As insónias são uma das perturbações do sono que afetam cada vez mais pessoas em todo o mundo. Sabia que o sono preenche cerca de um terço das nossas vidas? É verdade, o sono é essencial para que cada um de nós consiga fazer uma recuperação física e psíquica diariamente.
Se passa as noites às voltas na cama ou se não consegue adormecer, venha perceber o que se passa e de que forma pode dar a volta à situação.
Insónias: o que são?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as insónias constituem um problema de saúde que afeta uma larga percentagem da população em geral.
A insónia é definida como uma experiência do sono inadequado (ou de qualidade limitada), apesar de existirem condições adequadas para dormir, com prejuízo para o funcionamento ocupacional, social e de qualquer outro tipo de atividade diurna.
Existem 3 tipos de comportamentos mais frequentes, relacionados com as insónias:
- dificuldade em adormecer (insónia inicial);
- acordar frequentemente durante a noite (insónia intermédia);
- acordar demasiado cedo durante a manhã e não conseguir voltar a adormecer (insónia terminal).
É um facto que, nos países europeus, o uso de medicamentos para dormir é uma realidade constante e em crescimento.
Em Portugal, e de acordo com alguns estudos realizados, 28,1% da população acima dos 18 anos de idade, sofre pelo menos 3 vezes por semana, de sintomas de insónia.
Apesar de se tratarem de um distúrbio do sono mais frequentes em adultos, as insónias estão associadas a algumas consequências como distúrbios psiquiátricos, ao aumento da mortalidade causada por doenças cardiovasculares, acidentes e ainda falta de atenção e cansaço no trabalho.
Em relação à duração das insónias, elas podem ser agudas (quando a duração é inferior a 4 semanas), ou crónicas (quando a duração é superior a 4 semanas), tendo em conta que os sintomas ocorrem pelo menos em 3 noites por semana.
Quais são as causas da insónia?
A insónia pode ser dividida em insónia primária ou insónia secundária. A insónia primária não é causada por qualquer tipo de condição física ou mental conhecida. Quanto à insónia secundária, esta é causada pela presença de outra doença médica ou psiquiátrica, ou até mesmo pelo uso de alguns medicamentos.
Os casos de pessoas com insónia secundária têm vindo a aumentar ao longo dos anos, sendo aquela que prevalece sob a insónia primária, afetando principalmente as mulheres, jovens, adultos e crianças.
Desta forma, podem-se listar as seguintes causas de insónia:
- uso de medicamentos que alteram o sono – muitos deles contêm cafeína e outro tipo de substâncias estimulantes, que podem causar dificuldades em adormecer;
- alimentação – se comer em demasia antes de se deitar, é natural que se sinta desconfortável na cama, podendo causar alguma dificuldade em adormecer, por isso, opte por comer sempre algo leve antes de se deitar;
- cafeína, nicotina e outras substâncias aditivas estimulantes – todas as bebidas que contenham cafeína devem ser evitadas a partir do final da tarde (se beber café à noite pode ter alguma dificuldade no início do sono e, para além disto, a nicotina também é um estimulante que pode alterar o seu sono);
- não ter horários para dormir – o facto de não ter horários rotineiros para dormir pode causar insónias, assim como fazer uma atividade física antes de se deitar ou até dormir em ambientes inapropriados;
- mudança no horário ou no ambiente de trabalho – é extremamente importante que mantenha os mesmos horários e rotinas no trabalho, sempre que possível (por exemplo, o trabalho por turnos pode provocar alterações cardíacas que irão perturbar o sono).
Como pode ver, as causas para o aparecimento das insónias são algumas. É por isso essencial que tente sempre manter um horário de rotina para se deitar à noite. Ao estabelecer horários, e ao deitar-se todos os dias por volta da mesma hora, está a facilitar todo o processo que o seu corpo necessita para conseguir adormecer com mais facilidade.
Sintomas e tratamento da insónia
Definidas por um padrão de sono alterado, as insónias caracterizam-se pela dificuldade em adormecer, por um despertar contínuo durante a noite, pela duração do sono insuficiente associado a um despertar matinal demasiado cedo e pelas alterações no padrão de sono de noite para noite.
Para além disso, outros sintomas podem também estar associados a este tipo de distúrbio do sono, a saber:
- Má qualidade do sono (quando se sente agitado ou ansioso com alguma coisa, antes ou durante o sono);
- Sequelas diurnas (como a sonolência ao longo do dia, a fadiga e a dificuldade em estar concentrado);
- Experiências de sono desagradáveis (como os pesadelos constantes);
- Sensação de cansaço ao acordar.
Os sintomas que as insónias podem provocar são alguns, mas todos estão relacionados com um distúrbio no sono que persiste.
A insónia transitória, ou seja, que tem a duração de uma ou algumas noites, é comum em várias pessoas e normalmente não tem consequências graves. No que diz respeito à insónia crónica ou persistente, que dura meses ou até anos, esta pode mesmo corresponder a uma doença e deve ser monitorizada pelo médico.
Outros fatores como a depressão, a falta de energia durante o dia, a ansiedade ou a irritabilidade também estão associados ao aparecimento das insónias na vida das pessoas.
Cuidados com a medicação
Em relação ao tratamento das insónias e no caso de se tratar de uma insónia secundária, o tratamento deve ser sempre direcionado para a sua causa em específico. Em caso de necessidade, este tratamento pode ser também combinado com a toma de alguns medicamentos prescritos pelo médico.
É muito importante que tente sempre evitar a toma de medicamentos para dormir. Como sabe, eles devem ser prescritos pelo médico e nunca adquiridos nas farmácias sem receita médica.
A toma deste tipo de medicamentos pode ter alguns efeitos secundários, e é essencial que seja sempre acompanhado por um médico durante este processo.