Share the post "Época das alergias: como a histamina provoca as crises alérgicas?"
Certamente já ouviu falar em histamina e, claro, nos medicamentos anti-histamínicos – afinal, é um tema recorrente quando chega a altura da primavera.
Mas afinal, o que é a histamina e como ela desencadeia os nossos processos alérgicos? Se sentiu curiosidade, este artigo é para si.
Entenda como o seu organismo desencadeia os processos alérgicos e prepare-se para lidar com as crises.
Histamina: tudo o que precisa de saber
O que é
A histamina é uma molécula produzida por algumas células do nosso organismo, na sua maioria glóbulos brancos, e que está presente em abundância em quase todos os tecidos – particularmente no pulmão e no fígado.
Ela é libertada dos glóbulos brancos quando o organismo está em contacto com uma substância à qual é hipersensível e, por esta razão é valiosíssima para a nossa saúde. Afinal, é uma importante resposta do nosso sistema imunitário.
Descubra neste artigo como esta molécula age no organismo, quais são as reações que o corpo desencadeia e como pode tratar o problema.
Histamina e alergias alimentares
Sabia que alguns alimentos contêm histamina? E há, ainda, outros que atuam como indutores da libertação de histamina, como os alimentos cítricos.
Os que contêm histamina são, sobretudo, alimentos de origem vegetal – como morango, papaia, abacaxi, mamão, tomate, amendoim, soja, espinafre, lentilha, cacau (sim, atenção ao chocolate) e alguns tipos de cogumelos.
Mas também os peixes e crustáceos (lembremos as alergias aos mariscos), a carne de porco, as claras de ovos e carne de porco e algumas especiarias (como a pimenta, a canela e o cravo).
Quando a sensibilidade à histamina presente nos alimentos se torna um problema, é possível recorrer a uma dieta de combate aos incómodos. O novo plano alimentar deve incluir os alimentos que têm baixa quantidade da molécula. São exemplos:
- leite de vaca, manteiga e queijos como cottage, ricotta e requeijão;
- batata, arroz, farinha;
- milho, cebola, abóbora, couves, couve-flor, cenoura, chuchu e beterraba;
- ameixa, figo, melão, uva, maçã;
- carnes de aves
Como a histamina provoca as alergias
A histamina provoca a dilatação dos capilares, tendo por consequência a hipotensão e o aumento das secreções. Desempenha um papel patogénico, agindo como intermediária nos fenómenos de origem alérgica como, por exemplo, num choque anafilático, na asma e na urticária.
Como o corpo reage à histamina
A histamina é libertada a partir de mastócitos e basófilos (glóbulos brancos) durante uma reação alérgica. Depois de libertada, a histamina liga-se aos seus recetores específicos, provocando uma dilatação dos vasos sanguíneos.
Como resultado, a permeabilidade de vasos sanguíneos aumenta. Esta dilatação também pode provocar a vermelhidão na pele.
Quando os vasos sanguíneos estão dilatados, num quadro de alergia, permitem que os glóbulos brancos cheguem mais rapidamente aos agentes invasores. E é esta defesa do organismo que dá origem aos sintomas.
Causas da libertação de histamina
A libertação da histamina pode ser provocada por um grande número de alérgenos. Normalmente, a molécula é libertada quando o organismo está em contacto com pólen, pelos de animais, mofo e ácaros, mas podem existir inúmeros agentes causadores das reações alérgicas.
Alguns alimentos, por exemplo, podem estimular este tipo de reação – é o caso das nozes, dos amendoins, dos frutos do mar e, até, dos morangos. Também as picadas de insetos, especialmente as das abelhas, vespas e formigas, podem produzir reações alérgicas, provocando a intervenção da histamina.
Quais os sintomas associados?
Esta reação de libertação pode ativar um dos tipos de recetores da histamina – o recetor H1 e o recetor H2 – e provocar os seguintes sintomas:
- quando estimulados, os recetores H1 podem desencadear sintomas como erupções cutâneas, urticária, inchaço, comichão, dores de cabeça e também respostas respiratórias;
- no caso dos recetores H2, quando estimulados, pode acontecer a produção excessiva de ácido no estômago.
Tratamentos
Os anti-histamínicos neutralizam os efeitos da histamina através do bloqueio dos seus recetores.
Existem dois grandes grupos de anti-histamínicos antagonistas. Tome nota.
a) Antagonistas H1: difenidramina, loratadina e cetirizina. O termo anti-histamínicos de longa duração é utilizado para referir-se a anti-histamínicos H1, que são utilizados para tratar os sintomas da inflamação local, o corrimento ou a congestão nasal.
b) Antagonista H2: cimetidina, famotidina e ranitidina. Estes são utilizados principalmente para reduzir a produção de ácido no estômago. Também são prescritos para o tratamento de úlceras no estômago e de patologias clínicas, como a doença do refluxo gastroesofágico.