O euro digital está a ser cada vez mais falado. Entre notícias, rumores e vídeos virais, muitos acreditam que o dinheiro físico vai desaparecer em outubro de 2025. Mas será verdade? Vamos por partes.

O que é, afinal, o Euro Digital?

É uma versão eletrónica do euro, criada pelo Banco Central Europeu (BCE). Visa complementar o dinheiro em papel, não substituí-lo. Será uma forma de pagamento digital segura, acessível a todos, para usar em lojas, online ou entre amigos.

Mas atenção: não é uma criptomoeda. Não tem valor variável, não depende de mineração, e sim — será tão oficial como a nota de 20 euros no seu bolso.

Como vai funcionar o Euro Digital?

O euro digital será usado de forma muito semelhante às aplicações de pagamento que já conhecemos. Estará disponível em carteiras digitais, acessíveis através de apps oficiais ou integradas nos serviços dos bancos. Na prática, o euro digital vai permitir:

Tudo isto com a promessa de segurança, simplicidade e um toque de futuro no bolso.

Quando vai chegar o Euro Digital?

Não há ainda uma data certa. Depois de outubro de 2025, será avaliada a possibilidade de avançar com o projeto. Se aprovado, haverá uma fase de implementação gradual.

Portanto, é provável que o euro digital venha a ser uma realidade nos próximos anos — mas não já amanhã, nem de forma súbita.

O que vai realmente acontecer em Outubro de 2025?

Apesar dos rumores, não será o fim do dinheiro físico. O que termina em outubro é apenas a fase preparatória do euro digital, iniciada em 2023 pelo Banco Central Europeu.

Christine Lagarde, presidente do BCE, indicou essa data como limite para concluir os estudos e testes iniciais. Mas isso não significa que o euro digital será lançado nessa altura — e muito menos que as moedas e notas desaparecerão.

Para avançar para a fase seguinte, o projeto terá ainda de passar pelo crivo político e legislativo. A Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia precisam de aprovar formalmente a iniciativa antes de qualquer implementação prática. Portanto, outubro marca um ponto de decisão, não de revolução.

O euro digital vai substituir o dinheiro físico? E a privacidade?

Não. Essa é uma das maiores confusões sobre o euro digital. O Banco Central Europeu já foi claro: o dinheiro físico vai continuar a existir. Na verdade, está a ser preparado um novo design para as notas de euro, previsto para os próximos anos. O euro digital virá apenas complementar, não substituir. Será mais uma alternativa no leque de meios de pagamento — especialmente útil em contextos digitais ou sem contacto.

E quanto à privacidade? Segundo o BCE, está garantida. O sistema será desenvolvido para proteger os dados dos utilizadores, sobretudo em pagamentos offline, onde apenas o pagador e o recebedor terão conhecimento da transacção. Já nas operações online, os dados poderão passar por intermediários — como os bancos —, mas o BCE não terá acesso directo às informações pessoais.

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