Uma hérnia é uma pequena saliência que ocorre numa determinada região do corpo, como resultado de uma fraqueza ou debilidade da membrana que protege esse órgão.
No caso da hérnia do hiato, por exemplo, pode verificar-se um deslizamento do estômago para dentro do tórax. Temos ainda de considerar a incisional, que pode ser uma consequência de uma intervenção cirúrgica.
Uma das causas das hérnias abdominais prende-se, como referimos, com o facto de a parede abdominal estar mais débil, que é o que acontece após uma certa zona ter sido intervencionada. Neste caso, se houver algum esforço extraordinário, como essa região está mais fragilizada, pode surgir uma saliência.
Hérnia: tudo o que precisa de saber
Podemos distinguir entre hérnias abdominais, onde se inserem as hérnias umbilical e inguinal; hérnias discais, associadas a lesões na coluna; hérnias do hiato e, também, hérnias incisionais.
No caso das abdominais, estas distinguem-se pelo facto de a parede abdominal apresentar alguma debilidade e, como resultado, pode-se verificar uma protuberância, a tal saliência visível. Essa protuberância é, na verdade, um tecido mole que “sai para o exterior”.
Ainda no que diz respeito à hérnia umbilical, onde também é visível uma pequena saliência, esta resulta do facto de os músculos abdominais não se terem fechado completamente, sendo por isso mais comum nos bebés.
Os diferentes tipos
Hérnia discal
Dor nas costas, nos braços e nas pernas; formigueiro nos membros superiores e inferiores. Estes são alguns dos indicadores de uma hérnia discal. No entanto, para além destes sinais, há ainda que considerar as dores de pescoço, que abrangem a região do trapézio, prolongando-se desde a nuca até aos ombros.
O disco invertebral é constituído por um ânulo fibroso e pelo núcleo pulposo; sendo que este último se encontra protegido pelo ânulo. Assim, a dor ocorre quando se verifica uma espécie de fissura e/ou desgaste no ânulo fibroso, em que o núcleo pulposo pode entrar em contacto com algum nervo, dando-se assim a compressão da hérnia.
Uma vez que a dor ocorre quando há um deslocamento do disco invertebral, os sintomas vão variar dependendo do nervo que está a ser comprimido pela hérnia.
Este tipo de lesão tende a surgir entre os 35 e os 55 anos, havendo maior probabilidade de se manifestar nos homens. Contudo, é importante ter em conta que as lesões que abrangem a região lombar são de recuperação morosa. Ainda assim, um tratamento bastante útil e que poderá aliviar as dores lombares é a fisioterapia, muitas vezes complementada com medicamentos adequados para o efeito.
Hérnia do hiato
A hérnia de hiato surge no seguimento do deslizamento de órgãos abdominais. De um modo geral, a parte superior do estômago desliza para dentro do tórax através do hiato do diafragma.
O hiato carateriza-se por ser um pequeno orifício do diafragma, músculo que separa o tórax do abdómen. Neste sentido, um dos principais sintomas é o refluxo gastroesofágico, a azia e a dificuldade em engolir.
A hérnia de hiato é um problema que afeta cerca de 60% da população em todo o mundo acima dos 60 anos. Quando a hérnia é de grandes dimensões pode ser necessária uma correção cirúrgica. No entanto, esta decisão costuma ser reservada para casos de emergência ou para pessoas que não conseguiram ter sucesso no tratamento feito com medicamentos ou recorrendo a uma mudança na alimentação.
Hérnia umbilical
Esta é uma hérnia abdominal, que se localiza na região do umbigo. Tem maior prevalência nas crianças, mais precisamente nos bebés e com maior incidência no sexo feminino e em bebés prematuros.
Aquando do choro ou em situações de tosse, a hérnia torna-se mais visível. Apesar da pequena saliência na zona do umbigo, a hérnia umbilical não é considerada grave. Por norma, este tipo de hérnia tende a auto-solucionar-se ao fim do primeiro ano de vida do bebé. Contudo, caso isso não aconteça, será então necessário recorrer a uma intervenção cirúrgica.
Ainda assim, este sintoma também pode verificar-se em adultos, sendo que neste caso se deve maioritariamente a algum tipo de pressão abdominal. Se nos bebés um dos principais fatores de risco é o facto de serem prematuros, nos adultos é a obesidade, sendo mais comum a partir dos 50 ou 60 anos.
Hérnia inguinal
À semelhança da umbilical, a hérnia inguinal é também uma hérnia abdominal, porém, esta é mais comum e distingue-se pela sua localização na zona da virilha. Este tipo pode verificar-se pouco tempo após o nascimento do bebé, sendo que a prevalência é maior no sexo masculino.
No entanto, pode também verificar-se na idade adulta, sobretudo aquando de um esforço e se se tem alguma debilidade da parede abdominal. De um modo geral, os sintomas são em tudo semelhantes à hérnia umbilical. Todavia, outra particularidade deste tipo de lesão prende-se com o facto de apenas ser possível corrigi-la através de cirurgia.
Quando esta se verifica na idade adulta, temos ainda de acrescentar o facto de a mesma poder reaparecer, isto é, de forma geral, volta a ser necessário recorrer a uma intervenção cirúrgica 4 anos após a mesma.