A bitcoin atingiu em março de 2024 um novo recorde. Chegou aos 63 mil euros.
Quando falamos em criptomoedas, facilmente percebemos que há dois grupos de pessoas: os que acham que é uma fraude completa, destinada ao fracasso óbvio e que só pessoas sem noção da realidade arriscam o seu dinheiro numa coisa que não é palpável; e os que acham que as criptomoedas são o futuro e que – simultaneamente – são uma forma de ganhar (muito) dinheiro. Quem tem razão?
As criptomoedas são ou não uma forma de ganhar dinheiro?
Não sei. O que sei é que há mais de 10 anos que a bitcoin existe, bem como milhares de outras criptomoedas, e que já se fizeram muitas fortunas e pequenos e médios lucros, e que muitas pessoas perderam todo o dinheiro que “investiram” e que isso vai continuar a acontecer.
Lembro-me de que no início da internet, também muitos vaticinaram que aquilo não ia dar em nada e que a vida “digital” era apenas uma moda passageira. Lembro-me de muitos rirem das primeiras lojas online, ridicularizando quem acreditava que as pessoas iriam comprar coisas com base numa fotografia que viam no computador. Bem sabemos como o mundo mudou entretanto.
Não se preocupe, porque não vou tentar convencê-lo de nada, nem a favor, nem contra as criptomoedas. O que lhe quero dizer é que não deve assobiar para o lado e pensar que as criptomoedas não existem, só porque não as está a usar ou porque não quer saber como elas funcionam.
Os mais jovens, talvez os seus filhos ou netos, provavelmente já investem parte das suas mesadas em criptomoedas e em outros investimentos muito mais arriscados do que pensa. O mundo está a mudar. Aconselho-o a tentar perceber como funciona este mundo e a conversar com pessoas que já investem e usam criptomoedas, para não se sentir um analfabeto financeiro no futuro. Não lhe estou a dizer para comprar criptomoedas, estou sim a dizer-lhe para tentar informar-se sobre o assunto.
O meu caso em particular
Eu tenho criptomoedas, como tenho ações, ETF, fundos de investimento, PPR, e investimentos em crowdfunding e robot-advisors. Se não percebo uma coisa, tento perceber para – pelo menos – saber do que falo.
Vou partilhar consigo a minha experiência com as criptomoedas, deixando claro que não sou especialista na área. Sou apenas um cidadão normal como você. Abri conta numa corretora de criptomoedas. Pergunte a quem sabe quais são as principais do mercado com credibilidade. A minha sugestão é que abra na que for a maior do mercado quando fizer essa pesquisa. É um critério. É como abrir conta num banco: tem de enviar documentos de identificação e transferir para lá dinheiro.
Cuidado com as burlas. Não acredite em corretoras que aparecem como cogumelos no Facebook, Instagram ou TikTok. A maior parte são fraude. Transfere o dinheiro e nunca mais o vê.
Comprei bitcoin quando estava barata e vendi quando atingiu um recorde, em 2017. Os 1.000 euros que investi transformaram-se em 7 mil. Tive “sorte”? Sim. Mas a minha disposição era esperar até que valorizasse. Nunca invista dinheiro que não pode perder. Eu tinha dado aquele dinheiro por perdido. Assim não tem desilusões.
Passado algum tempo, peguei em parte desses lucros e comprei Ethereum. Durante um ano e meio estive a “perder” cerca de 60%. Mais uma vez, era dinheiro que podia perder. Este mês, com a valorização das criptomoedas, em cerca de 1 mês tenho o valor investido a crescer cerca de 50%. Até quando? Não sei. O meu objetivo é duplicar o meu investimento.
O que aprendi é que é nas quedas que deve comprar e nas subidas que deve vender. É um conceito básico dos investimentos (todos). Não é agora que todos falam de grandes ganhos, que vai começar a investir… Pode é aprender a lição e comprar (se for do seu interesse e perfil) na próxima queda.
Numa perspetiva conservadora, se quiser aventurar-se neste oceano, nunca invista mais do que 5% do seu património. Se alguma coisa correr mal, não será catastrófico.
Isto é cíclico. Em breve as criptomoedas vão cair (ou não). Nunca saberá. Por isso é que quero dizer-lhe que comprar criptomoedas não tem nada de ilegal, paga impostos (IRS) se comprar e vender no mesmo ano, que é um mercado sem nenhuma regulação, não tem ninguém a quem recorrer se lhe roubarem as moedas ou se perder as suas passwords.
Se tem medo destas coisas e se olhar para o seu saldo e vir lá um valor negativo lhe faz confusão, nunca se meta nisto. Não vale a pena sofrer sem necessidade.
Mas acredite que as criptomoedas não fazem parte do futuro – já fazem parte do presente. Elas estão aí, e valorizaram novamente e muitos observadores dizem que provavelmente ainda vão valorizar muito mais.
Quem perceber que esta é mais uma ferramenta de investimento disponível ao mais simples dos cidadãos, estará mais preparado para conseguir multiplicar as suas poupanças.
Recentemente, nos Estados Unidos da América começaram a ser negociados ETF de bitcoin. Foi um passo histórico que veio credibilizar as criptomoedas e essa é, aliás, uma das explicações para esta valorização recorde.
Em resumo, mesmo que não queira um dia comprar criptomoedas, pelo menos não ignore o fenómeno. Ele existe e veio para ficar.