A febre tifoide é uma doença infeciosa causada por uma bactéria chamada Salmonella Typhi, que só pode afetar e surgir nos seres humanos, e ser transmitida pelos mesmos.
Após a contaminação, a bactéria invade o intestino e a partir daí espalha-se pela corrente sanguínea para diversos órgãos. Este problema de saúde pode causar a morte se não for tratado a tempo.
Transmissão da febre tifoide
A transmissão desta doença pode ocorrer através do contato direto com vómitos, urina, fezes e outras secreções pertencentes à pessoa infetada.
A febre tifoide pode também ser propagada através da ingestão de água ou alimentos contaminados com a bactéria Salmonella Typhi, caso estes tenham estado em contato com um doente.
As moscas transmitem igualmente esta bactéria, ao fazê-lo diretamente das fezes para os alimentos.
Sintomas da febre tifoide
Os sintomas mais comuns dão sinal entre o 8º e o 14º dia após a infeção. Sensações de mal estar como perda de apetite, dores de cabeça, abdominais ou articulares, febres altas, diarreia ou prisão de ventre são alguns desses sinais.
Os sintomas menos frequentes são:
- Tosse seca;
- Dor ao urinar;
- Hemorragias nasais.
Se o paciente não estiver a ser tratado, a sua temperatura corporal pode manter-se entre 39,5ºC e 40ºC durante 10 a 14 dias, e só irá voltar ao normal cerca de quatro semanas depois. Esta febre pode juntar-se a outros sintomas como:
- Cansaço extremo;
- Delírio;
- Períodos de inconsciência;
- Frequência cardíaca lenta;
- Coma.
Caso o doente venha a ter estes sinais, significa que a infeção se encontra em estado grave:
- Sintomas parecidos aos da pneumonia ou de uma infeção das vias urinárias;
- Cerca de 10 por cento dos doentes tem pequenos pontos rosados no peito e no abdómen durante a segunda semana de doença, que permanecem entre 2 a 5 dias.
Quando a doença atinge um estado avançado pode também causar uma inflamação nos intestinos delgado e grosso. Este quadro clínico provoca úlceras que sangram e podem perfurar nos casos mais graves, o que coloca a vida do paciente em risco. Alguns doentes são submetidos a uma cirurgia para reparar o intestino que foi perfurado.
Há indivíduos infetados por esta bactéria que nunca chegam a manifestar sintomas de febre tifoide, mas costumam apresentar uma doença crónica da vesícula biliar.
Tratamento da febre tifoide
Se sofrer de febre tifoide deve procurar ajuda médica para que o diagnóstico seja confirmado e possa receber o tratamento adequado. Esta doença pode causar a morte se não for tratada, devido às graves complicações de saúde que pode trazer.
O médico poderá pedir-lhe amostras de sangue, fezes e também outros líquidos ou tecidos corporais, para que sejam enviados para um laboratório que irá confirmar ou não a doença.
Em alguns casos, os pacientes são internados para recuperarem a hidratação e receberem uma administração venosa de antibióticos, que costumam ser suficientes para curar a maioria dos doentes de febre tifoide. A recuperação total pode levar semanas ou meses.
São cerca de 12 por cento os indivíduos que sofrem desta patologia e morrem devido à falta de tratamento. A maioria deles morre por estar desnutrida, ser imunodeficiente e ser muito jovem ou idosa.
Complicações da febre tifoide após o tratamento
Apesar da maioria dos doentes ficar completamente curada após a realização do tratamento, alguns podem manter estas complicações de saúde desencadeadas pela febre tifoide:
- Infeção da vesícula biliar e do fígado;
- Infeção muscular que pode provocar abcesso;
- Hemorragias abdominais;
- Pneumonia;
- Cerca de 2 por cento dos doentes têm hemorragias graves (a perda de sangue ocorre durante a terceira semana da doença);
- A perfuração intestinal ocorre em 1 ou 2 por cento dos doentes e causa fortes dores abdominais;
- Infeção do sangue, o que pode por vezes levar a uma infeção dos ossos (osteomielite), da membrana que reveste o cérebro (meningite), dos rins (glomerulonefrite), das válvulas cardíacas (endocardite) ou das vias urinária ou genitais
Mesmo que tenha feito tratamento para curar a febre tifoide, o seu caso deve continuar a ser acompanhado pelo seu médico para garantir que a febre não volta e que não existem outras complicações decorrentes da mesma.
Prevenção da febre tifoide
A melhor maneira de evitar esta doença é consumir apenas água filtrada ou fervida, e ter cuidados básicos com a higiene pessoal e no manuseamento de alimentos, como lavar sempre as mãos depois de urinar ou defecar para que os alimentos ou utensílios usados não sejam contaminados.
Existe também uma vacina contra a febre tifoide que garante uma eficácia de cerca de 70 por cento. Esta só é aplicada aos indivíduos que tenham sido expostos a esta bactéria, ou que viagem para locais de risco, entre eles os países em desenvolvimento que não têm muitas condições de higiene.
Mesmo que esteja vacinado, o indivíduo deve evitar à mesma o consumo de água ou alimentos contaminados, pois a proteção da vacina não chega a 100 por cento.
Beber água engarrafada, consumir alimentos muito quentes logo após terem sido cozinhados, enlatados que não tenham sido antes abertos e frutas que tenha sido o próprio indivíduo a descascar são algumas das soluções para não apanhar febre tifoide nos países em desenvolvimento.
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