A alimentação é, muitas vezes, uma dor de cabeça para os pais. Ora porque o filho come pouco, ora porque o filho come em excesso. Cada criança tem o seu temperamento e os seus traços de personalidade característicos e, no que toca à alimentação, não parece ser diferente, cada qual com o seu estilo de alimentação próprio. Na mesma família, duas crianças podem ter distintos padrões alimentares, o que se torna mais exigente para os pais.
Quando as crianças comem demais: causas e problemas
Alguns autores avançam com a hipótese de que as crianças que comem em demasia podem ter um paladar bastante mais desenvolvido e adorarem a estimulação dos sabores, cheiros e sensações da comida.
Se o seu filho come em excesso, pode e deve preocupar-se e tentar lidar com este problema alimentar, idealmente sem criar sentimentos negativos (irritabilidade; hostilidade; stress) acerca da comida e da hora da refeição, sem criar lutas de poder, prevenindo a obesidade infantil e as complicações de saúde.
Uma criança obesa tem maiores probabilidades de vir a desenvolver diversos problemas de saúde, nomeadamente: diabetes tipo II; puberdade precoce; problemas osteoarticulares; apneia do sono; colesterol elevado; doenças cardiovasculares; depressão infantil; baixa autoestima; mau relacionamento com o corpo.
Dada a potencial gravidade do problema alimentar, se tiver dificuldades em gerir a situação, lembre-se que pedir ajuda não é motivo de vergonha.
Se o seu filho come em excesso, tome dotas destas dicas
1) Aumente os seus conhecimentos sobre nutrição e alimentação: aprenda a avaliar com precisão a adequação do peso do seu filho e aquilo que ele come;
2) Tenha sempre disponíveis alimentos saudáveis em casa;
3) Ofereça ao seu filho uma alimentação saudável: quanto mais variedade de comida de qualidade tiver na mesa, menor vai ser a compulsão por doces e alimentos industrializados fora das refeições;
4) Dê o exemplo: seja ativo e tenha uma alimentação regrada;
5) Envolva a família e todos os prestadores de cuidados à criança na rotina alimentar: todos devem colaborar e favorecer a mudança de hábitos e comportamentos;
6) Cumpra uma rotina alimentar: o corpo gosta de rotina; cumpra os horários das refeições do seu filho; reforcem os laços que vos unem durante as refeições, comendo calmamente, em família;
7) Converse com o seu filho: procure entender de onde vem a necessidade de comer demais;
8) Explique ao seu filho que ele é o maior especialista acerca do seu próprio corpo: é da responsabilidade dele ouvir atentamente o sinal de que o estômago está satisfeito;
9) Tire o seu filho da frente da televisão e do computador: estimule a participação do seu filho em atividades de convívio ao ar livre (caminhadas; piqueniques; passeios de bicicleta; jogos com bola);
10) Não critique: é possível que a autoestima e a autoconfiança do seu filho precisem de ser trabalhadas; os pais devem estar unidos e ser consistentes nas questões respeitantes à alimentação do filho; é importante saberem dizerem não se o seu filho come em excesso, mas façam-no sem julgar nem criticar;
11) Sempre que se mostre necessário, procurem ajuda médica especializada.
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