Ekonomista
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03 Jun, 2018 - 00:00

21 delícias da gastronomia de Trás-os-Montes e Alto Douro que precisa conhecer

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Pastel de Chaves, folar de Valpaços, água de unto, javali no pote e outros acepipes da gastronomia de Trás-os-Montes e Alto Douro que tem de provar!

21 delícias da gastronomia de Trás-os-Montes e Alto Douro que precisa conhecer

A gastronomia de Trás-os-Montes e Alto Douro reflete as dificuldades vividas pelas populações locais da região. Nos enchidos, tudo se aproveita dos animais; depois, há as sopas de unto e com pão; temos, ainda, o uso extensivo de  ingredientes de grande durabilidade, como a castanha e as casulas. Ou seja, tudo isto aponta para uma vida marcada pela pobreza, em que a gestão eficiente da comida era essencial à sobrevivência.

De facto, a comida é testemunho da história de um povo e, por isso, merece ser experimentada, apreciada e lembrada! Pronto para uma viagem gastronómica?

Conheça as delícias da Gastronomia de Trás-os-Montes e Alto-Douro

Petiscos

alheira

1. Trigo de Favaios

A aldeia de Favaios, no concelho de Alijó, é conhecida pela sua longa tradição de bom pão (o Trigo de Favaios) e o seu moscatel- até há um museu dedicado ao pão e ao vinho.

Se é apreciador inveterado de pão, então tem de experimentar um triguinho de Favaios.

2. Pastel de Chaves

Este pastel de massa finíssima, com recheio de carne e de formato em meia lua é uma maravilha. Aliás, por fazer as delícias de muita gente, há cada vez mais estabelecimentos esse Portugal fora que os têm nas suas montras. Mas se quer provar o pastel de Chaves, passe pelo D’Chaves, que e não se vai arrepender.

3. Alheira de Mirandela

Reza a história que a alheira foi inventada pelos judeus, para escaparem às malhas da Inquisição. Na altura, os hereges eram perseguidos, presos e torturados até à morte ou à conversão.

Para evitar este destino, os judeus fingiram comer porco (os cristão faziam-no, mas os judeus e os muçulmanos não, o que os denunciava). Como? Imitando os os enchidos ibéricos, mas em vez de usar carne e banha de porco, recorreram à carne de aves, vitela e à de coelho, envolvida em massa de pão, e em forma de ferradura. E assim nasceram as alheiras!

As mais afamadas são as da zona de Mirandela- e com razão.

4. Folar de Valpaços

Sabia que este é o único folar certificado do país? Antigamente, por ser muito caro de confecionar, só havia folar na altura da Páscoa, mas agora temos folar durante o ano inteiro, felizmente.

O gosto especial do folar de Valpaços vem do azeite e do fumeiro regionais. Portanto, se gosta de salpicão, linguiça e presunto, tem de experimentar este petisco.

Sopas

sopa

1. Sopa de castanhas piladas

A sopa de castanhas não é apenas de Trás-os-Montes, há outras variantes regionais, mas a desta região destaca-se por normalmente não levar carnes. Aqui é confecionada a partir de batatas, castanhas, cebolas, leite e margarina, e é super sabororsa!

2. Caldo de cascas

O feijão verde é seco ao sol, que depois de seco passa a “casca” ou “casula”, que é um dos ingredientes principais desta sopa. É tipicamente um caldo de inverno, e leva bastante batata, cebola e chouriço, sendo uma das sopas mais saborosas da gastronomia de Trás-os-Montes e Alto Douro.

3. Água de unto

Esta é um prato com variáveis regionais, e há quem equipare à açorda alentejana. Em Trás-os-Montes, a receita é muito simples, feita com pão de centeio, unto e água, podendo haver restaurantes que acrescentem ovo. Tradicionalmente era comida ao pequeno-almoço por agricultores e pastores, antes de um dia pesado de labuta.

4. Sopa das malhas

Outra sopa rivogorante! Com ovos, pão e unto, com um raminho de hortelã por cima, aquece qualquer um num dia de temperaturas mais agrestes.

Pratos de carne

posta

1. Posta à mirandesa

A posta à mirandesa é o ex libris da gastronomia de Trás-os-Montes e Alto Douro. As vitelas criadas nas pastagens da região dão carne de muita qualidade, que depois é cortada num naco espesso para grelhar e comer mal-passado.

Se estiver a considerar visitar Miranda do Douro, prove a posta à mirandesa no Restaurante Residencial Gabriela, o alegado berço deste prato!

2. Javali no pote

Em tempos de caça não pode desperdiçar a oportunidade de experimentar este acepipe. O javali, ou porco-montês, é marinado em vinho, louro, cebola, colarau, alho e limão, e depois cozinha num pote de ferro, juntamente com castanhas.

É de ficar com água na boca, não é?

3. Feijoada à transmontana

Se está à procura de um prato reconfortante e saboroso, a feijoada à transmontana é uma opção a equacionar. Além do feijão vermelho, este repasto leva muita carne de porco: é pé, é focinho, orelha, presunto, salpicão, linguiça…

4. Marrã à moda de Mesão Frio

Marrã é um termo muito, muito antigo que designa “porca adulta”, mas que caiu em desuso. De todas as formas, para este prato usa-se carne da barriga com coiro, que é frita em banha e temperada com sal e pimenta, levando, no fim da cozedura, com um pouco de vinho tinto.

Se é apreciador de carne de porco, vai seguramente adorar este pitéu.

5. Cabrito assado à transmontana

Este é um prato muito representativo da gastronomia de Trás-os-Montes e Alto Douro, sem sombra de dúvidas.

O cabrito é assado com toucinho, pimenta, colorau, vinho branco, azeite, sal e louro, e vem acompanhado de batatas e castanhas assadas. É um prato muito saboroso e ótimo para uma almoçarada de outono ou início de inverno.

6. Butelo de Vinhais com Cascas

O butelo de Vinhais, para quem não conhece, é o estômago (ou bulho) do porco que é recheado com ossos tenros da costela e do espinhaço do bicho. E, como explicámos acima, as cascas são feijão verde que foi desidratado ao sol.

Ora, depois de tudo cozido, o butelo e as cascas são bem regados em azeite, levando ainda presunto, orelheira e costelas de porco. Soa delicioso, não soa?

Pratos de peixe

polvo

1. Bacalhau à bruxa de Valpaços

Já experimentou bacalhau com toucinho? Se não, está na hora de experimentar e ver se há mesmo bruxaria nesta receita!

2. Polvo à transmontana

A consoada do norte do país é passado com polvo, não com bacalhau. No Natal transmontano o polvo, depois de cozido com louro, cebola e pimenta, é escorrido e vai ao forno com alho, azeite e vinagre.

Se conseguir encontrar esta delícia nas suas viagens, aproveite!

Doçaria

doçaria

1. Doce Teixeira

O doce Teixeira é uma iguaria sobretudo da região do Douro. O forte sabor a limão e a canela faz deste doce o marido perfeito de uma chávena de café ou de chá.

2. Pudim de castanha

Das melhores variações de pudim de sempre. O sabor a castanha, leite condensado e canela é uma combinação fenomenal.

Atenção: só se aconselha a pessoas com grande auto-disciplina, é quase impossível parar de comer.

3. Toucinho-do-céu de Murça

Quem nunca comeu toucinho-do-céu de Murça, está a perder imenso da gastronomia de Trás-os-Montes e Alto Douro! Com gosto a amêndoa e a doce de gila, este exemplo da doçaria conventual faz parte do cardápio de sobremesas da maioria- se é que não todos- dos restaurantes da região.

4. Papos de anjo de Mirandela

Estes bolinhos são um doce muito apreciado da gastronomia de Trás-os-Montes e Alto Douro. Normalmente em forma de queque, pode provar os papos de anjo em várias pastelarias da região. Por um dos ingredientes ser compota- não se especifica de quê-, cada papo de anjo é uma surpresa!

5. Bolos económicos

Também conhecidos como azeiteiros ou sodos, estes bolinhos são de confecção muito simples (azeite, água ardente, ovos, bicabornato de sódio e pouco mais), e, por serem secos e fofinhos, vão muito bem com uma chávena de chá.

De aperitivos e petiscos para ir picando até pratos mais robustos, esta região é paragem obrigatória em qualquer roteiro gastronómico, especialmente para quem aprecia boa carne e bonitas paisagens.

Dica extra: para ajudar a digerir estas iguarias da gastronomia de Trás-os-Montes e Alto Douro, nada melhor que um copito de moscatel de Favaios para terminar em grande!

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