A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença frequente que é considerada grave, geralmente com diagnóstico tardio em que os internamentos são recorrentes. Por isso, torna-se crucial saber controlá-la para que a sua saúde e o seu coração se mantenham bem por muito tempo.
É considerada uma das principais epidemias do século, sendo que afeta mais de 60 milhões de pessoas no mundo inteiro. E apesar de ter vindo a ser subdiagnosticada nos últimos anos, ultimamente tem vindo a ganhar importância na saúde pública.
Sabia que, apesar de a taxa de doentes com insuficiência cardíaca ser alta, quando a doença se encontra devidamente controlada é possível ter uma vida sem grandes impactos?
Na verdade, ser diagnosticado com IC não significa que o seu coração vai parar de funcionar de um momento para o outro.
O que é a insuficiência cardíaca?
A insuficiência cardíaca é uma doença grave e crónica que ocorre quando o coração se torna incapaz de bombear o sangue para o corpo na quantidade necessária e de relaxar e receber novamente o sangue de forma normal.
O que significa que, o sangue pode não conseguir fornecer os devidos nutrientes e oxigénio ao nosso organismo, para que funcione corretamente.
Em Portugal, a insuficiência cardíaca afeta cerca de 4% da população e estima-se que a sua prevalência possa aumentar entre 50 a 70% até 2030. Como podemos ver, estes são números preocupantes e é por isso essencial sensibilizar a população para os fatores de risco e sinais de alerta a ter em conta.
Conheça os fatores de risco da insuficiência cardíaca
Por norma, a insuficiência cardíaca desenvolve-se porque a pessoa tem ou teve um problema de saúde que afetou de alguma forma o coração. Por exemplo: ataque cardíaco, doença das artérias coronárias ou até pressão arterial elevada.
No fundo, este tipo de problemas pode acabar por deixar lesões ou esforçar demasiado o nosso coração – o que acaba por fazer com que, muitas vezes, surja a IC.
Salientamos que não existem apenas estes, mas tome nota dos fatores de risco de referência:
- tabagismo;
- colesterol elevado;
- diabetes;
- sedentarismo;
- obesidade;
- histórico familiar de doença cardíaca ou mutações genéticas.
Quais são os sinais de alerta associados?
Tal como noutra doença qualquer, também na insuficiência cardíaca existem sinais de alerta para os quais devemos estar atentos, tais como:
- desmaios;
- cansaço extremo;
- tonturas;
- dificuldade em respirar ao ponto de limitar a atividade física ou de obrigar a dormir com uma almofada extra;
- inchaço nas pernas ou no abdómen;
- taquicardia constante;
- aumento de peso;
- aumento da frequência e necessidade de urinar à noite.
Ter apenas um destes sintomas pode não significar que tem obrigatoriamente um grave problema de saúde como a IC. No entanto, quando os sintomas são acentuados e prolongados, a ajuda médica deve ser procurada de imediato a fim de evitar uma situação grave e perceber de existe, de facto, insuficiência cardíaca.
O fator da idade também pode influenciar o aparecimento da IC?
São várias as pessoas que se questionam sobre o fator da idade associado ao aparecimento de doenças em geral. Apesar disso, a verdade é que quando o assunto é a insuficiência cardíaca, esta pode desenvolver-se em qualquer idade.
No entanto, é uma doença muito associada ao envelhecimento da população, constituindo inclusivamente, a principal causa de internamento hospitalar nas pessoas acima dos 65 anos.
Como é feito o diagnóstico?
Diagnosticar uma doença como a IC nem sempre é fácil. Principalmente porque os sintomas não são assim tão específicos e podem facilmente ser confundidos com outras doenças.
Contudo, o diagnóstico só pode ser realizado através do historial clínico e de alguns exames como:
- análises ao sangue;
- eletrocardiograma;
- radiografia ao tórax;
- ecocardiograma.
A partir do momento em que o diagnóstico é feito pelo médico de família, os doentes devem ser encaminhados para uma consulta de cardiologia especializada em insuficiência cardíaca.
A insuficiência cardíaca tem tratamento?
A resposta é sim, existe tratamento para a IC sendo que deverá sempre ser feito de forma individualizada para cada pessoa. Isto acontece porque tudo depende do grau de insuficiência cardíaca e claro, da evolução da doença.
Apesar disto, normalmente o tratamento consiste em:
- medicamentos (que devem ser administrados sem interrupções);
- mudanças no estilo de vida (como ter uma alimentação saudável, não fumar e praticar exercício físico);
- intervenções (como cateterismo, cirurgia ou até a colocação de um pacemaker).
Nos casos em que a insuficiência cardíaca é bastante grave e já não responde ao tratamento indicado, os médicos podem ainda indicar o transplante cardíaco.
O que fazer para prevenir a IC
Na maior parte dos casos, é possível prevenir a insuficiência cardíaca. Mas, para que isso aconteça é necessário prevenir e evitar o aparecimento de fatores de risco como:
- tabaco;
- sedentarismo;
- colesterol elevado;
- hipertensão arterial;
- diabetes;
- consumo de álcool;
- obesidade.
Assim, o ideal passa por manter um estilo de vida saudável, praticar exercício físico de forma regular, não fumar, manter uma dieta equilibrada e não ingerir bebidas alcoólicas.
Sabemos que nem sempre é fácil pararmos um pouco para refletirmos nas nossas rotinas diárias aceleradas entre casa e trabalho. No entanto, é crucial tirarmos um pouco dos nossos dias para pensarmos de que forma podemos alterar alguns hábitos menos saudáveis.