber bem motiva a fazer mais e melhor, mas também há que mostrar competência para conseguir atingir objetivos. Acaba por representar uma segurança para a entidade empregadora e um reconhecimento para o trabalhador.
6. Localização
Cada região tem custos de vida distintos. As grandes cidades têm um custo superior ao de cidades pequenas do interior. O cálculo das médias salariais analisa os custos de vida do meio envolvente para ajustar os valores atribuídos.
Assim, o ordenado para uma mesma função varia de acordo com o custo de vida associado à localização.
7. Volume de negócios
Em algumas empresas, o grande fator que determina o valor do salário, sobretudo para cargos como os de coordenação, gestão ou direção está intimamente relacionado com o volume de negócios e responsabilidade envolvida.
Um bom administrador, capaz de aumentar as vendas em larga escala vê reconhecido o seu conhecimento e esforço, com um salário elevado, proporcional à faturação da empresa.
Cenário semelhante acontece em empresas pequenas que registam ordenados igualmente baixos.
8. Negociação do salário
Negociar é fundamental sempre que se pretende chegar a um valor salarial justo e ainda que pareça, nalguns casos, algo relativamente simples, a verdade é que nunca o é.
Na definição do valor salarial de um profissional é considerada uma combinação de fatores, internos e externos, nomeadamente a conjuntura económica nacional, a situação financeira da empresa e o perfil do trabalhador.
Para o empregador, um ordenado alto pode atrair bons profissionais, mas também pode colocar em causa a liquidez da instituição. Para o candidato ao emprego, o ordenado pode fazer toda a diferença na hora de aceitar ou recusar a oferta, mas há que ponderar a possibilidade de evolução na carreira e outros benefícios que a médio ou a longo prazo (o que depende sobretudo do seu desempenho) pode revelar-se uma boa aposta, ainda que não seja, à partida o ordenado ideal.
Apesar de todos os fatores que determinam o valor do salário atribuído à profissão a desempenhar, é sempre importante negociar de modo a chegar mais perto do valor que considere certo. Fazê-lo com conhecimento é absolutamente fundamental.