Share the post "Grupo Ageas: contexto inflacionista será um grande desafio"
O Grupo Ageas, um dos principais players do mercado português de seguros, inaugurou recentemente as suas novas instalações no Porto. O edifício, denominado ICon Douro, é não só uma magnífica obra de arquitetura. É também a âncora para os novos desafios que estão pela frente.
Em entrevista ao Ekonomista, Steven Braekeveldt, CEO Grupo Ageas Portugal, revela quais os planos de crescimento do Grupo Ageas para Portugal, a necessidade de continuar a aprofundar as relações com os clientes e de que forma o atual contexto internacional, fortemente marcado por uma pressão inflacionista, pode impactar o negócio.
Grupo Ageas: “Queremos crescer acima do mercado”
Ekonomista: Quantas pessoas podem trabalhar em simultâneo no novo edifício do Grupo Ageas no Porto?
Steven Braekeveldt: O nosso novo edifício do Porto, ICON Douro, encontra-se com 80% da sua capacidade máxima (300 pessoas), visto que o Grupo Ageas Portugal de momento se encontra num regime híbrido.
EK: Em termos de atividade comercial serão disponibilizados neste novo edifício serviços ao público ou terá como função exclusiva atividades de backoffice?
SB: O Edifício ICON Douro oferece espaços dinâmicos e multifuncionais que foram desenhados e mobilados para reunir todas as condições necessárias e proporcionar assim uma experiência única, impactante e personalizada.
Com um total de 7.600 m2 distribuídos por quatro pisos, o edifício possui ainda cafetaria, restaurante e esplanada com lago, com acesso disponível para todos os Colaboradores e visitantes.
À semelhança da sede em Lisboa, também este tem uma brand room, uma business academy e uma loja multimarca – esta última é um espaço dedicado para ajudar os vários clientes, e potenciais clientes, através de uma experiência única, integrada e com foco na qualidade do serviço prestado.
Com um horário de funcionamento entre as 9h e as 17h, a loja multimarca servirá as várias unidades de negócio (Não Vida, Vida e Saúde) e todas as marcas comerciais (Ageas Seguros, Ageas Pensões, Ocidental, Médis e Seguro Directo).
Este espaço está dividido em duas áreas diferentes de atendimento, orientadas para os serviços a prestar e cobrindo as diversas necessidades dos nossos Clientes.
EK: Com os dois investimentos que o Grupo Ageas concretizou em Lisboa e no Porto, quais as perspectivas de crescimento do negócio em Portugal para 2023?
SB: Enquanto Grupo pretendemos continuar a crescer acima do mercado e reforçar a nossa quota nas linhas de negócio que consideramos estratégicas. Sabemos que o contexto inflacionista terá um grande impacto no aumento dos custos com sinistros e será um desafio adicional que atingirá o setor.
EK: Que novos investimentos estão na mira do Grupo Ageas em Portugal para um futuro próximo?
SB: Encontramo-nos em constante procura de novas oportunidades, seja de aquisições ou de parcerias, estando sempre atentos ao mercado. Como Grupo, pretendemos crescer a todos os níveis e não queremos limitar os investimentos apenas à área de seguros.
Estamos igualmente focados em qualquer outra área relevante ou complementar ao nosso negócio que esteja alinhada com a estratégia em curso.
EK: Que quota de mercado almeja atingir em Portugal o Grupo Ageas?
SB: O Grupo Ageas Portugal detém atualmente uma posição de liderança no segmento Vida e na Gestão de Fundos de Pensões e tem vindo, ano após ano, a reforçar o setor Não Vida, perspetivando-se que no futuro se mantenha esta trajetória de crescimento orgânico.
EK: Em termos de responsabilidade social, qual é o atual posicionamento do Grupo Ageas?
SB: A estratégia de Responsabilidade Social do Grupo Ageas Portugal é vasta, mas obedece a um plano de ação. No universo do Grupo existe uma fundação corporativa (Fundação Ageas) com um historial de cerca de 25 anos, para a qual a Ageas canaliza recursos financeiros e não financeiros e cuja intervenção possui um foco exclusivo no impacto social, através de programas de voluntariado, capacitação de pessoas e entidades, donativos e investimentos com vista à escalabilidade de projetos inovadores.
Com foco nas temáticas sociais da Saúde, do Envelhecimento da população e da Exclusão Social, procuramos sempre trabalhar em rede com outras entidades de economia social e start-ups de impacto.
Encontramo-nos em constante procura de novas oportunidades, seja de aquisições ou de parcerias, estando sempre atentos ao mercado. Como Grupo, pretendemos crescer a todos os níveis.
Nestes últimos anos, a Fundação também se tem posicionado como uma entidade que trabalha projetos sociais inovadores com o objetivo de os mesmos integrarem a cadeia de valor do Grupo e de outras empresas.
A presença da SAOM no edifício do Porto e da CRESCER, Café Joyeux e Semear no de Lisboa, são apenas alguns exemplos desta abordagem.
Por fim, importa referir que é parte estruturante da estratégia de responsabilidade social do Grupo Ageas Portugal o seu papel como mecenas da cultura, através do apoio ao Coliseu Porto Ageas, Teatro Nacional D. Maria II, Casa da Música e Festival Internacional de Música de Marvão.
EK: A incerteza do cenário internacional é, no entender do Grupo Ageas, uma preocupação ou uma oportunidade para o setor?
SB: De forma global, a tendência passa por olharmos cada vez mais para ecossistemas e menos numa ótica de produto: o mundo está a mudar, a incerteza trazida pela guerra e, subsequente, aumento do custo de vida vem alterar e muito as prioridades das pessoas e das empresas.
Tendo em conta a conjuntura de incerteza atual, devemos ter na tecnologia um aliado para nos permitir ser mais acessíveis e ágeis, sem descurar a importância da humanização em qualquer momento de contacto com os clientes.
Apesar do setor se encontrar em constante mudança, adaptação e flexibilidade, teremos de ter como objetivo permanecer focados na manutenção dos níveis de serviço, de satisfação e de fidelização dos nossos clientes, na certeza de que a tendência passará pela inovação contínua e rápida de adaptação às necessidades.
Maas mesmo com este cenário internacional, iremos continuar a apostar na inovação dos nossos produtos, quer seja através de novos serviços, quer com a criação de novas soluções para irem ao encontro das necessidades dos portugueses.
Consideramos que existe, por exemplo, uma maior oportunidade nos produtos onde há uma menor penetração na população portuguesa, como o seguro de vida, multirriscos habitação e até saúde, que tem demonstrado um enorme dinamismo nos últimos anos. Já para não falar das outras necessidades mais específicas decorrentes das tendências de consumo, como o cyber risk e seguros on demand.