Tudo começou quando o Automóvel Club de Portugal (ACP) mandou recolher e analisar os combustíveis low-cost comercializados pela Galp a partir de 2010.
Uma das análises mostrou que a gasolina sem chumbo 98 tinha um teor de enxofre superior ao permitido por lei, que é de 10 miligramas por quilo, quando a amostra continha 14,8 mg/kg; sendo, portanto, altamente prejudicial ao meio-ambiente, devido à libertação de gases – óxidos de nitrogénio.
De acordo com declarações da Galp, os seus combustíveis são alvo de controlo de qualidade e não faz qualquer comentário às análises do ACP, já que desconhece as condições em que estas foram efectuadas, nomeadamente, a forma de recolha e transporte das amostras, em que se não forem cumpridas todas as normas, o resultado pode ficar comprometido.
Quanto ao Ministério da Economia, este afirma que a ASAE e as direcções regionais de Economia são as entidades competentes para fazer a fiscalização, que aliás, vai fazendo o controlo da qualidade ao longo do ano e que em caso de alguma anomalia, a análise é objecto de divulgação. Sem divulgação presume-se que está tudo bem, logo o Ministério não faz qualquer intenção de averiguar os resultados das análises do ACP.
Ainda segundo o Ministério, o laboratório espanhol onde as análises foram efectuadas a pedido do ACP, está acreditado para a realização das mesmas mas não para a recolha das amostras.
Recorde-se que a violação dos limites legais a que os combustíveis estão sujeitos é punível por coima que vai dos 2.000 aos 44.500 euros, no caso de pessoas colectivas, como neste caso.