Share the post "Implementar o ensino à distância: 10 dicas da UNESCO em tempos de pandemia"
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), tendo em conta o encerramento de escolas por todo o mundo para conter a disseminação do COVID-19, publicou, em março de 2020, dez recomendações que apontam soluções para planear e implementar o ensino à distância de forma a garantir que a aprendizagem se mantenha durante este período.
A organização estimava, na altura, que mais de 296 milhões de estudantes estivessem, por isso, impedidos de frequentar aulas, impedindo, assim, a continuidade da aprendizagem destas crianças e jovens.
A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, sobre este assunto, afirmou que “o encerramento temporário de escolas não é inédito, mas infelizmente a escala e a velocidade desta interrupção não têm paralelo.”
Numa reunião de emergência, a UNESCO juntou, em Paris, ministros da Educação para partilhar estratégias e respostas que assegurem a continuidade do ensino face às ameaças do novo coronavírus.
Hoje, Portugal enfrenta uma terceira e dura vaga, que obrigou o Governo a encerrar, novamente, os estabelecimentos de ensino. Assim, vale a pena relembrar as recomendações da organização sobre esta matéria.
Continue a ler e conheça as recomendações que a organização publicou para implementar o ensino à distância.
10 Recomendações para implementar o ensino à distância
Analisar a disponibilidade e escolher as melhores ferramentas
Escolher soluções de alta ou baixa tecnologia com base na fiabilidade das fontes de alimentação locais, conectividade à Internet e capacidades digitais de professores e alunos.
Essa escolha pode incluir plataformas integradas de aprendizagem digital, aulas de vídeo, cursos online (MOCC), a transmissão de aulas através da televisão ou rádio.
Garantir a inclusão dos programas de ensino à distância
Implementar medidas para garantir que os estudantes, incluindo aqueles com deficiência ou com poucas possibilidades económicas, tenham acesso a programas de ensino à distância.
Se nem todos os alunos possuírem computador, deve ser considerada a instalação dos computadores das escolas em casa dos alunos e apoiá-los com a comparticipação da ligação à Internet.
Proteger a privacidade e a segurança de dados
Avaliar a segurança das comunicações online ao fazer upload de dados ou recursos educacionais nos espaços da Internet, bem como ao partilhá-los com outras organizações ou pessoas.
Garantir que o uso das aplicações e plataformas não violam a privacidade dos alunos.
Dar prioridade aos desafios psicossociais antes dos problemas educacionais
Mobilizar as ferramentas disponíveis para conectar escolas, pais, professores e alunos entre si.
Criar comunidades para garantir interações humanas regulares, possibilitar medidas de assistência social e abordar possíveis desafios psicossociais que os alunos possam enfrentar quando isolados.
Planear o cronograma de estudo para implementar o ensino à distância
Organizar discussões com os vários parceiros para compreender a duração da suspensão das aulas e para decidir se o programa se deve centrar em novos conhecimentos ou consolidação de currículo.
Para organizar o calendário é preciso considerar as áreas afetadas, o nível de estudos, as necessidades dos alunos e a disponibilidade dos pais.
Escolher metodologias de ensino de acordo com as exigências da quarentena, evitando métodos de comunicação presencial.
Apoiar pais e professores no uso de ferramentas digitais
Organizar breves sessões de formação e orientação para alunos e professores e, se necessário, monitorizar.
Ajudar os docentes a preparar as configurações básicas, como a ligação à Internet ou soluções para a utilização de dados, para possibilitar aulas por videoconferência.
Combinar diferentes abordagens para implementar o ensino à distância e limitar o número de aplicações
Combinar as várias ferramentas disponíveis para a maioria dos alunos, evitando sobrecarregar alunos e pais, solicitando que baixem e testem muitos aplicativos ou plataformas.
Criar regras de ensino à distância e monitorizar o processo de aprendizagem
Definir regras com pais e alunos. Criar testes e exercícios para avaliar de perto a aprendizagem.
Tentar usar ferramentas para dar suporte ao envio de feedback dos alunos e evitar sobrecarregar os pais, solicitando que digitalizem e enviem o feedback dos alunos.
Definir a duração das unidades de ensino com base na capacidade dos alunos
Manter um calendário de acordo com a capacidade dos alunos de se concentrarem sozinhos, sobretudo para aulas por videoconferência.
De preferência, cada unidade não deve exceder os 20 minutos para o ensino primário e 40 minutes para o ensino secundário.
Criar comunidades e aumentar a conexão
Criar comunidades de professores, pais e diretores de escolas para combater o sentimento de solidão e desespero, facilitando a troca de experiências e discussão de estratégias para enfrentar as dificuldades de aprendizagem.