A hipertensão arterial, quando não tratada ou mal tratada, é o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares, nomeadamente para o acidente vascular cerebral e para a doença isquémica do coração. Estas doenças são as principais causas de morbilidade e mortalidade em todo o mundo.
Sabe o que é a hipertensão arterial?
Os valores da pressão arterial de cada pessoa são determinados pela pressão a que o sangue circula nas artérias do organismo, em consequência da ação de bombeamento que o coração efetua por pulsação.
De cada vez que o coração se contrai o sangue é expelido através da artéria aorta. A pressão máxima atingida durante a expulsão do sangue é a chamada pressão sistólica.
Posteriormente, a pressão dentro das artérias vai descendo à medida que o coração relaxa. A pressão mais baixa atingida é a chamada pressão diastólica (pressão mínima).
A pressão ou tensão arterial de cada pessoa sofre variações em resposta às diferentes atividades e emoções.
O controlo destes valores depende de um mecanismo muito complexo, que inclui a regulação pelo sistema nervoso, coração, vasos sanguíneos e rins.
Considera-se que uma pessoa é hipertensa quando tem uma pressão arterial repetidamente superior ou igual a 140mmHg para a sistólica e/ou 90mmHg para a diastólica.
Os valores são forçosamente diferentes para os doentes diabéticos ou renais ou para aqueles que apresentem doença cardiovascular. Nestes casos recomenda-se que tenham valores inferiores a 130/80mmHg.
A hipertensão arterial pode ser essencial/primária ou secundária. A hipertensão arterial essencial/primária é a forma mais comum de hipertensão e a sua causa é desconhecida. Por outro lado, a hipertensão secundária é menos comum e a sua origem é conhecida.
Causas da hipertensão arterial
Na grande maioria dos doentes, não se consegue detetar uma causa específica de hipertensão arterial.
Acredita-se que estes casos de hipertensão arterial essencial/primária sejam devidos a uma combinação de fatores hereditários, ambientais e de erros no estilo de vida, como excesso de consumo de sal, excesso de peso, consumo excessivo de álcool, tabagismo e sedentarismo.
Nos casos de hipertensão arterial secundária é possível identificar as causas que estão subjacentes, e que podem ser diversas, nomeadamente:
- Doenças do rim;
- Doenças endócrinas;
- Doença iatrogénica (grande parte das mulheres que tomam a pílula sofrem uma elevação da pressão arterial; num pequeno número de casos, essa elevação pode ser considerável e levar a hipertensão arterial).
Sintomas a ter em conta
Nos primeiros anos, este problema não provoca habitualmente quaisquer sintomas à exceção dos valores tensionais elevados, detetáveis através da medição da pressão arterial.
Quando a pressão arterial sobe para valores significativos pode causar sintomas como tonturas, visão enevoada, dor de cabeça, confusão, sonolência e falta de ar.
Com o decorrer dos anos, a pressão arterial acaba por lesar os vasos sanguíneos e os principais órgãos do organismo, provocando vários sinais e sintomas. As principais doenças associadas à hipertensão arterial são:
- Acidente vascular cerebral;
- Cardiopatia isquémica (angina de peito; enfarte do miocárdio; morte súbita);
- Insuficiência cardíaca;
- Aneurisma dissecante da aorta;
- Insuficiência renal.
Tratamento da hipertensão arterial
Adotar um estilo de vida saudável ajuda a manter a pressão arterial dentro dos valores normais. É importante que as pessoas se mantenha fisicamente ativas e que adotem uma dieta com poucas gorduras e pouco sal.
O consumo de álcool deve ser reduzido e idealmente o consumo de tabaco deve ser abandonado.
No entanto, quando as medidas não farmacológicas não são suficientes é necessário recorrer ao tratamento farmacológico.
Os fármacos não curam a hipertensão arterial, apenas a controlam. Assim, uma vez iniciado, o tratamento medicamentoso deverá ser continuado e mantido por toda a vida.