Mónica Carvalho
Mónica Carvalho
11 Nov, 2019 - 12:37

INCoDe.2030: um programa de inclusão digital

Mónica Carvalho

A iniciativa Portugal INCoDe.2030 tem como objetivo a educação digital de diferentes gerações para colocar Portugal numa posição mais competitiva. Saiba mais.

INCoDe.2030

Inclusão e literacia digital são termos cada vez mais usados na sociedade contemporânea, fruto dos desenvolvimentos tecnológicos. Nesse sentido, o programa INCoDe.2030 visa a promoção integrada do desenvolvimento digital, ou seja, aumentar as competências digitais do maior número de pessoas possível.

Para tal é importante educar as novas gerações, apostar na qualificação da população ativa até à especialização de pessoas licenciadas, especialmente por mulheres por preencherem menos vagas nestas áreas, para ocuparem empregos digitais avançados e na investigação.

O grande objetivo é tornar Portugal num país impulsionador efetivo dos novos desenvolvimentos digitais. Para tal, este programa fica a cargo do Observatório para as Competências Digitais, criado pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), em colaboração com o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em que consistem as competências digitais?

engenharia

No âmbito do programa INCoDe.2030, o termo “competências digitais” refere-se à capacidade de aceder, de forma autónoma, aos meios digitais e às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), para compreender e avaliar criticamente conteúdos, e comunicar eficazmente.

Na prática, alguém com competências digitais deve ser capaz de:

  • Utilizar as tecnologias digitais para a conceção de novas soluções para problemas de natureza diversa;
  • Saber interpretar e analisar dados informáticos;
  • Utilizar mecanismos de inteligência artificial, redes de comunicação e sistemas móveis.

Os principais desafios para Portugal na área das competências digitais

Aumentar as competências digitais da população portuguesa constitui um enorme desafio, que se reflete em inúmeras vertentes.

Cidadania

Massificar o acesso, a utilização e a literacia digitais, para o exercício pleno da cidadania e promover a inclusão numa sociedade cada vez mais ligada ao online aos dispositivos eletrónicos.

Emprego

Incentivar a empregabilidade, formação e especialização em tecnologias e aplicações digitais, para dar resposta às necessidades crescentes nesta área no mundo do trabalho.

Conhecimento

Assegurar uma forte participação em redes internacionais de Investigação e Desenvolvimento (I&D) e a produção de conhecimentos nas áreas digitais.

Principais eixos de ação do programa INCoDe.2030

Para atingir os objetivos elaborados, o programa Portugal INCoDe.2030 pretende levar a cabo várias medidas que visam mobilizar diferentes áreas governamentais. Saiba quais são os cinco eixos de ação do programa.

Inclusão

Assegurar o acesso equitativo às tecnologias digitais a toda a população, para obtenção de informação, comunicação e interação.

Educação

Preparar as camadas mais jovens para a literacia digital e domínio das competências digitais em todos os ciclos de ensino, assim como incentivar processos de aprendizagem ao longo da vida.

Qualificação

Qualificar a população ativa com os conhecimentos necessários para a integração num mercado de trabalho que depende fortemente de competências digitais.

Especialização

Promover a especialização em tecnologias digitais, de modo a aumentar a empregabilidade e a criação de valor acrescentado na economia portuguesa.

Investigação

Garantir condições para a produção de novos conhecimentos e estimular a participação ativa em redes e programas internacionais de I&D.

mulher computador engenharia

Como está Portugal no contexto digital europeu?

O programa INCoDe.2030 pressupõe o aumento e melhoria das competências digitais no período 2017-2030, de modo a que o país tenha presença e voz mais fortes nas principais esferas internacionais associadas à mudança para uma sociedade e economia digitais, nomeadamente a UE, a OCDE e as Nações Unidas.

Para tal devem ser tidas em conta cinco categorias indicativas. Conheça-as.

Acesso

Este é o campo que permite avaliar a situação das infraestruturas de acesso à Internet, não só ao nível da existências das mesmas, mas também sobre a sua eficácia.

% de habitações com acesso à internet

202020252030
80%90%≈100%

% de indivíduos que nunca utilizaram a internet

202020252030
20%10%5%

% de indivíduos que utilizam frequentemente a internet

202020252030
70%80%90%

Potencial humano

Aqui visa-se avaliar as competências digitais da população, quer globalmente quer no impacto na empregabilidade.

% de indivíduos com competências digitais básicas ou mais do que básicas

202020252030
55%65%80%

% de especialistas TIC no emprego

202020252030
3%5%8%

Diplomados do Ensino Superior em CTEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) por mil habitantes (20-29 anos)

202020252030
222325

Utilização

Este segmento permite caracterizar o modo como a população portuguesa usa a título pessoal e profissional as facilidades digitais.

% de empregados que utilizam computadores com ligação à internet no trabalho

202020252030
40%60%80%

% de PME com elevado nível de intensidade digital

202020252030
20%30%40%

% de indivíduos que utilizaram a internet para acesso à banca eletrónica (últimos 3 meses)

202020252030
40%60%90%

% de indivíduos que utilizaram a internet para serviços públicos online (últimos 12 meses)

202020252030
60%75%90%

Investimento

Nesta categoria, analisa-se a despesa total e a despesa das empresas em I&D.

% despesa total em I&D em função do PIB

202020252030
1,6%0,02%2,6%

Despesas das empresas em I%D em função do PIB

202020252030
0,01%1,5%0,02%

Formação e certificação

Este indicador mede a eficácia das medidas tomadas para a melhoria dos indivíduos em diversas vertentes das competências digitais.

Nº de formandos em situação de desemprego, com muito baixas qualificações, abrangidos em ações de formação em Competências Básicas, incluindo as Competências Digitais

202020252030
10.000

Nº de formandos abrangidos por ações de formação de vida ativa – QUALIFICA + – em percursos que obrigatoriamente incluem formação em TIC e são definidos com o contributo de entidades empregadoras de cada região

202020252030
50.000

N.º de formandos abrangidos por ações de formação de Cursos de Aprendizagem, de Especialização Tecnológica (CET) de Educação e Formação de Adultos (EFA) e de Formação Modular, de nível 4 (qualificações de nível intermédio), em domínios específicos das TIC

202020252030
40.000

N.º de formandos abrangidos por projetos de formação de reconversão profissional, nomeadamente os implementados através de acordos de cooperação com instituições de ensino superior, com competências na área das TIC, para implementação de percursos formativos de elevado valor para o mercado de emprego, definidos em colaboração com as entidades empregadoras da região

202020252030
15.000

N.º de formandos abrangidos por acordos de cooperação para implementação de percursos de formação específica certificada, na área das TIC, com instalação de academias e dos devidos instrumentos de certificação da indústria

202020252030
5.000

N.º de formadores abrangidos por ações de formação contínua, específicas em áreas TIC, incluindo a formação a distância

202020252030
2.000
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