De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a infertilidade é uma doença que afeta o aparelho reprodutor. Sendo resultado de uma falência orgânica da disfunção dos órgãos reprodutores, dos gâmetas (cada uma das células sexuais) ou do concepto.
Deste modo, um casal é considerado infértil quando não consegue engravidar, ao fim de um ano de vida sexual ativa, contínua, sem usar contraceção.
Principais fatores para a infertilidade
Os dados da taxa de infertilidade, divulgados pela Direção-Geral de Saúde (DGS), apontam para diversas causas, como é o caso das doenças de transmissão sexual; o sedentarismo; a obesidade; o tabagismo; o álcool e a poluição.
Contudo, uma das principais razões para o agravamento da infertilidade prende-se com o adiamento da maternidade. Neste sentido, em entrevista à RTP, Ana Paula Soares, especialista em medicina reprodutiva, refere que o facto de se começar a tentar ter filhos cada vez mais tarde leva a que por vezes o casal não consiga ter o primeiro filho.
Infertilidade feminina
Os problemas na fertilidade da mulher podem resultar de vários fatores, entre os quais: falência na ovulação; obstrução das trompas; doenças do útero; muco desfavorável; endometriose; abortos de repetição, entre outros.
Infertilidade masculina
As situações mais comuns para a infertilidade dos homens prendem-se com: diminuição do número de espermatozoides; espermatozoides com mobilidade reduzida; espermatozoides com configuração anormal; ausência de espermatozoides, entre outros.
3 áreas de tratamento
Antes de dar início a qualquer diagnóstico ou tratamento, é necessário fazer o historial clínico do paciente, bem como familiar. São, portanto, necessários vários exames complementares, nomeadamente: exames laboratoriais, estudos genéticos, estudos hormonais e alguns métodos de imagem, como a ecografia ou a histerosalpingografia.
Naturalmente, esta fase inicial é muitas vezes longa e, após todo o processo, não é garantido que ocorra uma gravidez.
Medicamentos
O tratamento para a infertilidade com recurso a medicamentos é totalmente comparticipado, desde 2014. De forma geral, os medicamentos utilizados são de natureza hormonal e procuram melhorar o processo da ovulação, sendo que muitas vezes os diversos tratamentos são conjugados entre si.
Cirurgia Minimamente Invasiva
Muitas vezes, é necessário recorrer a cirurgia, como é o caso do tratamento para a endometriose, ovários policísticos e fibromiomas. Neste caso, as cirurgias podem fazer-se através de técnicas endoscópicas, como a laparoscopia ou histeroscopia.
Procriação Medicamente Assistida
Apresentando uma taxa de sucesso de 30%, a Procriação Medicamente Assistida (PMA) é uma técnica que permite aos casais a possibilidade de concretizarem o desejo de serem pais biológicos, através de intervenção médica. Por exemplo, através de Inseminação Intra Uterina – IIU; Fecundação in Vitro – FIV; Microinjecção Intracitoplasmática de Espermatozoide – ICSI.
Onde recorrer
Atualmente, o Estado tem disponível apoio para os casais inférteis através dos Centros Públicos de PMA em Lisboa, Porto e Coimbra, bem como na Madeira e nos Açores, que disponibilizam tratamentos gratuitos. Contudo, as lista de espera destes centros são vastas, daí que uma das opções passe pelas unidades privadas.
Dados referentes a 2013, publicados pelo Serviço Nacional de Saúde, referem que em Portugal o número de crianças geradas através de tratamentos de PMA foi de 2,5% do número total de crianças nascidas no país. No mundo, contabilizam-se mais de 6 milhões de crianças geradas com recurso a estas técnicas.