É fã de séries e adora “A Guerra dos Tronos”, que se tornou rapidamente um fenómeno ao conquistar milhões de fãs por todo o mundo? Se sim, será que conseguiu descobrir e aprender as lições financeiras da série Guerra dos Tronos além de ter estado atento ao desenrolar da narrativa? Então, este artigo é para si.
Descubra 9 lições financeiras da série Guerra dos Tronos
A “Guerra dos Tronos”, baseada na saga de livros de fantasia épica “As Crónicas de Gelo e Fogo”, do escritor George R. R. Martin, não atrai apenas geeks apaixonados por fantasia e ação.
Acredite que são muitos os gestores financeiros poderosos que seguem atentamente esta série e que conseguem tirar várias lições financeiras da “Guerra dos Tronos”, entre eles Gavin Baker, antigo gestor de fundos da corporação Fidelity Investments, muito conhecido pelo seu sucesso profissional.
Aqui estão algumas das principais lições financeiras da “Guerra dos Tronos”, uma narrativa que não se resume apenas à lição sangrenta “Todos os homens devem morrer”.
Lição n.º 1: Ouça os sinais fracos
“Esteja aberto a evidências que sugiram que a sua visão acerca do mundo está errada”, é um dos conselhos dado por Gavin Baker. Mas como fazê-lo e para quê?
Para quem segue a série, não é novidade que nos sete reinos do continente Westeros os poderosos tendem a ignorar os perigos que se acumulam à volta deles, como os misteriosos e violentos Caminhantes Brancos vindos do norte ou os dragões cuspidores de fogo que vão crescendo através dos mares.
São os “sinais fracos” que deve ouvir, ou seja, esteja atento aos pormenores que o rodeiam antes que se tornem um perigo fatal para o seu negócio e para si, enquanto gestor.
Lição n.º 2: Tome decisões racionais
Outra das lições financeiras da “Guerra dos Tronos” consiste em deixar os sentimentos de lado na hora de investir. Tal como os economistas comportamentais sempre nos dizem, misturar emoção e investir é uma péssima ideia.
E como é possível tirar este tipo de lição da série? Basta voltar novamente a Westeros, na altura em que a família Stark entra em guerra com os Lannisters e Robb Stark se apaixona e decide desfazer o seu noivado com a filha de um poderoso aliado. Ao ter misturado a razão com a emoção, acabou por perder esse tão desejado aliado.
“Entretanto, o seu rival, Tywin Lannister, toma poucas decisões emocionais”, explica Baker. Consegue adivinhar quem ficou a ganhar? Stark não foi, pois acabou por ser esfaqueado no coração, tendo morrido devido à sua decisão emocional e não racional.
Lição n.º 3: Dê valor ao que tem
Quase no início da série, a conhecida “Mãe dos Dragões”, Daenerys Targaryen, “não tem dinheiro nenhum”, afirma Michael Anderson, Vice-Presidente de Planeamento Financeiro da True North Advisors, situada em Dallas.
Daenerys Targaryen é viúva e vagueia ao longo da série por desertos estrangeiros. No entanto, apesar de não ter dinheiro, possui um trio de dragões que cresce rapidamente, um acontecimento que não é visto no reino há muitos anos. Além disso, a “Mãe dos Dragões” também tem um poderoso nome de família, sendo descendente de uma linha de anteriores governantes.
Targaryen decide, então, dar valor ao que tem e “transforma esses ativos em enormes ganhos”, refere Anderson, pois acaba por desenvolver um exército feroz que toma conta de várias cidades e ameaça voltar e assumir o controle de Westeros.
Lição n.º 4: Ter muitas dívidas pode ser fatal
Se é um seguidor atento da série mas não se apercebeu das lições financeiras da “Guerra dos Tronos”, talvez possa ter caído no erro de pensar que o poder em Westeros se resume apenas à coroa e à capital dourada, King’s Landing.
Ou então pode ter atribuído o prestígio do continente à família Lannister, graças às suas propriedades de terra e ao famoso gosto pelo ouro, sendo desse gosto que vem o famoso ditado da série “rico como Lannister”.
No entanto, para alguns especialistas financeiros, o verdadeiro poder reside totalmente no Banco de Ferro de Braavos, a instituição bancária mais poderosa do mundo da “Guerra dos Tronos” que se encontra numa cidade situada do outro lado do mar. “Esse é absolutamente o poder por detrás do trono”, partilha Lisa Woolfork, professora da Universidade da Virgínia, Estados Unidos, que leciona um curso sobre a “Guerra dos Tronos”.
“Os seus banqueiros [do Banco de Ferro de Braavos] não são sentimentais e só querem apoiar quem vai ganhar”, afirma a docente, baseando assim a sua opinião neste facto: “Quando tem uma grande dívida para com o Banco de Ferro, isso pode enfraquecer o seu controlo sobre o trono. E quando não consegue mais empréstimos deles, isso torna-se num problema”.
Lição n.º 5: Os ativos duradouros importam
Cair nas graças e ser um favorito do Banco de Ferro de Braavos é um caminho para a riqueza, sendo que o outro caminho é ter bens imóveis. Eis mais uma das lições financeiras da “Guerra dos Tronos”.
Exemplo disso é a família Tyrell, que controla grande parte do sul de Westeros, sendo essencialmente a sua terra a fonte de alimento dos sete reinos. Por sua vez, esta família ajuda a apoiar o regime de Lannister, chegando mesmo a financiar um casamento entre as duas famílias.
“O setor imobiliário é a chave para o poder real”, explica Woolfork. “É a base para a maioria das riquezas e converte-se em poder militar”, acrescenta. E, de facto, se não for dono de uma terra no mundo da “Guerra dos Tronos”, será visto como um indivíduo pouco importante.
“Todos acham que a ‘Guerra dos Tronos’ é sobre vingança, mas na verdade é sobre propriedade”, afirma Anderson. “Não ganhará nada sem ganhar terreno e controlá-lo”, conclui.
Lição n.º 6: Cuidado com a loucura dos reis
Lembra-se da Casa Baratheon? O personagem Robert assumiu o trono dos Sete Reinos de Westeros após uma rebelião bem sucedida e passou a negligenciar os seus deveres como rei, além de ter feito pouco caso dos seus conselheiros mais próximos até ao momento da sua morte prematura.
Afinal, tudo pelo qual Robert tanto lutou acabou por ficar desfeito devido ao seu descuido enquanto governante, tendo deixado Westeros com A Guerra dos Cinco Reis. O seu filho, Joffrey, também acabou por não desempenhar bem o seu papel, tendo-se tornado um tirano e o indivíduo mais odiado em Westeros, e até mesmo para o público da “Guerra dos Tronos”. Joffrey acabou por morrer devido a uma taça de vinho envenenada.
Por isso, uma das lições financeiras da “Guerra dos Tronos” que pode tirar deste exemplo é que deve permanecer sempre totalmente comprometido com a administração das suas finanças e nunca se deixe manipular para viver além de seus recursos. Não se deixe também levar por sucessos de curto prazo como o destes dois reis, Robert e Joffrey.
Lição n.º 7: Construa um legado que perdure
Apesar da família de Tywin Lannister ser bastante disfuncional e deste ter filhos ingratos, Tywin foi sempre obcecado por criar um legado que durasse. Segundo o seu ponto de vista, cada decisão que tomava seria sempre para o bem maior da sua família.
Ao contrário de Robert Baratheon, cujos objetivos eram mal definidos e acabavam por se transformar em pó, Tywin estava sempre a planear um passo à frente para garantir que os interesses da sua família fossem bem protegidos. Pelo menos até ter levado com uma besta no estômago, um ataque levado a cabo pelo seu filho Tyrion.
“O inverno está a chegar” é uma das famosas frases ligadas a esta série, proferidas pela personagem Jon Snow. A mensagem desta frase significa que os anos passarão rapidamente e, antes que se aperceba, poderá já estar reformado.
Isto significa que deve trabalhar sempre para construir um legado financeiro, de forma a ter sossego na idade da reforma, bem como a sua família. No entanto, não se esqueça de aproveitar a vida porque nunca se sabe o que pode acontecer no futuro.
Lição n.º 8: Nunca peça emprestado mais do que aquilo que pode pagar
Pense na Batalha dos Bastardos e lembre-se de quando achou que a esperança estava perdida. Foi então que Sansa e Littlefinger surgiram com o exército do Vale para ajudarem Jon Snow a derrotar Ramsay Bolton. Sansa Stark há de ter sabido que esse favor não seria de graça, pois a intenção de Littlefinger era na verdade sentar-se ao lado dela no trono.
Outro ditado também relacionado com a série é “nunca morda mais do que podes mastigar”, o que significa que deve estar muito atento ao seu apetite financeiro e ao seu orçamento para não se endividar de forma excessiva.
Portanto, outra das lições financeiras da “Guerra dos Tronos” está em tentarmos alcançar os nossos objetivos financeiros sem que nos sobrecarregarmos com dívidas que possam levar-nos à falência. Uma dívida saudável para a taxa de rendimento é de cerca de 30%, segundo os especialistas, o que significa que usa 30% do seu rendimento mensal para atender suas dívidas.
Caso tenha uma dívida maior em relação à renda, poderá estar na situação de dívida excessiva, o que irá impedi-lo de atingir as suas metas financeiras, como economizar para a reforma, por exemplo.
Lição n.º 9: As coisas boas chegam para aqueles que esperam
E eis a última das lições financeiras da “Guerra dos Tronos” que partilhamos consigo neste artigo. Lembra-se quando Daenerys Targaryen passou por muito devido ao irmão mais velho, que era psicótico, e à história da sua família, cujos membros tinham tendência para enlouquecer?
Daenerys Targaryen acabou por ‘casar-se’ com um movimento político e o seu marido Khal Drogo, senhor da guerra, acabou morto, devido a uma conspiração de alguém em quem Daenerys havia confiado inicialmente. Ainda assim, Daenerys manteve a sua firmeza e fez alianças estratégicas que colocaram-na à frente de um exército com não um, mas três dragões.
É muito difícil não desanimar quando se depara com o que parece ser uma montanha de dívidas que não consegue superar, mas as coisas boas chegam para aqueles que esperam e que sabem mexer-se de forma estratégica, tal como Daenerys. Seja sempre paciente e mantenha-se firme, sejam quais forem os desafios que a sua situação financeira possa trazer.
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