Outubro de 2020 marca a mudança de paradigma com a chegada de novo modelo elétrico 500e tudo se altera. Até o número de portas passa a ser 3. No entanto, continua a ser uma “che bella macchina!”
O entusiasmo da Fiat desde que lançou em 2007 o novo Fiat 500 não para de aumentar. Depois do sucesso alcançado com o modelo proposto com motorizações a gasolina e diesel adaptadas ao pequeno citadino e com elevado grau de desempenho, eficiência e economia, a marca italiana abraçou o novo paradigma e aposta forte na versão elétrica deste modelo.
Em finais de 2019 o cenário sócio-económico, não sendo muito animador, prometia algum desafogo para 2020, mas rapidamente se desvaneceu com o anúncio dos primeiros casos da COVID-19. Da China vinham más notícias. Da incredulidade inicial ao “medo” real da presença de um vírus, que limitou as comunidades de forma drástica, foi uma questão de meses.
Fiat 500: a lenda renasce qual Fénix
Após uma paragem a nível global com as economias a passarem horrores, as marcas automóveis vêm o mercado retrair. Às fortes limitações e regras impostas para o setor, principalmente no que toca a emissão de gases nocivos pelos motores, restou repensar estruturas e mudar de paradigma.
A pouco e pouco as marcas apostam em viaturas com propulsão elétrica, deixando para segundo plano os tradicionais motores a combustão. Estes passam a ser preferencialmente conjugados com sistemas elétricos transformando-se em híbridos, mais eficientes e amigos do ambiente. Logo, mais atraentes. É este o caminho também na Fiat, que aposta na hibridização dos modelos e na eletrificação do seu lendário 500.
A mudança de paradigma foi encetada e, a Fiat deu a conhecer o primeiro modelo 100% elétrico que dá ênfase à estratégia da marca, qual Fénix renascida das cinzas. A mais recente novidade do construtor de Turim é o Fiat 500 3+1, que se destaca dos demais “irmãos” por estar dotado de três portas, sendo que a terceira porta está localizada do lado do passageiro e tem abertura invertida.
Terceira porta elimina pilar central
Esta terceira porta com que a Fiat equipa o mais recente modelo Fiat 500e 3+1 tem abertura ao contrário, elimina o pilar central, e na prática permite que se aceda ao banco traseiro de forma mais confortável.
Além disso, a colocação de uma cadeira para bebé ou um banco para uma jovem criança coloca-se de forma fácil e rápida. Quando fechada a porta não influi na estética do Fiat 500e não se notando qualquer diferença para os demais modelos.
O Fiat 500e é proposto com versão limitada “la Prima Opening Edition” que se carateriza pela diferença de estilo, exclusividade, tecnologia e conetividade, a que soma três cores especiais: Rosa Gold, Azul Glacier e Preto Onyx e três níveis de equipamento que tornam o Fiat 500e ainda mais distinto: Action, Passion e Icon.
Exterior e habitáculo marcados pela exclusividade “la Prima”
As características que marcam o exterior do modelo elétrico e que o tornam tão exclusivo são os faróis dianteiros ‘full led’, com design ‘Infinity’, jantes bicolores de 17”, guarnições nos vidros e nos painéis laterais.
No habitáculo a pequena lenda italiana recebe bancos, tablier e volante forrados a ecopele, monograma Fiat nos bancos, volante bicolor e personalização “la Prima” na consola.
Em termos de motorização o Fiat 500e 3+1 pode ser encomendado na versão base Action com motor de 95 cv de potência com bateria de 23,8 kWh, e autonomia para 180 km, que, em cidade pode chegar a expressivos 240 km. Está ainda disponível a variante Icon com motor de 118 cv de potência e bateria de 42 kWh. A autonomia é de 320 km, mas, em cidade o pequeno e ágil 500e 3+1 poderá percorrer até cerca de 460 km.
Utilizando um sistema de carregamento rápido de baterias de 50kW o Fiat 500e 3+1 recarrega até 50 quilómetros em 10 minutos. Este é o modelo que se propõe dar continuidade ao sucesso do Fiat 500 que conquistou milhões de fãs em todo o mundo ao longo da sua já longa carreira comercial.
Sucesso do Fiat 500 começou em 1936
Tudo tem um princípio e a história do Fiat 500 (com motor dianteiro) começou no longínquo ano de 1936 do século passado. Anos mais tarde, em 1949, a marca italiana para dar resposta ao mercado do pós-guerra, retoma a produção do modelo com o nome 500C. Este tinha secção frontal e traseira completamente redesenhadas.
Disponível em carroçaria coupé de 2 portas e numa mais familiar carrinha a produção destes modelos prolongou-se até 1957, altura em que foram substituídos por automóvel completamente novo, que tinha motor traseiro, à semelhança do “irmão mais velho” Fiat 600, de 1955. Aliás a colocação do motor na secção traseira do automóvel, naquela época era moda. Volkswagen com o Beetle, a Simca, a NSU ou Renault são disso exemplo.
Produção terminou em 1975
Embora pequeno o Fiat 500 provou, desde logo, ser extremamente prático e consolidou rapidamente as vendas em toda a Europa, com disponibilidade do tradicional coupé de 2 portas e de um mais radical modelo que recebia o nome “Giardiniera”. Neste o motor estava colocado de lado, e a distância entre eixos maior em 10 cm possibilitava montagem de banco traseiro mais desafogado; amplo teto solar e travões de maiores dimensões oriundos do Fiat 600.
A produção do Fiat 500 terminou em 1975, altura em que foi substituído pelo Fiat 126. Este não alcançou tanto sucesso quanto seu antecessor na Itália, mas conheceu vendas significativas nos mercados dos países do Bloco de Leste, sendo montado e fabricado na Polônia como um Polski Fiat.
Entre 1957 e 1975 a marca italiana comercializou 3.893.294 de exemplares do Fiat 500. Número que atesta da boa aceitação do modelo que se tornou num ícone, ou numa lenda, como preferirem. Argumentos como o facto de ser pequeno, ágil, confortável e principalmente económico capaz de transportar até 4 passageiros, contribuíram para o êxito. A geração atual que começou percurso em 2007, rapidamente conquistou o público e está a abrir caminho para o futuro com as novas propostas eletrificadas.
Sucesso atrás de sucesso: as diversas variantes do Fiat 500
Em jeito de parêntesis fique a conhecer os diversos modelos do Fiat 500 criados ao longo de 14 anos. Desde furgão a modelo desportivo mais radical, o pequeno citadino quis chegar a todos os públicos e a diversos mercados.
- Nuova 500 (1957-1961);
- Nuova 500 Desporto (1958-1960);
- 500 D (1960-1965);
- 500 Giardiniera (1960-1968);
- 500 Furgoncino (1972);
- 500 F ou Berlina (1965-1973);
- 500 L ou Lusso (1967-1971);
- 500 R ou Rinnovata (1971-1976);
- Fiat 500 America (1958-1962, mercado dos EUA);
- Abarth 695 SS (1964-1971);
- Fiat 500 Jolly Ghia (1957, mercado dos EUA).
Fiat 500 da era moderna chegou em 2007
O atual modelo apresentado em 2007 como novo Fiat 500 (em italiano: Cinquecento) segue as pisadas do modelo original só que ainda mais bonito e adaptado aos nossos dias. É um citadino por excelência. Foi lançado no dia 4 de julho de 2007 num evento que teve lugar na cidade de Turim, Itália.
Tratou-se da ressurreição do lendário Fiat 500, adorado na Itália e noutros países onde foi comercializado. Quando foi lançado oficialmente, o presidente da Fiat, Sergio Marchionne, afirmou que o 500 seria o “iPod” da indústria automóvel, numa alusão ao sucesso do leitor de MP3 da Apple.
A verdade é que o êxito não se fez esperar e a Fiat foi lançando novas versões, caso da 500 Abarth SS (EsseEsse), um irreverente e eficaz desportivo desenvolvido pelo departamento de preparação da Fiat.
Neste 500 Abarth SS as melhorias introduzidas integram jantes de liga leve brancas de 17 polegadas; kit aerodinâmico com pára-choques desportivos; aerofólio na traseira e suspensão desportiva mais baixa.
A performance também está em alta. O motor 1.4 Turbo debita 170 cv, acelera dos 0-100 km/h em 7,4 segundos e a velocidade máxima é de 211 km/h.
Fiat 500L e 500X: feitos para as famílias modernas
Entretanto, o mercado exige novas soluções para famílias. O despontar dos modelos compactos SUV faz com que a marca italiana acompanhe as exigências dos clientes e fãs e, em 2012, apresenta o Fiat 500L, no Salão Automóvel de Genebra. Um compacto SUV de 5 lugares, com motor e tração dianteira. É fabricado em Kragujevac, na Sérvia e comercializado a nível global. Em 2013 a marca italiana alongou o 500L e dotou-o com capacidade para acomodar até 7 passageiros.
Em 2014 novo lançamento: Fiat 500X. Trata-se de um crossover subcompacto inspirado no Fiat Panda 4×4, de 1983. Foi revelado no Salão automóvel de Paris, em 2 de outubro aquele ano.
Outros modelos que surgiram para dar resposta às exigência dos mercado
As marcas para manter a mística dos seus modelos mais icónicos apostam no lançamento das designadas Edições Especiais. O Fiat 500 não é exceção, e deste modo, podemos encontrar algumas versões muito especiais:
- Versão elétrica Fiat 500e – Felipe Massa (2008)
Adaptação do 1.4 Sport entregue como presente ao piloto de Fórmula 1 Felipe Massa. Recebe motor 1.4L que debita 120 cv. A carroçaria recebe a cor Pearl White, enquanto o interior é forrado em couro marrom. Teto solar Skydome, jantes em liga leve de 16 polegadas; pinças de travões vermelhas caraterizam este modelo que recebe, também, a assinatura do piloto.
- Pink (2010)
Uma edição limitada do 500, pintada de cor-de-rosa. Tem por base o modelo 1.2 Lounge.
- Elétrico Micro Vett Fiat 500
O Micro Vett Fiat 500 foi apresentado pela empresa NICE Car Company. Está equipado com uma bateria de polímero de lítio da Kokam com capacidade para 22 kW/h, atinge a velocidade de 97 km/h, e a autonomia é de 110 quilómetros. O processo de carregamento da bateria dura entre 6 a 8 horas.
- Fiat 500 EV
Fiat 500 construído pela empresa EV Adapt. Tem motores elétricos e baterias de fosfato de ferro-lítio. Autonomia anunciada de 120 quilómetros e velocidade máxima de 120 km/h.
- Fiat 500 Elettra
Foi revelado no NAIAS de 2010.
- Fiat 500e
Divulgado no Los Angeles Auto Show de 2012 e no Salão do Automóvel de Frankfurt de 2013.
Mais de 8 milhões de exemplares vendidos ao longo dos tempos
Aquando da comemoração do 62.º aniversário, em 4 de julho de 2019, Luca Napolitano, responsável das marcas Fiat e Abarth para a Europa, Oriente Médio e África descreveu o Fiat 500 de uma forma simples, mas que diz bem porque o Fiat 500 é um ícone:
“Com 6 milhões de unidades vendidas ao longo do tempo e mais de 2 milhões de unidades do modelo renovado em 2007, o Fiat 500 é o líder europeu no segmento das viaturas citadinas e o recordista de vendas da FCA nos últimos dois anos. Tudo isto demonstra claramente o afeto que as pessoas têm pelo nosso 500”.