A gravidez ectópica acontece quando o óvulo fecundado se instala no local errado. A forma mais comum deste problema é a gravidez tubária, em que este se agarra a uma das trompas de Falópio (tubas uterinas). Esta situação pode também ocorrer nos ovários, no colo do útero ou no abdómen.
O que é que pode fazer com que a “viagem” do óvulo até à parede do útero corra mal? Basta que as tubas uterinas estejam bloqueadas por uma infeção, por exemplo, ou mais estreitas, impedindo a sua passagem. É o que acontece na maioria das vezes.
O que está na origem da gravidez ectópica?
Na origem desta gravidez fora do normal pode estar uma doença nas trompas de Falópio ou o uso atual do Dispositivo Intrauterino (DIU). Este último é um fator de menor preocupação, uma vez que, segundo os especialistas, este método anticoncecional raramente falha.
Há outros fatores que podem potenciar o aparecimento deste problema, nomeadamente:
- Gravidezes ectópicas anteriores;
- Cirurgias nas trompas de Falópio anteriores;
- Infeção pélvica anterior (este tipo de infeção afeta os órgãos reprodutores femininos superiores: o útero, as trompas de Falópio e os ovários);
- Historial de doenças sexualmente transmissíveis que provocam, geralmente, infeções pélvicas;
- Abortos anteriores.
Para além destas complicações, outros fatores que aumentam o risco estão relacionados com o tabagismo e a idade, nos casos em que esta é superior a 35 anos.
Sintomas da gravidez ectópica
Os primeiros sinais começam a surgir entre a 6ª e a 8ª semanas de gestação. Os sintomas mais comuns são:
- Dor ligeira ou intensa na parte inferior do ventre (dor abdominal);
- Sangramento vaginal moderado ou intenso;
- Atraso menstrual.
Não se consegue, porém, fazer o diagnóstico só com base nestes sintomas, que nem sempre surgem em simultâneo. É necessário realizar um exame ginecológico e uma ultrassonografia transvanginal, que permite, em muitos casos, perceber a localização do feto.
Tratamento
Nenhuma gravidez ectópica tem futuro e, por isso, o embrião deve ser retirado logo que possível para que não surjam complicações que podem mesmo ser fatais, devido ao sangramento causado quando a estrutura já não aguenta o feto e acaba por romper.
A cirurgia, que trata também da zona danificada, é uma das formas de resolver este problema e é a mais comum. Nos casos em que esta gravidez é detetada precocemente, é possível recorrer a medicamentos, como o metotrexato, que impedem o desenvolvimento do embrião.
No entanto, há situações em que poderá ser necessária a cirurgia mesmo após a administração do medicamento.
O tratamento deste problema pode afetar a fertilidade da mulher e é um dos motivos pelos quais é fundamental haver um diagnóstico precoce. No caso de uma nova gravidez, é recomendada a realização de uma ecografia por volta das 7 semanas de gestação para perceber se o embrião está devidamente implantado no útero.
As gestações extrauterinas correspondem a cerca de 1 a 2% de todas as gravidezes.
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