Share the post "Felicidade no trabalho em Portugal: o que realmente importa?"
A felicidade no trabalho é um tema central para a motivação e retenção de colaboradores, mas o que define um ambiente laboral feliz? O “Barómetro da Felicidade no Trabalho”, desenvolvido pela IDEA Spaces, analisou as preferências e prioridades dos trabalhadores portugueses, revelando dados importantes sobre os fatores que influenciam o bem-estar no local de trabalho.
O que é a felicidade no trabalho?
Segundo o estudo, os trabalhadores portugueses associam a felicidade no trabalho a quatro fatores principais:
- Interesse e motivação pelo trabalho desenvolvido;
- Bom ambiente de trabalho;
- Reconhecimento, valorização e realização pessoal;
- Salário competitivo.
Para muitos, sentir-se reconhecido e ter um ambiente harmonioso são tão importantes quanto a remuneração. Este equilíbrio é um reflexo das necessidades modernas dos profissionais, que procuram mais do que um simples local para trabalhar: querem um espaço onde se sintam valorizados e motivados.
Como as empresas estão a responder?
Os resultados mostram que nem todas as empresas têm conseguido acompanhar estas expectativas. Cerca de 40% dos trabalhadores afirmam que as suas empresas não oferecem qualquer iniciativa ou atividade que promova o bem-estar, como workshops, atividades desportivas ou dias de folga para cuidados pessoais. Além disso, apenas 6,7% dos trabalhadores se consideram “extremamente felizes” no trabalho, revelando um panorama com espaço para melhorias.
Por outro lado, benefícios como o subsídio de refeição (79,6%), o seguro de saúde (49,2%) e a flexibilidade de horário ou local de trabalho (44,5%) estão entre os mais oferecidos pelas empresas. Ainda assim, o estudo mostra que aspetos como bónus de desempenho (46,4%) e progressão na carreira são altamente valorizados, mas pouco satisfeitos pelas organizações.
Impacto do regime de trabalho
O regime de trabalho também desempenha um papel importante na felicidade laboral. O barómetro revelou que os trabalhadores em regime remoto têm o nível médio de felicidade mais elevado (7,1 pontos), seguidos dos que trabalham em regime híbrido (6,5 pontos). Já o regime presencial apresenta a média mais baixa (6,2 pontos), indicando uma clara preferência pela flexibilidade e autonomia.
Principais fatores de insatisfação no emprego
Entre as razões apontadas para a insatisfação no trabalho, destacam-se:
- Baixo salário (o fator mais citado);
- Problemas com a gestão e liderança;
- Falta de reconhecimento e valorização;
- Ausência de oportunidades de progressão;
- Mau ambiente de trabalho.
A média salarial ilíquida registada no estudo foi de 1.487€, com disparidades regionais significativas. Em Lisboa e no Porto, os salários tendem a ser superiores à média, mas também é nestas regiões que se verificam os níveis mais baixos de satisfação.
Qual o caminho a seguir?
O “Barómetro da Felicidade no Trabalho” deixa uma mensagem clara: há muito trabalho a ser feito para melhorar o equilíbrio entre as expectativas dos colaboradores e as práticas das empresas. A criação de ambientes que promovam o bem-estar, o reconhecimento e a valorização devem ser prioridades estratégicas para as organizações.
Investir na felicidade laboral não é apenas uma questão de ética, mas também de produtividade e retenção de talento. Empresas que apostam em benefícios personalizados, flexibilidade e progressão na carreira estarão melhor posicionadas para reter os seus colaboradores e atrair os melhores profissionais.
Este estudo é um convite à reflexão tanto para empregadores como para colaboradores. Afinal, a felicidade no trabalho é mais do que um conceito abstrato – é um fator determinante para o sucesso das organizações e para a qualidade de vida dos trabalhadores.