Uma rapariga, um pai, uma morte e trinta anos de intervalo que guardaram uma recordação. Os ingredientes desta história bem poderiam ter saído de um guião de cinema, de um texto adaptado para os palcos ou de um livro, mas a verdade é que a arte imita a vida, e neste caso, tudo é real. Conheça a história de sucesso de um leilão realizado pela portuguesa P55, onde a venda de comboios em miniatura rendeu mais de 5 mil euros e, sobretudo, fez perdurar em outras mãos a história de uma infância marcada por um pai.
Três décadas depois e a decisão estava tomada: um luto superado resultou na escolha de encontrar um novo dono, tão dedicado quanto o primeiro, para uma coleção de 500 comboios em ponto pequeno. Uma verdadeira relíquia guardada em casa, intocada pelo tempo, e que representa a história do transporte ferroviário. Se tem dúvidas sobre quem poderia interessar-se pela compra, de certo não está familiarizado com o mercado vintage, que cresce a perder de vista.
Colecionadores, investidores, gestores de patrimónios e até curiosos. Uma grande fatia de interessados em arte e antiguidades movimenta um setor que hoje é mais que milionário. Quem pode lucrar com isso? Qualquer um, desde que saiba procurar bem na garagem dos avós. Conheça uma história contada no feminino que rendeu 5 mil euros e emocionou muita gente.
Os comboios de 5 mil euros
O pai tinha morrido durante a sua infância e se muito dele restava para contar histórias, a prova disto eram as cinco centenas de comboios em miniatura, reunidos ao longo de duas décadas de dedicação. Uma coleção cuidada que permaneceu no tempo para continuar e contar ainda mais.
Trinta anos após ter perdido o pai, a filha de um matemático colecionador decidiu dar asas ao sonho do pai e desempoeirar as suas relíquias. Uma decisão motivada pela vontade de “que a coleção fosse parar às mãos de alguém com uma paixão comum e que a preservasse da melhor forma”, como explica Mariana Paupério, personagem principal desta história e filha de Lauro, um engenheiro mecânico, antigo professor de matemática e verdadeiro apaixonado por mecanismos, pequenas peças e difíceis ligações.
Não estamos a falar de uma coleção comum e fácil de encontrar. Algumas das peças presentes eram compradas pelo colecionador quando já estavam fora de funcionamento, e após arranjadas por Lauro, eram acrescentadas à incontável lista de carris, carruagens, locomotivas, tratores, sinalizações da linha férrea, peças de atrelagem… E uma interminável variedade de outras peças que tornam ainda mais completa a coleção: casinhas, pontes, túneis, igrejas, torres e armazéns. Uma raridade construída com afinco.
As primeiras avaliações
Mariana percorreu, numa primeira fase, diversas lojas de velharias e mercados especializados na venda de antiguidades. O máximo que conseguiu pelas avaliações foram 1500€. Valor que, até então, era impensável para a filha do matemático apaixonado por mecânica. O que Mariana ainda não sabia era que um leilão da P55 iria triplicar, e mais, os euros desta equação. O melhor? O destino das peças foi habitar em grandes museus espalhados pelo mundo.
Lauro Paupério, para além de apaixonado por miniaturas, foi durante muitos anos um profissional de máquinas em ponto grande: aviões. Era a pilotar, lá do alto, que comunicava, através de difusores de rádio construídos por si, quando avistava incêndios ou males maiores. Construir, desconstruir e colecionar eram as paixões do português que ajudou a montar e a contar esta história.
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