Na passada sexta-feira, foi publicado em Diário da República, todavia sem a intervenção direta das organizações sindicais, um despacho que aumenta o calendário escolar em três semanas.
No despacho publicado pelo Ministério da Educação, está escrito de uma forma bastante clarificada que esta ação tem como finalidade “salvaguardar o interesse das famílias”. Na resposta, a Federação Nacional de Educação diz que “as responsabilidades sociais não podem ter resposta através do alargamento sem limites do tempo escolar”, considerando que esta medida se trata de uma atitude de extrema imprudência.
Contudo, não obstante este sintoma de indignação e discórdia, o ponto mais alto do descontentamento da organização nem sequer está aí. A Federação Nacional de Educação mostra-se perplexa pelo facto de o Ministério ter emitido o despacho nas costas dos sindicatos sem nunca lhes ter sido dada a oportunidade de terem um papel ativo na condução de todo este processo, qualificando esta forma de atuar como um dos muitos e recorrentes erros que o Ministério tem vindo a cometer ao longo dos tempos.
A FNE defende que situações deste género devem ser discutidas num debate entre todas as partes, para que esses erros não aconteçam num decorrer de um ano letivo, cenário que provocaria certamente grande instabilidade em todos os intervenientes que compõe o sistema educativo.
De observar ainda que a organização demonstra de uma forma bem elucidativa a sua relutância em relação à existência de um calendário de interrupções das atividades letivas diferente para Educadores de Infância face aos restantes membros do corpo docente.
Está, portanto, lançada mais uma acha para esta fogueira que gira em torno deste braço de ferro entre Ministério de Educação e Sindicatos.
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