Share the post "Especialista: Inteligência emocional melhora saúde e desempenho no trabalho"
De acordo com o especialista Paulo Fernandez-Berrocal, a inteligência emocional é a capacidade de perceber, avaliar, expressar e regular a emoção, que pode levar a um comportamento social mais ativo, a uma maior sensação de bem-estar e felicidade e controle da agressividade.
Fernandez-Berrocal falava à Lusa no âmbito do 6.º Congresso Internacional de Inteligência Emocional, que decorre entre hoje e sábado, na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), e reúne investigadores de vários países.
O congresso é organizado pelo FPCEUP com o apoio da ‘International Society for Emotional Intelligence’ (ISEI), uma organização educacional sem fins lucrativos que auxilia e incentiva o avanço da investigação na área da inteligência emocional.
Inteligência emocional e cognitiva estão relacionadas
Durante séculos, a emoção e a cognição foram entendidas como conceitos separados, mas atualmente a relação interactiva e bidirecional entre ambas tem uma ampla aceitação, afirmou.
“Os neurocientistas têm revelado interações complexas entre os dois conceitos, demonstrando um alto nível de interdependência entre eles”, referiu. As emoções e os processos cognitivos, como a atenção, a tomada de decisão, e a memória, parecem estar relacionados, acrescentou.
Um estado emocional negativo “promove um processamento mais sistemático, detalhado e cuidadoso das informações”, enquanto um estado emocional positivo leva a que esse processo seja mais criativo e espontâneo, explicou.
Paulo Fernandez-Berrocal é responsável pela sessão “Inteligencia emocional en acción: Claves para desarrollar nuestras emociones”, que visa proporcionar aos profissionais da área uma perspetiva mais prática dos conceitos de emoção e inteligência emocional.
Durante o evento, vai ainda apresentar o estudo “Emotional intelligence and hot and cool cognitive control ability”, cujos resultados sugerem que uma melhoria na capacidade de gerir as emoções pode aumentar o controle cognitivo, impedindo determinados comportamentos, como a impulsividade ou o abuso de drogas”.
Em declarações à Lusa, John Pellitteri, presidente do ISEI e um dos oradores no congresso, explicou que a inteligência emocional engloba um conjunto de habilidades que podem ser desenvolvidas, permitindo aos indivíduos usar a informação emocional para se adaptarem e ser bem-sucedidos na vida e no relacionamento com os outros.
O especialista considerou que, devido à luta, ao conflito e aos problemas existentes em todo o mundo, são necessárias mais pessoas comprometidas com o desenvolvimento de inteligência emocional.
Através deste conceito é possível criar “uma sociedade global baseada em empatia, respeito, justiça e harmonia”.
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