Ekonomista
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17 Abr, 2018 - 15:37

Frutos vermelhos e vinho tinto podem prevenir depressão e ansiedade

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Boas notícias para os amantes de frutos vermelhos e vinho tinto: a ciência confirma que estes alimentos podem ajudar a prevenir doenças mentais.

Frutos vermelhos e vinho tinto podem prevenir depressão e ansiedade

A ciência avança com uma boa notícia: frutos vermelhos e vinho tinto podem prevenir doenças mentais. A conclusão é dos investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis), que  descobriram que substâncias presentes nos adorados frutos vermelhos, tal como no vinho tinto, melhoram a flora intestinal, reduzem inflamação e podem contribuir para a prevenção da depressão e doenças neurodegenerativas.

Frutos e vermelhos e vinho tinto são armas contra doenças mentais

“O consumo regular de frutos vermelhos ou vinho tinto pode ter um papel importante na regulação da microbiota intestinal, na diminuição da inflamação, na prevenção da depressão e no combate à demência e outras doenças neurodegenerativas, pela presença de uma classe particular de compostos nestes alimentos (antocianinas)”, concluiu o estudo.

Segundo os investigadores, “a hipótese deste tipo de substâncias, denominadas pré-bióticos e psicobióticos, induzirem o crescimento de bactérias benéficas no intestino, interferindo com a inflamação no cérebro, abre caminho a uma nova estratégia terapêutica para a prevenção e tratamento de doenças neuropsiquiátricas tão prevalentes na população, como a ansiedade e a depressão”.

Liderada por Conceição Calhau, investigadora do Cintesis e professora na Nova Medical School, a equipa realizou uma série de estudos para avaliar a relação entre o tipo de alimentação, a composição da microbiota intestinal, isto é, do conjunto de micróbios que habitam o intestino, e o próprio cérebro.

Saúde mental na ponta do garfo (ou no copo)

vinho tinto

Numa primeira fase, os cientistas mostraram, em animais, que uma dieta rica em gordura saturada altera negativamente a composição da microbiota intestinal (com uma diminuição de bactérias benéficas e um aumento de substâncias inflamatórias) e induz inflamação no cérebro.

Cláudia Marques, uma das investigadoras do Cintesis envolvidas neste trabalho, explicou que “os efeitos de uma dieta rica em gordura saturada vão para além da obesidade e da resistência à insulina, precursora da diabetes. Uma alimentação desequilibrada vai alterar a microbiota intestinal e induzir um estado de inflamação generalizada. Esta inflamação, quando é crónica, pode resultar em alterações a nível cerebral, contribuindo para o desenvolvimento da disfunção neurológica e de uma série de doenças, como a depressão”.

Numa segunda fase, a equipa testou a eficácia do consumo crónico de antocianinas (presentes em frutos de cor vermelha) na prevenção do desequilíbrio da microbiota intestinal e da inflamação a nível cerebral.

No modelo animal foi demonstrado que a ingestão continuada de extrato de amora, rica nessas substâncias, é capaz de melhorar a microbiota intestinal e reduzir a inflamação no cérebro que está subjacente às complicações neurológicas associadas à obesidade.

Em humanos, um ensaio clínico comparou também o impacto de um ‘puré’ de amora quando ingerido na presença ou ausência de álcool.

“Os resultados sugerem que o consumo do ‘puré’ de amora com álcool aumenta os níveis de antocianinas no sangue. Contudo, são necessários mais estudos para perceber se os indivíduos com excesso de peso ou obesidade podem efetivamente beneficiar do consumo de alimentos contendo simultaneamente antocianinas e álcool, como é o caso do vinho tinto”, sublinha Cláudia Marques.

O Cintesis é uma Unidade de Investigação e Desenvolvimento (I&D) cuja missão é encontrar respostas e soluções, no curto prazo, para problemas de saúde concretos, sem nunca perder de vista a relação custo/eficácia.

Sediado na Universidade do Porto, o Cintesis beneficia da colaboração das Universidades Nova de Lisboa, Aveiro, Algarve e Madeira, bem como da Escola Superior de Enfermagem do Porto. No total, o centro agrega cerca de 500 investigadores e conta com sete ‘spin-offs’.

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