Share the post "Países Baixos: roteiro essencial por terras da antiga Holanda"
Pois é verdade. Em 2020, a Holanda passou a chamar-se oficialmente Países Baixos, alterando o logótipo (agora tem as iniciais NL) e apostando forte num turismo mais sustentável e inclusivo.
Para isso, o governo local investiu forte numa campanha que obrigou empresas, embaixadas, ministérios, municípios e universidades a adoptarem a designação Países Baixos.
Na verdade, o termo Holanda designa apenas duas das doze províncias do país, designadamente a Holanda do Sul (onde se situam Roterdão e Haia) e a Holanda do Norte (onde fica a capital, Amesterdão).
Desta forma, com a adopção oficial da designação de Países Baixos, a totalidade do território fica identificado. Mas será assim tão fácil substituir o nome de um país?
Países Baixos? Não é fácil mudar de hábitos
A generalidade das pessoas fala da Holanda, visita a Holanda, sempre conheceu a Holanda. Não vai ser fácil começar a chamar um novo nome ao país, ainda por cima quando outras questões se levantam e para as quais ainda não há resposta.
Sempre falamos do povo holandês. Como vai ser agora com os naturais dos Países Baixos? Neerlandeses não vai entrar facilmente.
O que não muda é a beleza de uma nação com inúmeros pontos de interesse, pátria de vultos como Van Gogh, Vermeer, Johan Cruijff, Desiderius Erasmus, Armin van Buuren ou a eterna espia Mata Hari.
Por isso, aqui deixamos um roteiro de algumas cidades fantásticas que não deve perder na sua próxima visita à Holanda. Ou aos Países Baixos. Não vai ser fácil esta mudança.
países baixos: as cidades que não pode perder
Amesterdão
A capital dos Países Baixos é mesmo Amesterdão, se bem que muita gente insista em que é Haia. Nesta última encontra-se o centro político, as instituições governamentais.
Mas a capital é Amesterdão e os seus atrativos são um chamariz para milhões de turistas que todos os anos rumam até à cidade. Sim, ainda existem os coffee-shops, o Bairro Vermelho continua no mesmo sítio, mas há muito mais para ver. Desde logo, o mercado das flores, uma explosão de cores com as famosas tulipas a reinarem por entre um rodízio de cheiros e pólens.
Depois há os museus. O Van Gogh, o Rijksmuseum, a Casa de Anne Frank, o Rembrandt, o Stedelijk Musem, enfim, um sem número de ofertas culturais que fazem de Amesterdão uma das capitais mais estimulantes da Europa.
Roterdão
É a segunda maior cidade dos Países Baixos e sede do maior porto marítimo da Europa. Mas para além do comércio via mar, Roterdão é também conhecida por ser uma cidade que respira arquitetura, com inúmeras construções famosas, como as extraordinárias Cube House.
Em 2001 foi Capital Europeia da Cultura em conjunto com o Porto e numa visita não pode perder o Euromast (uma gigantesca torre de televisão de 185 metros de altura e com um restaurante de luxo), a Erasmusbrug (uma ponte branca, a segunda maior do país), a Estação Central ou o Museumpark. Uma cidade que fica na memória.
Haia
É a sede do governo dos Países Baixos, mas não é a capital. O que não lhe retira qualquer importância, note-se. Nem beleza. O rei vive em Haia e é também ali que se situam os edifícios da Eerste Kamer (primeira câmara) e da Tweede Kamer (segunda câmara) que juntas formam o Staten Generaal.
O complexo de edifícios é magnífico e chama-se Binnenhof. Em Haia deve ainda ir ao museu Mauritshuis (onde está o famoso quadro Menina do Brinco de Pérola, do pintor Johannes Vermeer), visitar o Madurodam (com miniaturas de todo o país, criando uma espécie de Portugal dos Pequenitos lá do sítio) e conhecer o Palácio Real.
Utrecht
Mesmo no coração dos Países Baixos, está Utrecht, a quarta maior cidade do país. É uma cidade universitária, cheia de vida e com muita história. Há várias atrações imperdíveis em Utrecht, como a Torre Dom, um dos edifícios mais famosos da região, que domina praticamente toda a cidade do alto dos seus 112 metros de altura.
O Museu Speelklok, o Parque Whilhelmina, o Kastel de Haar ou os tradicionais canais são espaços que merecem uma visita atenta e prolongada.
Eindhoven
Esta cidade está na linha da frente quando se fala da actividade económica dos Países Baixos. Afinal é a casa da Philips e da fábrica de automóveis DAF, verdadeiros motores do seu crescimento. Mas há mais para ver nesta região, cujas origens remontam ao século XIII.
Desde logo o museu da Philips, onde boa parte da história da cidade acaba por ser contada, o mesmo acontecendo com o museu da DAF. Depois, há ainda a igreja de Santa Catarina, o parque de Splinter, o Feelgood Market (que decorre ao terceiro domingo de cada mês na Stripj-S), o museu Van Abbe ou o Van Gogh Village Nuenen.
Maastricht
É uma das cidades mais antigas dos Países Baixos. Ficou umbilicalmente ligada ao processo de construção europeia, uma vez que foi ali que se assinou o decisivo tratado que aprofundou as bases da União Europeia.
O seu centro histórico parece uma imensa casa de bonecas e exige uma visita demorada. De entre as atrações da cidade conta-se a Ponte Sint Servaasbrug, a basílica de Nossa Senhora, a Helpoort (literalmente porta do inferno), o Stadspark ou o Forte de São Pedro.
Como se vê, não faltam motivos de interesse para conhecer a Holanda que já não é Holanda e que passou a ser Países Baixos. E os naturais do país deixaram de ser holandeses, para passarem a ser neerlandeses. Acabará por entrar…