Quer pretenda ou não furar as orelhas do bebé, deve estar a par dos argumentos contra e a favor desta opção, de modo a ficar mais informado e a poder fazer uma escolha mais consciente.
É certo que países como o Brasil ou o Reino Unido têm assistido a algumas polémicas em volta do tema, mas será que proibir os pais de furar as orelhas dos filhos faz sentido, como se tem vindo a equacionar? Fique a saber mais sobre este tópico e tire as suas próprias conclusões.
Furar as orelhas do bebé: prós e contras
Como em muitas matérias, nomeadamente as que envolvem bebés e crianças, há sempre argumentos contra e a favor. Se, por um lado, alguns pais consideram que um bebé não fica ansioso por ir furar as orelhas pois não sabe ao que vai, outros progenitores consideram o ato um sofrimento infligido à criança de forma gratuita e apenas para satisfação dos pais.
Além disso, se há pais que relatam experiências sem quaisquer consequências negativas, outros progenitores falam de infeções, alergias e inflamações. Isto para não falar do perigo de a criança engolir os brincos ou os furos não ficarem simétricos, à medida que a criança e as suas orelhas crescem.
Academia Americana de Pediatria
A Academia Americana de Pediatria (AAP) recomenda a que os pais não furem as orelhas do bebé antes dos 2 meses de idade, para que a criança já tenha tomado a vacina contra o tétano, já que esta previne infeções causadas por material mal esterilizado.
Alguns pediatras aconselham a esperar até que a criança tenha 18 meses de idade, sendo a sugestão geral da própria Academia Americana de Pediatra que os furos só sejam feitos quando a criança já seja capaz de higienizá-los e tratá-los sozinha, bem como quando já não haja risco de ingestão dos brincos.
Vai furar as orelhas do bebé? Saiba os cuidados a ter
Onde furar? Aspetos a ter em atenção no local que escolher
- O profissional deve ter experiência a furar orelhas a bebés;
- Todos os equipamento e utensílios utilizados devem estar esterilizados;
- Devem ser tomadas todos os procedimentos de higiene, tais como desinfeção das mãos e uso de luvas.
Passo a passo
- Primeiramente, os lóbulos das orelhas deve ser desinfetados.
- De seguida, é colocada uma pomada/gel anestesiante (que pode ser sugerida pelo pediatra);
- Com uma caneta, é marcado o ponto do furo e medido com uma régua para que ambos os furos fiquem simétricos;
- A caixa selada dos brincos é aberta e os mesmo são colocados na pistola;
- A pistola é disparada no ponto feito a caneta na orelha.
Quais os brincos a escolher?
Os brincos devem ser selecionados de acordo com a idade da criança.
- Não devem ser grandes, pontiagudos ou prender na roupa, ou com formato de argola, pois se forem puxados podem rasgar a orelha da criança. Não devem ser usados brincos de níquel ou cobalto, metais altamente alergénicos;
- Devem, antes, ser pequenos, simples e de um material que reduza o risco de infeções ou reação alérgica como ouro, platina, aço cirúrgico ou titânio. Todas as partes dos brincos (incluindo a mola) devem ser de um material hipoalergénico. Os brincos devem ter uma mola de segurança para prevenir a saída indesejada do acessório, o que pode pôr em risco o bem estar do bebé.
Como cuidar dos furos
Nos primeiros dias após furar as orelhas, é natural que a região fique ruborizada e inflamada, enquanto não cicatriza. Há, no entanto, cuidados a ter para reduzir o risco de infeções e ajudar no processo de cicatrização, tais como:
- Lavar muito bem as mãos, antes de mexer nos furos;
- Limpar a área, pelo menos duas vezes por dia, e desinfetá-la com álcool ou com um antisético, à frente e a trás;
- Durante o primeiro mês pós-furo, deve segurar a frente do brinco e rodá-lo delicadamente;
- Durante três meses, não mexa no fecho, de forma a deixar a ferida secar e cicatrizar bem. Depois deste período, deve usar brincos de ouro.
- Ao tratar do bebé (vesti-lo, secá-lo depois do banho, brincar com ele,…), assegure-se de que nada fica preso nos brincos;
Nota: Caso os furos das orelhas apresentem sintomas como ruborização, dor, comichão ou pus, não mexa e procure ajuda médica imediata.
Complicações mais frequentes
Algumas das complicações mais comuns associadas aos furos das orelhas são:
- dermatite alérgica de contacto;
- inflamação;
- sangramento;
- infeção;
- formação de quistos;
- lóbulos das orelhas rasgados ou hepatite (quando o equipamento utilizado não é adequado ou esterilizado).
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