A flexibilidade no trabalho ocupou este ano um lugar central nas agendas de todas as empresas e colaboradores. Com a pandemia, foram várias as organizações que adaptaram as suas políticas de Recursos Humanos para refletirem sobre as diversas modificações na natureza do trabalho.
De uma forma geral, a flexibilidade no trabalho implica introduzir e aceitar mudanças e alterações que visem melhor atender as necessidades empresariais e individuais.
O que quer isto dizer que, também se inclui a disposição e capacidade empresarial e individual de adaptação às mudanças de expectativas e circunstâncias.
Fique connosco e saiba quais os benefícios associados à flexibilidade no trabalho e qual a sua verdadeira importância nos dias que correm.
Flexibilidade no trabalho: importância e benefícios
A verdade é que a flexibilidade no trabalho sempre foi altamente valorizada, principalmente pelos colaboradores. Se até há uns anos, pouco se falava neste assunto, a verdade é que com a pandemia o cenário alterou-se por completo.
Tanto as empresas, como os colaboradores depararam-se com inúmeros desafios e problemas associados aos métodos que até agora vigoravam nos locais de trabalho. Surgiram, assim, questões sobre quais os modelos a implementar, de que forma, quando e para quem.
Segundo o mais recente Survey sobre Trabalho Flexível, da Mercer, realizado a mais de uma centena de empresas em Portugal, 65% dos participantes admite que a pandemia foi o principal fator que desencadeou a adesão ao trabalho remoto/flexível.
Para além disto, foi possível apurar que muitas empresas já haviam adotado antes da pandemia, práticas como o “Flex-time” (flexibilidade no horário de início e fim da jornada de trabalho). Contudo, 24% admite ter implementado esta prática após a pandemia ou ter intenções de a vir a implementar dentro de um ano e meio.
De facto, é possível perceber que algumas empresas já se encontravam (antes da pandemia) em fase de implementação de práticas e políticas de trabalho flexível ou a planear colocá-lo em prática. Afinal, a flexibilidade no trabalho tem um papel crucial no desempenho das empresas e colaboradores.
Se por um lado, as empresas mostram cada vez mais a preocupação que têm com os colaboradores, promovendo o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, por outro têm também a capacidade de compreender que este é um fator diferenciador quando o assunto é a atração e retenção de talentos.
Flexibilidade no trabalho: importância para os empregadores
Os empregadores preferem colaboradores flexíveis porque estes são mais valiosos e permitem um trabalho eficaz:
- Um trabalhador flexível modifica a sua abordagem às tarefas com base nas preferências das partes interessadas e de acordo com os requisitos de cada situação;
- São capazes de assumir mais responsabilidades e tarefas diferentes, desempenhando-as com sucesso, isso porque estes trabalhadores estão dispostos a fazer o que for necessário para que a tarefa seja realizada e o trabalho feito. De uma forma geral, estes tipos de trabalhadores são mais ágeis;
- Têm uma rápida e fácil capacidade de adaptação aos diferentes métodos de trabalho. Assim, o facto de trabalharem em teletrabalho ou regime presencial não irá afetar o seu trabalho e desempenho.
Flexibilidade no trabalho: importância para os colaboradores
A flexibilidade funciona para os dois lados e, naturalmente, os trabalhadores apreciam chefias flexíveis. Espreite as características destes empregadores:
- Reter talentos numa empresa implica gerir recursos humanos de uma forma flexível. Neste tipo de gestão, os colaboradores são tratados como indivíduos e sentem que, por parte da empresa, é feito um esforço para acomodar os estilos e as necessidades pessoais;
- As chefias flexíveis proporcionam aos trabalhadores uma maior abertura sobre a maneira como cumprem objetivos. Avaliam as necessidades dos funcionários e fornecem feedback, orientação e reconhecimento individual para otimizar o desempenho;
- Empresas com políticas de trabalho flexível são, em geral, mais apreciadas pelos colaboradores. Desta forma, conseguirão encontrar um equilíbrio entre as suas vidas profissionais e pessoais, um aspeto que tem vindo a ganhar cada vez mais importância no dia a dia das pessoas.
15 exemplos de flexibilidade no trabalho (para ambas as partes)
- Permitir que os colaboradores trabalhem a partir de casa, para ajudar a equilibrar o trabalho com as responsabilidades familiares;
- Permitir que os colaboradores trabalhem em part-time, ou seja, menos de 40 horas semanais);
- Analisar o estilo e as preferências dos clientes individuais;
- Delegar tarefas de rotina para se concentrar em prioridades;
- Permitir alterações no horário de chegada e saída, desde que cumprido o trabalho previsto;
- Disponibilidade para aprender novos softwares ou métodos para melhorar a eficiência;
- Permitir que os colaboradores trabalhem 4 dias por semana ou em horários de trabalho condensado (4/5 ou 8/10);
- Ter por base resultados e contributos para melhoria de desempenho, sem que exista um horário fixo de trabalho ou local permanente exigido;
- Oferecer-se para assumir as responsabilidades de um colega em período de férias;
- Dar atenção imediata a um cliente, mesmo que imerso numa tarefa minuciosa;
- Permitir que os colaboradores trabalhem intensivamente por turnos;
- Permitir licenças sem vencimento/sabáticas (por motivos de saúde, parentalidade ou outras licenças impostas pelo governo);
- Ajudar um colega a cumprir o prazo de uma tarefa da sua responsabilidade;
- Permitir o regresso faseado ao trabalho para novos pais;
- Possibilitar dias de férias complementares aos colaboradores.