Os gémeos suscitam sempre grande curiosidade junto de todos. Independentemente de existir ou não semelhança física, o facto de partilharem nove meses de vida intrauterina torna-se um aspeto distinto que pode, efetivamente, influenciar o seu crescimento e percurso de vida.
Por isso, os pais também precisam de ter uma orientação distinta, no sentido de aprenderem qual a melhor forma de lidarem com os seus filhos, aceitando as suas semelhanças mas, acima de tudo, respeitando a sua individualidade.
Gémeos: verdadeiros ou falsos?
Certamente que já ouviu a expressão: gémeos “verdadeiros” ou “falsos”. Estes são termos mais populares que remetem para a forma como decorreu o processo de fecundação.
Os “verdadeiros” são, mais exatamente, univitelinos ou monozigóticos, pois têm origem no mesmo óvulo que, após fecundado por um espermatozoide, se dividiu em dois, criando dois embriões distintos.
Já os “falsos”, ou bivitelinos ou dizigóticos, têm origem em óvulos diferentes, cada um dos quais fecundado por um espermatozoide distinto.
Através destas designações e explicações, torna-se fácil perceber que os monozigóticos partilham a mesma informação genética, daí a sua semelhança física. Em todo o caso, convém frisar, que os dizigóticos também podem ter uma aparência idêntica.
Como educar irmãos gémeos?
Os gémeos devem ser educados, respeitando-se a sua individualidade, personalidade e diferenças, de modo a que a sua autonomia seja estimulada.
É comum poder haver algum domínio e/ou dependência de um gémeo em relação ao outro, assim como uma proteção excessiva, principalmente se um for mais frágil em termos de saúde, por exemplo.
No sentido de estimular a individualidade, é de evitar vesti-los de forma igual; dar-lhes os mesmos brinquedos; e compará-los constantemente. Por isso, há especialistas que recomendam que, mesmo tendo a mesma idade, eles devem frequentar turmas diferentes, de modo a evitar comparações e fazer de um deles um modelo a seguir pelo outro.
É na relação com outras crianças da mesma idade (mas que não suas irmãs) que cada gémeo constrói a sua personalidade e ganha auto-confiança. Aceitar que os gémeos têm diferenças é fundamental para evitar problemas emocionais e de desenvolvimento.
Gémeos: particularidades e curiosidades
Não têm as mesmas impressões digitais
As impressões digitais não são apenas fruto do ADN, por isso elas vão ser diferentes nos gémeos, formando-se entre as 6 e as 13 semanas de gestação.
Possuem traços assimétricos inversos
Aproximadamente 25% dos gémeos univitelinos desenvolvem-se com as suas caras encostadas uma à outra, razão pela qual funcionam como autênticos espelhos ou reflexos um do outro.
Mesmo os gémeos univitelinos não têm a mesma constituição genética
Sim, os gémeos univitelinos são gerados no mesmo óvulo e têm o mesmo genoma. Porém, a sua constituição genética não é necessariamente igual.
As mulheres altas têm mais probabilidade de ter gémeos
A explicação está na IGF, uma proteína libertada pelo fígado que, quando existe em maior quantidade, estimula mais os ovários e a ovulação. Assim, quanto mais IGF a mulher possui, mais hipóteses ela tem de engravidar de gémeos.
As mulheres que consomem muitos laticínios têm mais probabilidade de ter gémeos
O leite de vaca também possui IGF, a tal proteína que estimula a ovulação. Assim, as mulheres que consomem laticínios têm até 5 vezes mais possibilidades de vir a ter gémeos do que as mulheres que não ingerem laticínios de todo.
Ter pais diferentes… É possível
Sim, esta é uma situação rara que apenas acontece uma vez num milhão. Para isso, é necessário que a mulher liberte, num mês, dois óvulos e tenha relações sexuais com dois parceiros diferentes, com a distância máxima de 5 dias entre relações. Assim, cada óvulo pode ser fertilizado por espermatozoides de homens diferentes.
Interagem no útero
A partir das 14 semanas de gestação, os gémeos já interagem um com o outro, tocando no corpo um do outro.
Cerca de 40% dos gémeos inventam dialetos próprios
Muitos gémeos criam aquilo a que se chamam línguas autónomas, que funcionam como modelos no desenvolvimento da linguagem. Na sua base, podem estar palavras invertidas e expressões onomatopeicas. Esta é uma forma de comunicação e de brincadeira muito comum entre os gémeos, sobretudo durante a infância, embora não seja exclusiva deles.