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O subsolo da Baixa de Lisboa esconde segredos com mais de dois milénios. Entre os dias 3 e 6 de abril, as Galerias Romanas da Rua da Prata voltam a abrir ao público, proporcionando uma oportunidade única de explorar uma das estruturas mais enigmáticas da cidade.
Um criptopórtico com história
Descobertas em 1771, na sequência do Terramoto de 1755, as Galerias Romanas da Rua da Prata fazem parte do património arqueológico da antiga Felicia Iulia Olisipo, nome pelo qual Lisboa era conhecida durante o Império Romano. A estrutura subterrânea é um criptopórtico, ou seja, uma construção projetada para sustentar edificações de superfície, permitindo a adaptação ao relevo do terreno.
Situado entre a Rua da Conceição e a Rua da Prata, este espaço tem uma particularidade invulgar: quando fechado ao público, fica submerso, com um nível de água que pode atingir quase um metro de altura. Esse fenómeno ajuda na preservação das galerias, sendo necessário escoar a água sempre que são realizadas visitas, um processo que impacta a conservação do monumento.

Visitas guiadas e percursos especiais
As visitas subterrâneas realizam-se em grupo e são conduzidas pelo Serviço Educativo do Museu de Lisboa. Os horários variam conforme o dia:
- 3 e 4 de abril – entre as 14h30 e as 18h30
- 5 e 6 de abril – entre as 09h30 e as 18h30
Além do percurso subterrâneo, nos dias 5 e 6 de abril, as visitas das 15h30 incluem um passeio guiado que explora outros vestígios da presença romana na cidade. No dia 5 de abril, o percurso leva os visitantes das Galerias até à Casa dos Bicos, enquanto no dia 6 de abril, a visita termina no Teatro Romano.
Para a comunicação social, está prevista uma visita especial no dia 3 de abril, entre as 09h30 e as 10h30, mediante confirmação de presença.
Um vislumbre da Lisboa Romana
A zona onde se encontram as Galerias fazia parte da antiga área industrial da Lisboa Romana, estrategicamente localizada junto ao rio Tejo, um dos principais eixos comerciais do império. A atividade económica deste espaço incluía a produção e conservação de peixe, existindo ainda vestígios de lixeiras, armazéns e fundações de estruturas comerciais.
Apesar de a maioria das descobertas arqueológicas se situar na Baixa de Lisboa, investigações recentes sugerem que a ocupação romana se estendia também até Santa Apolónia, revelando um território urbano mais vasto do que se pensava.
Como garantir bilhetes?
Dado o espaço reduzido das Galerias, as visitas decorrem apenas duas vezes por ano, tornando-se um evento muito aguardado. Os bilhetes serão disponibilizados exclusivamente online, através da bilheteira do Museu de Lisboa, sendo esta a única forma de aquisição. Não são aceites reservas.
Para quem procura uma oportunidade rara de mergulhar na história subterrânea da cidade, esta reabertura das Galerias Romanas da Rua da Prata é um evento imperdível.