Catarina Gonçalves
Catarina Gonçalves
07 Abr, 2024 - 10:14

O que vai fazer com o reembolso do IRS? Temos 6 sugestões

Catarina Gonçalves

Já tem destino para o imposto que lhe vai ser devolvido? Se não, temos algumas sugestões para gastar o reembolso do IRS de forma a manter as suas finanças saudáveis.

Muitas famílias contam com a devolução do imposto retido em excesso no ano anterior para ajudar a pagar despesas. Outras, optam por “gastar” o reembolso do IRS nas férias, em eletrodomésticos mais eficientes ou mesmo em obras que tenham para fazer em casa. 

Outras ainda optam por colocar esse dinheiro a trabalhar para elas, investindo em aplicações financeiras.

Neste artigo damos-lhe algumas sugestões sobre o destino que pode dar ao reembolso do IRS.

Como gastar o reembolso do IRS de forma inteligente?

1

Pague as dívidas que possa ter

O maior inimigo da poupança (e da estabilidade financeira) é o endividamento. A boa notícia? Pode gastar o reembolso do IRS para atacar o problema e recuperar a sua tranquilidade.

Quer sejam dívidas à Segurança Social, ao Fisco, a prestadores de serviços (contas da luz e da água que foi atrasando), aproveite este rendimento extra para pagá-las, se não na totalidade, pelo menos parcialmente. É que assim evita ou minimiza o pagamento de coimas e juros que lhe possam estar associados.

2

Amortize créditos

Gastar o reembolso do IRS para amortizar créditos é igualmente uma decisão racional, sobretudo quando estes têm taxas de juro muito altas. É o caso dos cartões de crédito, por exemplo, cujas taxas cobradas andam normalmente muito perto da taxa máxima permitida pelo Banco de Portugal.

Além disso, pode valer a pena amortizar o crédito automóvel e o crédito pessoal que, logo a seguir aos cartões, são aqueles pelos quais paga os juros mais elevados.

Mesmo que não consiga amortizar o crédito na totalidade, vai reduzir o montante em dívida e, mais importante ainda, diminuir a prestação mensal, o que pode fazer toda a diferença no seu orçamento familiar.  

Homem a analisar orçamento mensal
3

Crie ou reforce o seu fundo de emergência

Ter uma almofada financeira pronta para fazer face a imprevistos, como uma situação de desemprego ou doença, uma avaria no carro ou até mesmo nas canalizações lá de casa, não só é necessário como faz ainda mais sentido num contexto de incerteza como o que vivemos hoje.

Os especialistas aconselham a ter guardado o equivalente a entre 6 a 12 meses das suas despesas mensais fixas. Pode ser, por exemplo, numa conta poupança à ordem.

O importante é que esse dinheiro esteja longe da vista, mas acessível a qualquer momento de modo a ser facilmente mobilizável em caso de necessidade. Depois esqueça-se dele. Faça de conta que não existe, e guarde-o apenas para uma emergência.

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4

Crie um pé-de-meia

Depois das dívidas pagas e do fundo de emergência reforçado pode começar a pensar em poupar. Se não está para grandes aventuras e prefere aplicar o seu dinheiro num produto com capital garantido, que além disso não exija um grande investimento, os Certificados de Aforro ou os Certificados do Tesouro Poupança Valor podem ser boas alternativas.

Estes produtos são ambos de dívida pública e têm garantia do Estado. Nenhum deles tem quaisquer encargos de subscrição, manutenção ou levantamento, mas existem algumas diferenças entre uns e outros.

Para subscrever Certificados de Aforro precisa apenas de 100 euros e recebe um juro base variável (indexado à Euribor a 3 meses) ao qual acresce, a partir do segundo ano, um prémio de permanência que pode chegar a 1%. Só não pode levantar o dinheiro durante os primeiros 3 meses. Depois disso, pode fazê-lo a qualquer momento e sem custos.

Já no caso dos Certificados do Tesouro Poupança Valor tem de investir um mínimo de mil euros e não pode levantar o dinheiro durante o primeiro ano. A partir daí, pode resgatá-lo todo ou parcialmente quando bem entender. Mas se o fizer antes do aniversário da subscrição, perde parte dos juros daquele ano. 

5

Pondere investir

Se estiver na disposição de correr alguns riscos para fazer o seu dinheiro crescer, pode gastar o reembolso do IRS, ou parte dele, investindo em fundos de investimento.

Os fundos de investimento são coleções de ações ou de obrigações, geridos por uma entidade especializada que, com o dinheiro de vários pequenos investidores, faz aplicações em diferentes tipos de empresas mediante as indicações do fundo.

Com apenas 100 euros já pode subscrever. Pode ser uma boa solução de poupança a médio/longo prazo para poder fazer aquela viagem de sonho ou comprar um carro. É importante, no entanto, garantir que o fundo de investimento (mais conservador ou mais dinâmico) se adequa ao seu perfil de risco e que antes de o subscrever se informa bem sobre as condições de resgate e os custos com comissões.

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6

Subscreva um PPR

Outra forma inteligente de gastar o reembolso do IRS é ir começando a preparar a sua reforma. Por muitos anos de trabalho que ainda tenha pela frente, quanto mais cedo aplicar o seu dinheiro num Plano Poupança Reforma, maior será o retorno a longo prazo. Se já tem um, pode reforçá-lo e, assim, ir capitalizando o seu dinheiro.

Os PPR têm grandes vantagens do ponto de vista fiscal, desde logo porque beneficiam de uma taxa de IRS bastante inferior àquela a que são tributados os restantes produtos. Além disso, poder deduzir no IRS parte do dinheiro que lá for colocando.

Se preferir também pode usar o PPR como um produto de poupança que lhe permite resgatar o dinheiro quando quiser e sem ter de esperar pela idade da reforma. Mas nesse caso não pode fazer deduções fiscais. Tenha esse pormenor em atenção quando for preencher a declaração de IRS.

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Artigo originalmente publicado em julho de 2019. Última atualização em abril de 2024.

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