Share the post "Gravidez na adolescência: 5 conselhos para lidar de forma positiva"
A adolescência é o espaço de transição entre a infância e a idade adulta, fase em que acontecem grandes mudanças. É, muitas vezes, considerado um período de crise que se situa entre dois polos, a dependência (proteção) e a independência (autonomia). É o período das contradições, das confusões, por vezes doloroso. Nesta fase do desenvolvimento acontece a abertura do caminho para a escolha do parceiro sexual, que inicia de modo tímido mas intenso. A gravidez na adolescência pode surgir de forma imprevista, deixando toda a dinâmica familiar perturbada.
A realidade da gravidez na adolescência
A gravidez na adolescência é um problema bem presente no nosso país, embora se assista a uma diminuição do número de gravidezes em mães com menos de 20 anos nos últimos anos.
Ocorre, sobretudo, junto das adolescentes que vivem em situações mais desfavorecidas do ponto de vista social, económico, pessoal e cultural. Outras características que também são apontadas como estando associadas à gravidez na adolescência são: o início precoce da atividade sexual; a falta de conhecimentos a respeito da sexualidade; o uso muito pouco frequente de contraceção.
Uma gravidez indesejada na adolescência ocorre por várias razões: porque o método contracetivo falhou ou pela má utilização do mesmo; porque não se utilizou qualquer proteção durante as relações sexuais; por falta de informação; pela existência do pensamento mágico de que “só acontece aos outros”; por mitos à volta das relações sexuais.
Mas a gravidez na adolescência também pode ser desejada, normalmente determinada por padrões culturais ou por questões do género: sentir que estando grávida se consegue o amor do namorado; a fantasia de que a gravidez trará mais afeto e atenção por parte dos outros.
Como lidar com a gravidez na adolescência da forma mais positiva
A gravidez na adolescência pode ser um choque e motivo de grande preocupação para a adolescente e para toda a família. As seguintes dicas podem ajudar a lidar com esta realidade da melhor forma possível.
a) O apoio das pessoas mais próximas é fundamental
As mães muito jovens são frequentemente alvo de críticas e julgamentos e, por isso, precisam de se sentir estáveis a nível emocional. É fundamental partilhar a notícia com as pessoas mais próximas. Falar com os pais pode parecer difícil mas é um passo importante.
O apoio dos pais é fundamental para o bem-estar emocional da adolescente. Os estudos nesta área sugerem que continuar a residir com a sua própria mãe promove a adaptação da adolescente à maternidade e que cuidar do filho na presença de uma mãe apoiante, que partilha e modela os cuidados à criança, aumenta a confiança da jovem nas suas competências maternas, diminui o risco de perturbação emocional e conduz a práticas educativas parentais mais eficazes.
Também o bem-estar do jovem que vai ser pai deve ser tido em conta, este deve ser ouvido e deve expressar os seus sentimentos em relação a si próprio, à gravidez e à alteração dos seus projetos pessoais e profissionais.
b) Procurar ajuda especializada sempre que se mostre necessário
Um psicólogo pode ajudar a atravessar esta fase da melhor maneira, fazendo com que a adolescente se mantenha estável emocionalmente. Não é motivo de vergonha procurar ajuda.
c) Tentar manter, dentro do possível, atividades de lazer
O envolvimento nas tarefas parentais traduz-se, frequentemente, numa menor disponibilidade para atividades de lazer, atividades letivas ou profissionais. Esta menor disponibilidade pode acarretar maior insatisfação com a vida em geral por parte das adolescentes.
d) Importância da autoestima
Adolescentes com uma autoestima mais elevada revelam melhor ajustamento à maternidade e menores níveis de stress. Trabalhar e desenvolver determinadas características da personalidade como a autoestima pode ser uma grande ajuda.
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