Júlia de Sousa
Júlia de Sousa
09 Mar, 2015 - 08:45

As funções não correspondem à descrição do emprego: o que fazer?

Júlia de Sousa

Veja o que pode fazer se a descrição de emprego não corresponde às suas funções. 

As funções não correspondem à descrição do emprego: o que fazer?
Viu um anúncio que lhe parecia ser mesmo a sua cara, foi à entrevista de emprego e até foi selecionado, mas quando começa a trabalhar apercebe-se que a descrição do emprego afinal não coincidem com a realidade. Acaso ou embuste? Questionarão muitos. Desilusão ou desmotivação para uns. Oportunidade e desafio para outros.
Certamente este cenário não será indiferente ou desconhecido para muitos profissionais. Na realidade, as hipóteses de vir a “dar de caras” com um trabalho que em pouco ou nada corresponde à descrição apontada nas ofertas é mais frequente do que se possa pensar.
Como ou porquê, só os recrutadores podem responder. No entanto, nós podemos tentar ajudá-lo a perceber esta discrepância entre a descrição do emprego e as funções desempenhadas.

O porquê?

A situação não é nova e pode influenciar (fortemente) o seu desempenho profissional. Para contornar o problema, nada melhor que perceber a razões que podem motivar a situação para depois poder decidir o que fazer.
Mas não pense que tudo não passa de uma artimanha dos recrutadores para o atraírem para uma espécie de armadilha. Sim, é verdade que nem sempre as tarefas a desempenhar no dia-a-dia laboral coincidem com as expectativas criadas pela descrição do emprego, mas isso não significa que tenha sido propositado. Haverá casos onde isso possa acontecer (obviamente), mas na grande maioria dos casos, as razões são consideravelmente mais profundas e – até – válidas.
Senão pense. Um processo de recrutamento, por muito célere que possa ser, conta sempre com algumas semanas de duração. Quem lhe garante que durante esse período as necessidades da empresa não mudaram, mas ainda assim acreditam que seja um bom candidato ao lugar?
Ou quem sabe se durante esse mesmo processo de recrutamento não viram em si um candidato com potencial para tarefas além das previstas inicialmente no anúncio de emprego e que – dada a sua experiência profissional e conhecimentos – as suas funções foram alargadas a outras áreas de ação.
Mas há mais. Mesmo que não se tenha apercebido, as suas funções podem ter mudado ao longo da sua estada na empresa. Porquê? Porque a estruturação da empresa assim o exigiu, por exemplo.
Enfim, poderíamos aqui enumerar várias razões que justificassem essa diferença, mas no fundo o que lhe estamos a tentar dizer é que nem sempre isso seja por pura “maldade” dos recrutadores, em certos casos pode apenas ser um esforço para manter um bom colaborador.

O problema?

Pode ou não haver. Tudo depende da forma como encara a situação.
Se as funções que desempenha – ainda que distintas das mencionadas na descrição do emprego – o motivam e até lhe permitiram mudar o rumo da sua carreira e descobrir uma nova vocação, obviamente não será um problema. Mas o problema pode existir, se as “novas” funções não corresponderem às suas expectativas ou não forem adequadas à sua experiência e/ou competências.

O que fazer?

Para tomar uma decisão acertada, só precisa de – depois de analisar a sua situação – perceber se está perante um problema ou uma oportunidade. Depois é fácil:

1. Se é uma oportunidade…

Se percebeu que as “novas” funções o motivam e lhe podem abrir a porta para uma nova vaga de oportunidades, só tem que aproveitar. Explore o “filão”. Adquira novas competências, invista na formação nessa área e torne-se um profissional ainda mais completo.

2. Se pelo contrário, é um problema…

Sim, é certo e sabido que ocupar um cargo ou exercer funções diferentes daquelas a que se candidatou pode ter um impacto negativo no seu desempenho profissional, principalmente se isso contribuir para a sua desmotivação e, consequentemente, para a insatisfação no trabalho. Se é esse o caso, procure alternativas, seja no seio da própria empresa (se possível) ou fora dela. Vai ver que oportunidades não lhe vão faltar.

Uma questão de título ou funções

O grande problema para muitos profissionais, não será tanto as funções que lhes são atribuídas, mas o facto de estarem presos a um título profissional.
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As funções que desempenha não correspondem à descrição do emprego, e agora? Bem, pode não ser fácil, mas também não é o fim do mundo. Pode não ser o que esperava, mas quem sabe não é ainda melhor para o futuro da sua carreira profissional. Ou, pode não ser o que lhe prometeram, mas desde que não fique sentado à espera que a situação mude, certamente vai encontrar o caminho certo.
Analise a sua situação, identifique os seus objetivos, considere as oportunidades ao seu alcance e tome a decisão mais acertada. Ficar ou partir “para outra”, a decisão é sua, mas “para a frente é que é caminho”!

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