Share the post "O impacto da pandemia nas empresas: uma nova realidade laboral"
A COVID-19 fechou milhões de pessoas em casa e fez vários negócios pararem quase por completo. Mas será que estamos verdadeiramente a par do impacto da pandemia nas empresas?
Como sabemos, o comércio internacional foi extremamente abalado, com restrições de transporte entre países e grandes economias mundiais estagnadas.
De facto, as empresas depararam-se com um cenário sem qualquer tipo de precedentes, com um grande impacto em todos os setores de atividade e claro, em toda a população.
No entanto, a maioria das empresas portuguesas que conseguiram sobreviver a esta situação, passaram já por uma fase de readaptação dos seus processos de produção e a implementar outro tipo de metodologias no dia-a-dia.
Falamos, portanto, de uma rápida resposta às dificuldades impostas pela pandemia através da demonstração de proatividade e dinamismo por parte de todos os que integram as empresas.
Contudo, a verdade é que independentemente dos esforços e alterações feitas nos processos das organizações em geral, todas se deparam com o impacto que a pandemia teve e continua a ter sobre os seus negócios – seja de forma direta ou indireta.
O impacto da pandemia nas empresas: o panorama geral
Ao longo destes dois anos, provavelmente já se questionou várias vezes sobre qual o verdadeiro impacto da pandemia nas empresas e de que forma algumas se conseguiram manter a funcionar de forma eficaz.
Como sabemos, no início da pandemia de COVID-19 foram vários os empresários portugueses que rapidamente optaram por fazer uma transição dos seus processos produtivos habituais para a produção de máscaras, viseiras, luvas, gel desinfetante, entre outros materiais necessários para o combate à pandemia.
Assim como outras empresas redirecionaram de imediato os seus negócios em conjunto com entidades do Sistema Científico e Tecnológico, através da produção de testes mais eficientes, novas terapias, soluções para ventiladores e até para novas vacinas.
Por outro lado, assistiram-se a mudanças de paradigmas no setor agrícola, onde se inclui o vinho, por exemplo. Ora, com o Canal Horeca quase estagnado e com todas as restrições às exportações, o setor tem vindo a apostar no e-commerce, provas e visitas virtuais e em sessões online de ensino e aprendizagem.
Se mencionarmos o setor dos serviços, é possível observarmos novas formas de organização do trabalho e claro, a reestruturação de padrões habituais nas entidades privadas e públicas – através da implementação do teletrabalho, por exemplo.
O processo de adaptação a uma nova realidade laboral
Independentemente do tipo de empresa, o cotexto da pandemia veio trazer alterações no meio laboral.
Podemos mesmo afirmar que um dos maiores impactos da pandemia nas empresas foi precisamente o facto de se ter instalado uma tendência de crescente flexibilização no trabalho.
Quer em termos de alocação entre as tarefas desenvolvidas presencial e remotamente, quer em termos de horários. De facto, a flexibilidade é cada vez mais uma característica essencial do perfil do profissional do futuro.
Novos perfis de trabalho
E tendo em consideração que a tendência é que as equipas de trabalho venham a ser cada vez mais pequenas, há uma necessidade das empresas e profissionais em geral, serem mais flexíveis na alocação de recursos.
Além disso, foram vários os empresários portugueses que se depararam com uma incapacidade de adaptação quer da sua parte, como por parte dos seus colaboradores. Ora, tal revelou uma necessidade de se fazer uma formação on the job mais ampla e polivalente.
Uma das lições aprendidas com esta pandemia, mas que não foi aceite por todos os empresários num primeiro momento, foi a de que é preciso ajustar um novo perfil de trabalho mais flexível e generalista de uma forma natural e progressiva.
Perfil este que tem vindo a ser cada vez mais procurado nos novos profissionais e implementado nas empresas através de programas de integração e indução e planos de formação, por exemplo.
Contudo, todas estas mudanças nos processos de produção, mecanismos de orientação, processos de contratação e novas formas de trabalho nas empresas, vieram exigir quase uma revolução no mercado de trabalho.
Ademais, é importante não esquecermos ainda que qualquer processo de readaptação ao mercado de trabalho exige, na maioria das vezes, um investimento monetário quase inesperado.
E é por isso crucial, que as empresas revejam constantemente o seu modo de operar, juntamente com os colaboradores, para que possam surgir novos conceitos, novas ideias de projetos e trabalho.
Ainda estamos em tempo de mudança, de criar oportunidades e de enfrentar novos desafios.
Novas tendências no mercado laboral
As empresas enfrentam desafios profundos e nunca antes vistos. E, apesar de todas as incertezas, a verdade é que 2022 é o ano da consolidação de um novo paradigma do mercado de trabalho que veio mesmo para ficar.
São vários os líderes que se têm vindo a deparar com questões que afetam totalmente o ambiente de trabalho, profissionais e a cultura empresarial. A Adecco Portugal apresentou 6 tendências que vão moldar o mercado de trabalho neste ano:
- Escassez de talentos;
- Transição para a economia verde;
- Transformação digital e trabalho híbrido;
- Problemas de retenção de talentos;
- Equidade e proteção social;
- Transparência e responsabilização de liderança.
O impacto de curto prazo da pandemia nas empresas portuguesas
Em 2020 e com o objetivo de identificar os efeitos da pandemia na atividade das empresas, o Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Banco de Portugal (BdP) lançaram o Inquérito Rápido e Excecional às Empresas (COVID-IREE).
Inicialmente, este inquérito começou por ter frequência semanal, tendo passado para uma frequência quinzenal após a cessação do estado de emergência.
Apesar de ter sido suspenso a partir do mês de agosto do mesmo ano, foi possível perceber de que forma se refletiu a pandemia na atividade das empresas.
Assim, na 1ª quinzena de fevereiro de 2021, 92% das empresas estavam em produção ou funcionamento (mesmo que parcialmente), comparando com 82% na primeira quinzena de abril de 2020 (no primeiro confinamento).
Para além disto, 62% das empresas registaram ainda uma redução no volume de negócios na 1ª quinzena de fevereiro de 2021, comparativamente aos 81% registados na primeira quinzena de abril de 2020.
De uma forma geral, em 2021, 32% das empresas consideravam que o volume de negócios voltaria ao normal num intervalo médio de 10,1 meses e 10% considerava que não voltariam ao nível normal.