As diferenças entre ibuprofeno e paracetamol ainda suscitam dúvidas em muitas pessoas que, em caso de dor ou de febre, ficam hesitantes em relação ao princípio ativo mais adequado ao seu problema.
Antes de falarmos mais detalhadamente acerca de cada uma destas substâncias, importa evidenciar algumas diferenças essenciais.
Uma delas é que o ibuprofeno é um anti-inflamatório, ao contrário do paracetamol. As doses recomendadas também variam de um medicamento para outro. Quanto aos efeitos secundários, o ibuprofeno favorece mais problemas de estômago e cardiovasculares, enquanto o paracetamol é mais danoso para o fígado.
Em situações mais específicas, como a gravidez ou a amamentação, o paracetamol é mais inofensivo do que o ibuprofeno. Também nos recém-nascidos, o paracetamol é mais aconselhado, sendo que os bebés só podem tomar ibuprofeno quando já têm mais de 3 meses e de 3 kgs.
Perceba, agora, a diferença entre ibuprofeno e paracetamol.
Ibuprofeno
O ibuprofeno tem três valências: é um anti-inflamatório, um analgésico e um antipirético, o que significa que pode ser usado em caso de inflamação, dor e/ou febre.
Por isso, geralmente, é recomendado em caso:
- inchaços;
- entorses;
- dores musculares e nas articulações;
- enxaquecas;
- dores menstruais;
- redução da febre, sobretudo elevada.
Por vezes, pode ser tomado alternadamente com outros descongestionantes ou analgésicos, como é o caso do paracetamol, sempre que se tratem de dores mais fortes ou persistentes ou, por exemplo, de febre que não ceda tão facilmente à medicação.
A dosagem e a duração do tratamento deve ser sempre indicada pelo médico. De preferência, o ibuprofeno deve ser tomado depois de comer, nem que seja um leve snack, de modo a prevenir problemas de estômago, recomenda-se tomar com alimentos.
Contra-indicações
Sempre que possível a toma de ibuprofeno deve ser evitada por pessoas que sofram de:
- hipertensão;
- problemas cardiovasculares;
- complicações gastrointestinais;
- insuficiência renal ou hepática;
- gestantes;
- lactantes.
Paracetamol
Já o paracetamol funciona como analgésico e antipirético, ou seja, alivia as dores e baixa a febre, respetivamente.
Assim, ele pode ser tomado em caso de:
- dores leves a moderadas;
- dores musculares, de dentes ou menstruais;
- cefaleias;
- febre.
Pode ser tomado, alternadamente, com outros descongestionantes, antialérgicos e analgésicos, como o ibuprofeno, em caso de dores mais fortes e persistentes.
Para um efeito mais imediato, o paracetamol deve ser tomado com o estômago vazio, o que não prejudica este órgão, já que o paracetamol não é uma substância irritante para o estômago.
As dosagens e a duração do tratamento devem ser indicadas pelo médico, sendo que as doses de referência são:
Adultos ou jovens com mais de 15 anos e de 50 kgs
- 325 a 650 mg, a cada 4-6 horas;
- 500 a 1000 mg a cada 6-8 horas.
Nota: A dose diária máxima não deve ultrapassar os 4000 mg.
Bebés e crianças (dos 3kgs aos 32 kgs)
- 60 mg / kg / dia, dividida em 4 a 6 doses diárias.
Nota: Para estas faixas etárias, o benuron pode ser administrado em supositório, xarope ou comprimidos.
Contra-indicações
A toma de paracetamol deve ser evitada por doentes com insuficiência hepática ou hepatite viral. Além disso, enquanto se estiver a tomar o paracetamol, o consumo de bebidas alcoólicas está desaconselhado, pois o álcool pode aumentar ainda mais a toxicidade do medicamento, aumentado o risco de causar danos no fígado.
Ibuprofeno e paracetamol: afinal, qual devo escolher?
A toma de paracetamol deve ser evitada por doentes com insuficiência hepática ou hepatite viral. Além disso, enquanto se estiver a tomar o paracetamol, o consumo de bebidas alcoólicas está desaconselhado, pois o álcool pode aumentar ainda mais a toxicidade do medicamento, aumentado o risco de causar danos no fígado.
Assim, de uma forma genérica, podemos dizer que as principais diferenças entre as duas substâcias é que uma é anti-inflamatória (ibuprofeno) e a outra não. E, a somar a isso, as contra-indicações de ambas também são distintas.
Portanto, desde logo, quem sofre de problemas de estômago ou de rins ou está grávida ou a amamentar deve preferir o paracetamol ao ibuprofeno. Por outro lado, quem tem complicações no fígado deve privilegiar a toma de ibuprofeno.
Quem não se enquadrar em nenhuma destas contra-indicações, deve avaliar a sua condição. Se se tratar de um problema inflamatório, deve optar pelo ibuprofeno. Caso contrário, deve tomar o paracetamol e só depois, se este se mostrar ineficaz, associar-lhe a toma do ibuprofeno.
Nesta última situação, deve tomar ambos intercalados, isto é, tomar o paracetamol e, passadas 4 horas, o ibuprofeno, repetindo esta sequência até julgar desnecessária a toma do ibuprofeno, reduzindo gradualmente a medicação administrada.