Ter um fundo de emergência é uma das principais recomendações dos especialistas em finanças pessoais para fazer face a qualquer vicissitude da vida que tenha impacto direto no orçamento familiar.
Perda de emprego, redução abrupta de rendimentos, despesas inesperadas, como mudar de casa ou carro e uma doença são alguns dos imprevistos que podem acontecer na vida de qualquer pessoa. Ter um fundo de emergência ajuda a minimizar o impacto destas circunstâncias extraordinárias.
Assim, a importância de ter esta reserva financeira é reconhecida, mas será que sabe como constituir este fundo e qual o valor que lá deve ter?
Na realidade, o valor que devemos ter de fundo de emergência não é taxativo nem uniforme, depende de vários fatores. Existem, contudo, valores e taxas referenciais que podemos e devemos seguir. Saiba, então, todos os detalhes.
Quanto dinheiro deve ter no seu fundo de emergência?
O fundo de emergência é uma quantia de dinheiro que é colocada de parte (aplicada), com vista a proteger-nos de um qualquer imprevisto com impacto financeiro.
Mais do que um investimento, consiste numa espécie de seguro para evitar endividamentos e conseguir enfrentar uma quebra de rendimentos ou gastos avultados imprevistos (que, na realidade, são inevitáveis porque todos passamos por situações dessas ao longo da vida).
O ideal? O equivalente a 6 meses de despesas
O valor que devemos ter no fundo de emergência é variável de pessoa para pessoa, mas para o criar devemos ter em consideração aspetos como: idade, estabilidade profissional e familiar, rendimentos mensais fixos e variáveis, custos fixos mensais incontornáveis (como prestações de créditos, rendas, alimentação, despesas domésticas, entre outras).
No entanto, a maioria dos especialistas em finanças pessoais definem a necessidade de criar um fundo de emergência com base no valor do salário ou das despesas mensais (consumo mensal, que é o parâmetro mais consensual e mais usado), classificando os fundos, idealmente, num intervalo de três a 12 meses.
Ou seja, deverá ter no fundo de emergência, pelo menos, o correspondente a três salários ou o total de três meses de despesas fixas; ou o correspondente a seis salários ou o total de seis meses de despesas fixas (melhor); ou o correspondente a 12 salários ou o total de 12 meses de despesas fixas (o melhor).
Por exemplo, se tiver 800€ de gastos mensais totais, deverá ter um fundo de emergência de 2400€ (três meses), 4800€ (seis meses), ou 9600€ (12 meses). Este é o intervalo considerado de referência para resolver ou adaptar-se às situações imprevistas. Mais de 12 já pode ser aplicado de uma forma mais rentável.
Onde guardar o fundo de emergência?
O dinheiro canalizado para o fundo de emergência não deve estar na sua conta à ordem, para não cair na tentação de o gastar.
Deve optar por produtos com pouco ou nenhum risco, isto é, que sejam de fácil acesso e sem penalizações de remuneração, de reembolso antecipado (poder mexer no dinheiro quando surge a emergência) ou liquidez. Opte, por isso, por ter esta almofada financeira numa conta-poupança, uma vez que o objetivo deste fundo não é gerar dinheiro, mas sim estar imediatamente disponível para fazer face a uma necessidade.
Artigo originalmente publicado em julho de 2019. Última atualização em fevereiro de 2024.