O Jaguar XJ é um dos mais icónicos automóveis britânicos, que conta com mais de 51 anos de bons serviços.
Falar do XJ, um dos mais belos Jaguar de sempre, que trouxe a tradição da marca britânica até aos dias de hoje, fabricado continuamente entre 1968 e 2019, implica falar da história da Jaguar.
No seu site, a marca apresenta-se de forma singular, sublinhando o objetivo de cruzar performance e beleza:
Desde 1935, momento em que produzimos o nosso primeiro automóvel Jaguar que, inspirados pelo nosso fundador, Sir William Lyons, desafiamos continuamente os limites do que é possível. Sir William Lyons insistiu que todos os veículos produzidos pela companhia tinham que conjugar performance e beleza como nenhum outro. A sua visão sem compromissos estabeleceu novos patamares, que ainda influenciam as nossas decisões.
Jaguar XJ: 5 gerações entre 1968 e 2019
É este o mote da marca que em 1968 apresentou um carro de luxo. Este modelo conheceu, até 2019, cinco gerações (1968, 1986, 1994, 2003 e 2009). Para além disso, estas gerações foram acompanhadas de modelos especiais e outros com carácter vincadamente desportivo, que ganham forma através do seu departamento “Special Vehicle Operations”, cujo objetivo é criar modelos Jaguar únicos.
Mas também preparadores e carroçadores particulares arriscaram, preparando e transformando o XJ em modelo de sonho.
Com sede no Reino Unido, a Jaguar goza de grande simpatia por parte dos súbditos de sua Majestade, mas também pela própria Casa Real. Para além disso, conquistou fãs e adeptos por todo o Mundo, que ajudaram e ajudam a projetar a marca britânica.
Ao longo dos seus 86 anos de história a Jaguar conheceu momentos de glória, outros menos bons, mas nunca perdeu o norte. Hoje é uma empresa que goza de reputação inabalável.
Continua, em 2021, a fazer o seu caminho abraçando, como outras, o novo paradigma: a eletrificação automóvel, de que o I‑PACE é exemplo.
XJ a berlina mais linda da década de 60
Setembro de 1968, mais precisamente 26 de setembro de 1968, marca a apresentação do XJ6, ao mundo e o início de uma história que até 2019 apresentou no sector automóvel dos mais belos modelos de sempre.
A berlina de quatro portas, projetada pelo fundador da Jaguar Sir William Lyons (1901-1985), traduziu um romper de linhas com o que até aí a marca tinha projetado. O novo modelo misturava de forma sublime linhas modernas e clássicas, sendo classificado como a berlina mais bonita da década.
Foi o legado de Sir William Lyons para as gerações vindouras.
A designada Série 1 (1968-1973) era animada por motores de 2.8 litros e 4.2 litros de seis cilindros em linha. Tratava-se do bem sucedido bloco XK, que substituiu a maioria das berlinas da marca na década de 60. A versão XJ12 consagraria a berlina mais tarde, em 1972, com os motores V12 (bloco de 5.35 litros) adotado do desportivo E-Type, fornecendo potência de 250 cv.
No modelo lançado em 1968, além do design exterior que conquistou simpatia generalizada entre comunicação social, público e, claro, os clientes da marca, o XJ destacava-se por ter de série direção assistida e estofos em couro. O ar condicionado integrava a lista de opcionais.
A versão de luxo do XJ era comercializada sob a marca Daimler, como Daimler Sovereign. A primeira geração do XJ foi produzida durante 24 anos e integrou duas grandes atualizações nos anos de 1973 e 1979, respetivamente.
Jaguar XJ6: estética atraente, espaço, conforto e motores potentes
O Jaguar XJ6 apresentou-se com 4,81 metros de comprimento 1,77 m de largura, 1,35 m de altura e 2,77 m de distância entre eixos, pesava 1.560 kg. Na frente o destaque ia para a grelha cromada que acolhia o símbolo do felino selvagem e quatro faróis circulares.
No habitáculo, o XJ6 apresentava acabamento irrepreensível, uma tradição da casa de Coventry. Misturava apontamentos desportivos com madeira nobre e bancos dianteiros (reclináveis) e traseiro muito confortáveis. Sem dúvida um automóvel para clientes exigentes.
O painel integrava diversos instrumentos: atrás do volante de dois raios, com arco metálico para o acionamento da buzina, ficavam o conta quilómetros e o conta-rotações. Por outro lado, ao centro do tablier estavam colocados mais cinco mostradores, como voltímetro e manómetro de óleo. O banco do condutor e a coluna da direção eram ajustáveis.
O XJ6 usava motores que tinham origem na linha dos desportivos XK, com seis cilindros em linha e duplo comando de válvulas. O bloco 2.8 litros, com dois carburadores horizontais, desenvolvia uma potência de 149 cv. A velocidade máxima era de 185 km.
Também estava disponível o motor de 4.2 litros, 186 cv herdado do Mark X 420, com arquitetura mais antiga, mas robusta, permitia alcançar os 204 km/h.
Os modelos XJ ao longo dos anos
A história do Jaguar XJ é extensa e das mais completas da história do automóvel. Porquê? Porque este é dos poucos modelos que ao longo de 51 anos se conseguiu manter fiel ao ADN da primeira geração.
Os modelos XJ são facilmente identificáveis devido às principais linhas de força do seu design, que estão presentes em todas as gerações, nunca desvirtuando a sua origem. É um clássico que esbanja charme britânico por todos os poros.
Este é um automóvel que apetece ter na garagem, que apetece conduzir. É suave, confortável, seguro e, acima de tudo, potente e capaz de performances incríveis para um carro com carácter familiar. Para além disso, os modelos exibem equipamento de topo e qualidade de construção irrepreensível. Uma das exigências da marca britânica.
Ao longo dos anos, nas diversas atualizações de que foi alvo, manteve-se sempre atual, mas respeitando a identidade do modelo da primeira série. A assinatura luminosa dos quatro faróis, na seção frontal, em dado momento foi alternando com a implementação de apenas dois faróis em formato retangular.
No entanto, a identidade não se alterava com a frente baixa e longa em contraste com a traseira com formas bem proporcionadas, embora nos modelos mais recentes (2010-2019) mais redonda e curta.
Deste modo, sugerimos uma viagem pela linha do tempo, enumerando modelos XJ6 por anos, com indicações complementares de motores e potências, sintetizando da história deste belíssimo automóvel.
Aos modelos normais juntam-se os de luxo com assinatura da Daimler, cabriolet, competição, concept e de preparadores.
1968 – 2000
- 1968: Jaguar XJ6 – motor 4.2 litros – 186 cv;
- 1973: Daimler Double Six – motor 5.4 litros V12 – 250cv; Jaguar XJ6 e Jaguar XJ 121 – motor 5.4 litros V12 – 250 cv;
- 1974: Jaguar XJ6; Jaguar XJ12 Pininfarina Concept;
- 1975: Damiler Sovereign Coupé; Jaguar XJ12C – motor 5.4 litros V12 – 285 cv;
- 1976: Avon Stevens XJC (cabriolet); Broadspeed Jaguar XJ12C – motor 5.4 litros V12 – 500 cv (versão competição); Lynx Jaguar XJ12 Cabriolet;
- 1979: Jaguar XJ
- 1982: Arden AJ1 – motor V12 – 295 cv;
- 1983: Arden AJ4 – motor V12 – 325 cv;
- 1984: Jaguar XJ;
- 1985: Koenig Jaguar XJ12; TWR Jaguar Sports XJ6;
- 1986: Jaguar Sovereign – motor 4.0 litros – 226 cv; Jaguar XJ6 – motor 3.6 litros 24v – 185 cv;
- 1988: Arden XJ40;
- 1990: Jaguar Xj6 – Chasseur Stealth 340 Biturbo – motor 3.6 litros – 340 cv; Italdesign Jaguar Kensington Concept V12;
- 1993: Daimler Double Six – motor 6.0 litros V12 – 318 cv; Jaguar XJ12 – motor 6.0 litros V12 – 318 cv;
- 1994: Arden AJ10;
- 1996: Jaguar XJ6 – motor 4.0 litros;
- 1997: Jaguar XJ Executive;
- 1998: Jaguar XJ8 – motor 4.0 litros V8 – 245 cv; Jaguar XJR – motor 4.0 litros V8 Supercharged – 322 cv;
2000 – 2016
- 2000: Jaguar XJ8, XJ8L, XJR;
- 2002: Jaguar XJR 100 Limited Edition – motor 4.2 litros 32 v Supercharged – 394 cv;
- 2003: Jaguar XJ; Wald Jaguar XJ Sports Line Black Edition;
- 2003 – 2009: Jaguar XJ X350 e X358;
- 2004: Jaguar XJ8 LWB;
- 2007: Jaguar XJ Sovereugn; Jaguar XJR Portfolio – motor 4.2 V8 32 v Supercharged – 394 cv;
- 2008: Arden AJ14 Jaguar XJ;
- 2009: Jaguar XJ X351; Jaguar XJ; XJL;
- 2010: Jaguar XJ Limo-Green Hybrid Concept – motor 1.2 litros – 197 cv, Jaguar XJ Sentinel Blindagem B7, Jaguar XJ75 Platinium Concept V8 e Jaguar XJL Supersport 5.0 V8 Supercharged – 510 cv;
- 2011: Startech Jaguar XJ;
- 2012: Jaguar XJ Nürburgring Taxi – motor 5.0 litros V8 Supercharged – 510 cv; Jaguar XJ Sport Pack; Jaguar XJ_E Plug-in Hybrid Concept – motor 2.0 litros turbo – 330 cv;
- 2013: Jaguar XJ AWD motor 3.0 litros V6 Supercharged – 335 cv; Jaguar XJL Ultimate – motor 5.0 litros V8 Supercharged – 510 cv;
- 2014: Jaguar XL; Jaguar XJR – motor 5.0 litros V8 Supercharged – 550 cv;
- 2016: Jaguar XJ 300 cv – 550 cv; Jaguar XJL Autobiography.
Jaguar XJ: as Séries
Impõe-se, perante tanta diversidade de modelos que se balizem as principais versões/séries, por anos:
- 1968 – 1973: Série 1;
- 1973 – 1979: Série 2;
- 1975 – 1978: XJ Coupé
- 1979-1992: Série 3
- 1987 – 1994: XJ40
- 1994 – 1997: X300
- 1997 – 2003: X308
- 2003 – 2007: XJ – X350
- 2003 – 2009: X358
- 2007 – 2009: XJ – X358
- 2010 – 2019: XJ – X351
O que distingue os modelos XJ da Jaguar
Existem itens na construção de um XJ que o tornam único aos olhos dos seus proprietários. Desde a fabricação e montagem dos componentes, passando pela performance, agilidade e segurança, até aos materiais utilizados na construção do habitáculo, há pormenores que “chamam” a atenção dos fãs da marca.
Se nos primeiros modelos apontamentos de luxo, qualidade da montagem, segurança, espaço, conforto dos bancos ou instrumentação, eram motivo de atração, estes foram evoluindo e melhorando ao longo das várias gerações.
Nos modelos mais recentes do XJ existe um grupo de apontamentos que constituem motivo para despertar o interesse dos fãs. São exemplo o amplo teto panorâmico, os bancos confortáveis (com costura dupla), o design dos farolins traseiros, o sistema de infoentretenimento TouchPro e o painel de instrumentos interactivo.
Para além disso, importa sublinhar que desde a II Guerra Mundial a Jaguar utiliza a letra X para designar os projetos internos. Deste modo, X significa experimental, XB está destinada aos projetos de chassis militares e XF a XK identificam os motores.
Jaguar XJ na competição
Um Jaguar de competição foi apresentado em 1976, com o objetivo de participar no Campeonato Europeu de Carros de Turismo. Tratava-se do Coupé XJ12C Broadspeed, equipado com motor V12 de 5.4 litros que debitava mais de 500 cv.
O modelo estreou na penúltima prova do campeonato, no Tourist Trophy em Silverstone. Pilotado por David Hobbs e Derek Bell, fez a “pole position” à frente dos BMWs 3.0 CSL que já haviam garantido o campeonato.
Na corrida, quando disputava o primeiro lugar, o Jaguar abandonou devido a um problema na transmissão. No ano seguinte retornava à competição com peso reduzido. No entanto, problemas mecânicos em Monza e Berna e um acidente em Silverstone comprometeram a competição.
Com novas regras a serem implementadas no campeonato, a British Leyland decidiu abandonar a competição.
Jaguar XJ também brilha no cinema
Na sétima arte, o Jaguar XJ tem forte presença, principalmente nas décadas de 1960 a 1980. Desde a primeira Série até aos mais recentes modelos XJ, muitos têm sido os filmes e séries, principalmente as de origem inglesa, que utilizam a berlina de luxo.
Dos filmes de terror norte-americanos às comédias australianas, passando pelos policiais italo-franceses ou comédias britânicas, o XJ tem marcado presença.
“Trágica Obsessão (Obsession, EUA, 1976)”; “Sweeney 2 (1978)”; “A Grande Trapaça (The Big Steal, 1990)”; “Sociedade Secreta (The Skulls, EUA, 2000)” ou “Fórmula 51 (The 51st State, 2001)” são exemplos da presença da berlina da marca britânica.
Também nos filmes de ação dedicados ao agente britânico James Bond, como “007 – Cassino Royale (Casino Royale, 2006)”; “007 Contra Spectre (Spectre, 2015)” ou “007 – Operação Skyfall (Skyfall, 2012)” o XJ marca presença.
Muito mais fica por dizer sobre este excecional modelo da Jaguar. Um dos mais icónicos e que cruza as características de berlina de luxo com tecnologia, conforto e performance com mestria inigualável.