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Falar de automóveis sem falar da Mercedes é quase sacrilégio, e no ano em que celebram os 120 anos da marca, a Mercedes-Benz conseguiu alcançar o estatuto de em qualquer ponto do globo, qualquer pessoa sabe identificar um Mercedes pela famosa estrela de três pontas.
Da mesma forma, também Gottlieb Daimler e Karl Benz são nomes que frequentemente ouvimos, quando o assunto são fundadores de marcas de automóveis. Mais famoso que os nomes de Benz e Daimler, só o de um tal Enzo Ferrari…
História da Mercedes (antes da Mercedes-Benz)
Daimler e Benz estiveram envolvidos, de forma independente, na construção de automóveis anos antes do nascimento da marca que conhecemos hoje. A Benz & Co. foi fundada em 1883, em Manneim, e a Daimler Motoren-Gesellschaft (DMG) em 1890, a cerca de 150 km, na zona de Cannstatt, Estugarda. Os dois protagonistas mais conhecidos da história da Mercedes só viriam a trabalhar juntos em 1926.
Karl Benz é o nome associado ao primeiro automóvel, o Benz Patent Motorwagen. O modelo foi registado em janeiro de 1886, cerca de sete anos antes da fundação da Mercedes-Benz. O projeto foi financiado pela mulher, Bertha Benz, uma pioneira no mundo automóvel. Bertha foi a primeira pessoa a efetuar uma viagem longa (105 km) num automóvel. Ela queria provar (ao próprio marido) que o Motorwagen era fiável e robusto o suficiente para suportar viagens longas.
Contudo, a concorrência estava a projetar um automóvel à altura. Daimler, que trabalhava com Wilhelm Maybach, produziu o seu primeiro carro numa adaptação de um motor a uma estrutura de um coche, tendo saído da DMG, também em 1886, o primeiro (e de grandes dimensões…) automóvel de quatro rodas (o veículo de Benz tinha três rodas).
A marca Mercedes foi registada a 26 de setembro de 1902, na altura com modelos produzidos apenas por Daimler e Maybach, em Cannstadt. Mercedes era o nome da filha de um empresário austríaco, Emil Jellinek, o qual era responsável pelo sucesso comercial dos carros que saíam da DMG.
Em 1924, para as suas empresas sobreviverem após a 1ª Guerra Mundial, Benz e Daimler uniram esforços numa aliança que viria a ser oficializada em junho de 1926. Em outubro, o Salão Automóvel de Berlim conhecia os primeiros automóveis Mercedes-Benz.
Mercedes-Benz: carros mais marcantes
A história da Mercedes-Benz, popularmente mais conhecida como Mercedes, é plena de sucessos. Foram vários os modelos emblemáticos que a marca produziu ao longo do tempo, mais do que aqueles que conseguimos aqui enumerar.
- Os W02 e W03, automóveis pequenos e ágeis, foram os modelos apresentados em Berlim, onde a Mercedes-Benz deu os seus primeiros passos oficialmente. Mas estes foram apenas o início da história, pois muitos sucessos lhe seguiram…
- Em 1930, a Mercedes-Benz deu a conhecer o Type 770. Era um carro de luxo, com motor de 8 cilindros em linha, 150 cavalos de potência e que podia alcançar os 200 cavalos com compressor Roots. Foi um dos carros de Hitler.
- Seis anos depois, a Mercedes-Benz lançou o 260 D, um dos dois primeiros automóveis de passageiros equipados com motor Diesel.
- O Mercedes 300, também conhecido como Adenauer, foi outro dos modelos emblemáticos da marca alemã. Grande, potente e luxuoso, o 300 era, mais que um topo de gama, um carro de elite.
- Para a história da Mercedes fica também o 300 Gullwing, cuja abertura das portas estilo asas de gaivota eternizou o modelo lançado em 1954.
- Não tão famoso como o Gullwing, mas mais popular (mesmo não sendo um carro do povo), o “cauda de peixe”, de 1959, substituía o Ponton e destacou-se pela traseira desenhada para auxiliar o condutor a perceber onde terminava a carroçaria.
- Depois do Adenauer, outra super berlina luxuosa surgia na marca da estrela. O 600 tinha opção de chassis curto e chassis longo, com este a poder montar divisória entre o motorista e os passageiros de trás. A Rolls-Royce era uma das concorrentes do opulento 600.
- Nos anos mais recentes da vasta história da Mercedes, encontramos, entre muitos outros automóveis de sucesso, o W123, produzido desde 1976 e durante 10 anos. O W123 tinha configurações de quatro portas, coupé, limousine de seis portas e uma carrinha, a primeira da marca. Nos dias que correm, o W123 faz sonhar os apaixonados por clássicos das décadas de 70 e 80 do século XX. É também um dos modelos que mais se difundiu em todo o mundo e cuja fiabilidade dos motores Diesel contribuiu muito para que a marca de Estugarda continue a ostentar essa coroa de louros.
- Em 1978, a Mercedes-Benz lançou o seu primeiro Classe S oficial e o primeiro motor turbo Diesel, destinado ao mercado americano. O topo de gama foi também o primeiro automóvel de produção a ser equipado com sistema de travagem ABS.
- Em 1979, surge outra estrela: o Classe G. O Geländewagen, construído originalmente para forças militares, é um dos modelos mais tempo em produção e continua a ser reconhecido pela eficácia em todo-o-terreno.
- Já a meio da década de 1980, surgiu o primeiro Classe E, com nome interno W124, e conhecido popularmente como o “tanque”, graças à sua robustez e, mais uma vez, fiabilidade mecânica.
- Em 1993, saiu o primeiro modelo em colaboração com a AMG, o C63 AMG.
- Após outros lançamentos de sucesso, em 2003, a Mercedes-Benz voltou a agitar as águas com o SLR MClaren. Produzido conjuntamente com o construtor inglês, tinha motor de 5,4 litros e debitava 626 cavalos e 780 Nm de binário.
Mercedes AMG Project One: um F1 para a estrada
A história da Mercedes é rica em automóveis em que a qualidade é imagem de marca, quer em modelos de larga escala, quer em nichos ou modelos mais exclusivos.
Como as exigências ambientais são cada vez maiores e a necessidade de apresentar veículos menos poluentes cada vez mais emergente, a marca da estrela já anunciou também o seu SUV 100% elétrico, provando que continua a acompanhar as tendências e as necessidades do novo século.
Mas os automóveis altamente exclusivos continuam a fazer parte do portfólio da Mercedes-Benz e o novo hiper desportivo vem provar isso mesmo.
O Mercedes-Benz AMG Project One é essencialmente “um Fórmula 1 com espelhos retrovisores”. As semelhanças são tantas que o motor utilizado, um 1.6 turbo com 6 cilindros em V, é retirado dos carros dos circuitos desportivos mas, oferecendo praticamente os mesmos 1000cv de potência dos carros de competição.
Um dos segredos do Project One para atingir aquele valor está no sistema híbrido, com quatro motores elétricos. Dois estão montados no eixo da frente, funcionando nas rodas, um está situado no turbocompressor e outro… dentro do motor.
Os três primeiros motores elétricos têm 120 kW (160 cavalos) e a quarta unidade 90 kW (120 cavalos). Os especialistas da AMG afirmam que estas soluções ajudam a aumentar significativamente as prestações do Project One.
As unidades elétricas nas rodas permitem um funcionamento com efeito de vetorização de binário, ao mesmo tempo que aproveitam as travagens para rápida recuperação de energia que é acumulada nas baterias.
O motor instalado no turbo diminui o atraso de resposta daquele componente (turbo-lag) e o motor elétrico no motor de combustão melhora bastante a resposta do mesmo. Caixa de 8 velocidades, chassis monocoque em fibra de carbono, motor e caixa acoplados à suspensão traseira ao jeito da F1 são outras das inovações que a AMG traz das pistas para a estrada.
As prestações declaradas para o novo hiper desportivo (passou o escalão dos super desportivos) são mais de 350 km/h e menos de 6 segundos desde o arranque aos 200 km/h. O Mercedes AMG Project One comemora os 50 anos da AMG e está limitado a 275 unidades que, claro está, estão todas vendidas. Uma destina-se a Portugal e por ela o proprietário pagou mais de três milhões de euros.