Nos últimos meses, o mundo voltou a olhar com preocupação para a China devido ao aumento significativo de casos de infeções por um vírus respiratório conhecido como HMPV (Human Metapneumovirus).
Este vírus, que já era conhecido pela comunidade médica, ganhou relevância devido ao aumento abrupto de infeções respiratórias graves, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com condições de saúde pré-existentes.
A situação já colocou as autoridades chinesas em alerta e levanta preocupações sobre o seu possível impacto global.
É que o mundo ainda não esqueceu tudo aquilo por que passou durante pandemia causada pelo Covid-19.
HMPV provoca infeções respiratórias
O Human Metapneumovirus (HMPV) é um vírus respiratório pertencente à família Pneumoviridae, identificado pela primeira vez em 2001.
Apesar de ser menos conhecido do que outros vírus respiratórios, como o vírus da gripe (influenza) ou o vírus sincicial respiratório (VSR), o HMPV é uma causa comum de infeções respiratórias em todo o mundo.
O vírus pode provocar uma ampla gama de sintomas, desde resfriados leves até infeções respiratórias graves, como bronquiolite e pneumonia.
É particularmente perigoso para crianças pequenas, especialmente com menos de 5 anos, idosos, pessoas com sistema imunológico comprometido e pacientes com doenças respiratórias crónicas, como asma ou DPOC.
China em alerta
O surto atual na China tem características que preocupam as autoridades e que fazem temer a repetição de um cenário ainda bem próximo, como foi o do Covid-19.
- Aumento rápido de casos: nas últimas semanas, hospitais em várias regiões da China relataram um aumento significativo de internações por infeções respiratórias graves atribuídas ao HMPV.
- Impacto em crianças e idosos: a maioria dos casos graves está a afetar crianças pequenas e idosos, os grupos mais vulneráveis ao vírus. Há relatos de hospitais pediátricos com ocupação máxima devido ao aumento de infeções.
- Coinfecção com outros vírus: muitos pacientes apresentam coinfecção com outros vírus respiratórios, como o VSR ou a gripe, agravando o quadro clínico.
- Estação do ano: o surto ocorre durante o inverno no hemisfério norte, uma altura em que infeções respiratórias são mais comuns devido às baixas temperaturas e à maior permanência em locais fechados.
Os sintomas do HMPV são semelhantes aos de outras infeções respiratórias, o que pode dificultar o diagnóstico.
- Febre;
- Tosse persistente;
- Congestão nasal;
- Falta de ar;
- Dores no corpo;
- Em casos mais graves, pode evoluir para bronquiolite ou pneumonia.
A transmissão ocorre de forma semelhante à gripe ou ao VSR, principalmente através de, gotículas respiratórias emitidas ao tossir ou espirrar, contato direto com superfícies contaminadas ou contato próximo com pessoas infetadas.
Risco global?
Embora o surto esteja atualmente concentrado na China, as viagens internacionais podem levar à disseminação do vírus para outros países. Tal como aconteceu com a Covid-19 e outros vírus respiratórios, é essencial que os sistemas de saúde de outros países estejam atentos ao possível aumento de casos de HMPV.
Organizações como a OMS (Organização Mundial da Saúde) estão a monitorizar a situação, mas, até ao momento, não há indicação de que o HMPV tenha sofrido mutações significativas que aumentem a sua transmissibilidade ou gravidade.
Não existe, atualmente, uma vacina ou tratamento antiviral específico para o HMPV.
As medidas preventivas são semelhantes às usadas contra outros vírus respiratórios, ou seja, higiene regular das mãos com água e sabão ou soluções à base de álcool, evitar tocar no rosto (olhos, nariz e boca) com as mãos não lavadas, uso de máscaras em locais com grande concentração de pessoas, evitar contacto próximo com pessoas doentes e ventilação de espaços interiores para reduzir a circulação de partículas virais.
Para grupos de risco, é essencial procurar assistência médica imediatamente caso surjam sintomas graves.
O HMPV não é um vírus novo, mas o surto atual na China reforça a importância de estar vigilante.