Miami é um destino altamente turístico muito graças ao clima quente e húmido e à quantidade de praias de extenso areal e água morna. Contudo, esta apetitosa descrição não cabe tanto a Miami mas sim a Miami Beach.
Sendo ambas as zonas servidas pelo mesmo aeroporto, a distinção entre os dois sítios, separados por 15 minutos de carro e pela baía de Biscayne, é importante na altura de escolher onde ficar.
A verdade é que ao ficar em Miami não é possível ir até à praia a pé, e de bicicleta e transportes públicos será difícil ou não justifica o tempo perdido na deslocação.
O ritmo nocturno acelerado também acontece em Miami Beach, ao passo que Miami tende a ser mais um centro empresarial, apesar de haver alguns pontos de interesse, que abaixo apresentamos.
Miami: o que ver num destino de sonho
Como já acima mencionado, Miami é maioritariamente destino de praia e em termos paradisíacos e de requinte, alguns exclusivos e caros, tem uma excelente oferta.
Exemplo disso é as festas de piscina nos hotéis com vista-mar, cuja entrada é dispendiosa e sem garantia.
Por outro lado, o acesso aos modernos bares de hotel não é vedado (nem cobrado) a turistas e alguns, como o Delano, oferecem um excelente cenário, com palmeiras, sofás lounge e até uma mesa dentro da piscina.
Caminhar por Ocean Drive
É a zona mais movimentada, a marginal no sentido de ser a estrada mais perto de mar, apesar de não ser possível ver o oceano devido à vegetação e inclinação do terreno. Sendo que há apenas edifícios a oeste, o passeio desse lado tende a ficar muito congestionado.
Mas a oferta é essencialmente a mesma: restaurantes e bares. Nestes estabelecimentos, falar espanhol é ganhar a simpatia (ainda maior) do staff. Convém dar nota ainda de que o dress code nesta rua é aleatório e à vontade do turista.
Seja de dia ou de noite, pode caminhar como bem lhe apetecer, pois o que não falta são pessoas que ficaram na praia até se fazer noite e o uso de t-shirt não é obrigatório.
Virginia Key
Ainda fora de terra firme, outro ponto turístico é Virginia Key. O nome de Key pode ser traduzido para enclave e representa uma porção de terra no meio do mar ligada ao continente, geralmente por uma estrada. Para ali chegar é difícil sem ser de carro.
Através das plataformas TVDE, o trajecto de ida deverá custar cerca de 15 dólares. Vale a pena sobretudo pela vista que oferece sobre a cidade de Miami, uma vez que é desta zona que se tiram as fotografias dos postais de Miami.
De resto, não há nada para visitar. O melhor que pode fazer é comer no Rusty Pelican, com excepcional vista sobre a linha do horizonte, mas prepare-se para tirar uns bons dólares na carteira.
Florida Keys
Se tiver carro, tempo, e gostar de roadtrips, vale a pena tirar um dia para visitar os vários enclaves sobre o calmo oceano atlântico que também banha as Bahamas. De Miami Beach até à Key Largo, o primeiro dos enclaves, demora-se uma hora e meia.
Para fazer a travessia total até Key West, onde vale a pena ver o pôr do sol, conduz-se durante pouco mais de duas horas. Pelo meio passa-se por muitos lugares paradisíacos, como Islamorada ou Marathon.
É importante referir que muitas destas praias são de resorts ou mesmo privadas, de casas particulares. Por isso, é obrigatório pesquisar a que se praia quer ir antes de se fazer à estrada e já perto, conduzir devagar pois muitas têm entradas intrincadas.
Onde encontrará mais facilidade para experimentar o tranquilo e quente mar é nas Keys de maior dimensão, como Key Largo, Long Key e Key West.
Parque Nacional de Everglades
Este parque nacional é uma extensa área na Florida, já afastada de Miami, tendo como Homestead a cidade mais próxima. Fica no caminho para as Keys e se gostar do contacto com a vida selvagem, é um ponto com muito interesse. Seja para avistar cobras, crocodilos ou fazer caminhadas por trilhos envolvidos por flora subtropical.
As ofertas são bastantes no que toca a este tipo de actividades mas, tratando-se de um parque natural, impera que veja o que pode fazer em determinada altura do ano.
Miami Downtown
O centro de Miami não é propriamente turístico, mas vale a pena um passeio ao final do dia na “baixa”. Além de ficar a conhecer, há muitos restaurantes e bares com bom aspecto. A zona de Brickell é recente e moderna, e tem uma vasta oferta de lojas de roupa.
Caminhando até à zona da marina, do outro lado do Rio Miami, existe um centro comercial aberto, com alguma diversidade de bares e esplanadas, onde também costuma haver música ou vivo. Se estiver de passagem, pode valer a pena espreitar, mas não compensa deslocar-se propositadamente.
Também ali perto está o Bayfront Park. De Miami Beach para Downtown são 20 minutos de carro e as plataformas TVDE podem ser a opção mais cómoda.
Wynwood Walls: os murais de Miami
Mais a norte do centro da cidade de Miami está a zona de Wynwood, famosa pelos murais pintados nos vários pavilhões/edifícios.
Trata-se, portanto, de um sítio ao ar livre, com enormes desenhos de artistas de todo o mundo; se gostar deste tipo de arte urbana, pode valer a pena, enquanto percorre a parte continental de Miami, deslocar-se até esta parte da cidade (são 15 minutos de carro e o dobro de comboio) e tirar umas boas fotografias.
A afluência de turistas é grande, pelo que também há uma considerável oferta ao nível da restauração.
Calle Ocho/Little Havana
Afastada de downtown, a zona de Little Havana, que apanha grande parte da Rua Oito, merece a visita pela genuinidade da comunidade hispânica. A zona de metropolitana de Miami por si só é casa de mais de um milhão de cubanos e a zona de “Pequena Havana” tanto espelha essa realidade como homenageia os imigrantes de Cuba.
Por isso mesmo, é no chão da Calle Ocho que está a Walk of Fame hispânica, onde estão estrelas de grandes artistas, como Julio Iglesias e Gloria Estefan.
No exterior, entre os bares e restaurantes, há muita animação, mesmo a meio do dia, com bandas e cantores a dar uma rica banda sonora ao passeio.
Também cá fora, pertencendo aos mesmos estabelecimentos ou outros especializados, é comum ver-se trabalhadores sentados à secretária, a enrolar charutos, em mais um toque de autenticidade da zona. Visitar Little Havana pode ser feito no mesmo dia das outras actividades em Downtown. De comboio são pouco mais de 20 minutos e metade de carro.
Onde ficar
Não tendo muitos pontos históricos para visitar, a razão para aterrar no Aeroporto Internacional de Miami será inevitavelmente, além de conhecer a cultura local (com uma forte comunidade hispânica), fazer praia.
Por isso, o melhor sítio para ficar é Miami Beach. A viagem para lá chegar depois de aterrar, de carro, através das plataformas Uber ou Lyft, por exemplo, não deverá demorar muito mais do que 20 minutos. Também é possível ir de autocarro: chama-se Flyer Bus e tem uma frequência de 30 minutos.
Já em Miami Beach, há decisões a tomar: pode ficar, literalmente, a norte (North Beach), a “meio” (Mid-Beach) ou a sul (South Beach). Sendo que o epicentro de Miami Beach é entre Mid-Beach e South Beach, se escolher alojamento nessa zona poderá percorrer as praias e deslocar-se (se o calor o permitir) sem ter de recorrer a meios de transporte.
Para ter uma noção do extenso areal, desde o ponto mais a sul até, por exemplo, à discoteca LIV, que fica em primeira linha de mar, mas já em Mid-Beach, são 6,5 quilómetros.
É importante ressalvar que não é possível caminhar pela “marginal”, pois o espaço urbano que poderia ser destinado a este tipo de vias está ocupado pelas traseiras de grandes empreendimentos hoteleiros. Ainda assim, existe um percurso paralelo ao areal, exclusivo para peões, mas protegido por vegetação, pelo que não se consegue ver o oceano.