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A incontinência urinária atinge cerca de 33% das mulheres e 16% dos homens com mais de 40 anos. Esta doença crónica carateriza-se pela incapacidade em armazenar e controlar a saída de urina.
Apesar de afetar um número significativo das pessoas, a incontinência urinária continua a ser um problema de saúde envolto em estigma, fazendo com que muitos doentes escondam esta condição por vergonha. Contudo, esta é uma situação que pode ser tratada, devendo por isso consultar-se um médico.
Incontinência urinária: tipos, causas, sintomas e tratamentos
A incontinência urinária resulta em perdas urinárias involuntárias que podem ir de fugas ligeiras e pontuais a perdas mais graves e frequentes. Há várias causas e fatores de risco para este problema, assim como diversos tratamentos que podem ajudar a eliminar ou a atenuar os sintomas desta condição.
Fatores de risco
Há diferentes tipos de fatores de risco, a saber:
- fatores intrínsecos (raça, predisposição familiar ou anormalidades anatómicas e neurológicas);
- fatores obstétricos e ginecológicos (gravidez, parto, paridade, cirurgia pélvica, radioterapia e prolapso genital);
- fatores promotores (idade, co-morbilidades, obesidade, obstipação, tabagismo, atividades ocupacionais, ITU, menopausa ou medicação).
Tipos de incontinência urinária e as suas causas
Paralelamente aos fatores de risco, há causas que podem explicar a manifestação da incontinência urinária. Essas causas podem resultar num problema temporário ou persistente. Assim, podem definir-se diferentes tipos de incontinência urinária.
- Incontinência de esforço: carateriza-se por pequenas perdas de urina que ocorrem quando a pessoa faz um esforço, como rir-se, tossir, espirrar, pegar em algo pesado, etc. Na origem deste tipo de incontinência, está um enfraquecimento dos músculos do pavimento pélvico e do esfíncter. Esta incontinência é mais frequente em mulheres entre os 45 e os 65 anos de idade e em homens sujeitos a uma prostatectomia radical.
- Incontinência por urgência: carateriza-se por uma incontinência repentina e intensa, muito associada ao envelhecimento ou a doenças neurológicas.
- Incontinência mista: carateriza-se por uma combinação dos dois tipos de incontinência descritos anteriormente.
- Incontinência por extravasamento: carateriza-se por perdas de urina relacionadas com a presença de grandes volumes de urina na bexiga e com a pressão exercida pelo líquido na uretra.
- Incontinência funcional: carateriza-se pela incapacidade do doente em controlar a saída da urina, algo comum em quadros de demência ou de lesão neurológica grave.
- Enurese noturna: carateriza-se por perdas de urina durante o sono. É especialmente comum na infância.
Diagnóstico
Para diagnosticar incontinência urinária, é importante que o médico faça uma história clínica detalhada, tendo em conta a história obstétrica e cirúrgica, os medicamentos tomados e outras e traumatismos.
O diagnóstico passa, ainda, pela observação direta da perda involuntária de urina com manobras provocatórias e pelo exame físico que avalia o pavimento pélvico e os prolapsos dos órgãos pélvicos, testando o tónus muscular e eventuais alterações da sensibilidade e reflexos perineais.
Para um diagnóstico mais completo, pode ser recomendado o recurso a exames de imagem, a estudo laboratorial e a um exame urodinâmico.
Tratamento
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, há mesmo tratamento para alguns casos de incontinência urinária. As terapêuticas são, geralmente, pouco invasivas e muito eficazes, podendo passar por medicamentos, técnicas de reabilitação e cirurgias.
Paralelamente à intervenção mais clínica, é também essencial adotar um estilo de vida saudável; deixar de fumar; fazer regularmente atividade física; e perder peso, em caso de excesso de peso ou de obesidade.
- Incontinência por urgência: nestas situações, é importante moderar a ingestão de líquidos e limitar o consumo de alimentos excitantes para a bexiga, como a cafeína.
- Incontinência de esforço: aproximadamente 90% dos casos deste tipo de incontinência pode ser resolvido através da toma de fármacos orais ou da administração de fármacos diretamente na bexiga. Em algumas situações, pode ser recomendada uma cirurgia que tem por base a colocação de pequenas redes de material sintético sob a uretra ou de esfíncteres urinários artificiais.
Como prevenir a incontinência urinária?
A incontinência urinária nem sempre pode ser evitada, mas há fatores de risco que podem ser prevenidos. Assim, é importante:
- fazer uma alimentação saudável, pobre em alimentos ácidos;
- ingerir muitas fibras, de modo a evitar a obstipação;
- moderar o consumo de cafeína e de bebidas alcoólicas;
- não fumar;
- praticar regularmente atividade física;
- realizar frequentemente os exercícios de Kegel que trabalham o pavimento pélvico.